Presidente do Crea-MA quer aprimorar atendimento aos profissionais

Brasília, 9 de dezembro de 2020

Aos 29 anos, Luis Plécio da Silva Soares foi eleito presidente do Crea-MA. Formado em Engenharia Civil em 2014, desde 2015 trabalha no Conselho Regional, tendo ocupado as posições de assessor técnico e chefe de Gabinete. Empreendedor, Luis Plécio também atua na construção civil do estado. 

Em sua campanha, afirmou ter conhecimento dos problemas internos do Conselho que por vezes travam o atendimento ao profissional e à sociedade. Como projeto, disse pretender, com sua experiência empresarial, contribuir para uma gestão eficiente junto ao Crea-MA. “Como profissional em campo, ouço muita reclamação de excesso de burocracia no sistema profissional e, como funcionário do Conselho, me sentia mal de não conseguir solucionar essa questão”, disse Luis Plécio em entrevista ao Confea, cuja íntegra o leitor pode conferir abaixo:


Site do Confea:  Qual é a agenda de prioridades do mandato? Como serão colocados em prática e quais resultados positivos irão gerar? 
LP: Nosso primeiro foco envolve três esferas: profissional, servidores e empresas. Para os profissionais, quero aprimorar o atendimento e a desburocratização dos processos. Por exemplo: às vezes demora 40 dias para se registrar uma empresa. Isso é retrógrado. Como fui funcionário do Crea, sei muito bem como resolver isso. Também pretendo oferecer cursos para os profissionais, por meio de parcerias e convênios que resultem em, por exemplo, descontos em pós-graduação. Para os servidores, pretendo atualizar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Percebo que os servidores estão desmotivados, pois há defasagem de salário. 

Também pretendemos construir uma nova sede – temos um convênio vigente com o Confea nesse sentido. A sede atual é no centro histórico, que é tombado. Não podemos reformar. Então não tem acessibilidade, não conseguimos fazer rampas, colocar elevador. O Corpo de Bombeiros já deu 90 dias para o Conselho se mudar.


Site do Confea: Na sua avaliação, o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como sua gestão irá atuar neste sentido?
LP: Acredito que a primeira coisa que deve ser feita é atualizar as resoluções. A nº 218, por exemplo, que trata de atribuições, é de 1973. As faculdades mudaram, hoje tem a questão do ensino à distância. Os profissionais têm muitas duvidas em relação a atribuições e as resoluções não são claras.


Site do Confea: Neste pleito, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, apenas quatro Regionais eram presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?
LP: Admiro muito o feito dessas seis presidentes, pois não é fácil chegar à Presidência de um Crea. Hoje em dia é inacreditável pensar que, antigamente, as mulheres não tinham direito nem de votar. As mulheres chegando ao poder demonstra a representatividade e a força que estão tendo. Cada vez mais as mulheres estão ganhando os espaços e penso ser essa realidade de suma importância para a democracia do sistema profissional.


Site do Confea:  Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?
LP: Os fóruns que reúnem presidentes são de suma importância quando tratam de assuntos que tragam aprimoramento para o sistema profissional, quando tratam de unificação de processos que tragam benefícios para os profissionais. Uma grande reclamação dos profissionais é que o Crea-MA adota um procedimento e quando ele vai pedir o visto em outro estado, lá o procedimento é outro. Uma das primeiras pautas que pretendo colocar é sobre isso: processos de registro, de ART, de Certidão de Acervo Técnico. Espero que consigamos unificar esses procedimentos. 
 

Site do Confea:  Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuição direta para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua avaliação sobre essa viabilidade?
LP: Sabemos que a Engenharia é a mola propulsora da economia, principalmente aqui no Maranhão. Se a construção civil estiver bem, todos os índices sobem junto. Depois deste ano de pandemia, 2021 será um ano de desafio. Neste ano tivemos dificuldade de comprar material, o preço do tijolo e do cimento subiu muito, a arrecadação dos conselhos diminuiu. Ainda estou reticente em relação ao crescimento do ano que vem, mas nosso país é rico. A gente sempre visa o melhor. Acredito muito no nosso país. 
 

Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea