Confea e entidade norte-americana firmam acordo para fortalecer participação feminina na Engenharia

Brasília, 30 de janeiro de 2019.

"Reunião no Confea definiu a realização de acordo de cooperação entre as entidades para buscar mudar a realidade da participação feminina no alto comando do Sistema"

Reverter as estatísticas desfavoráveis da participação feminina no Sistema Confea/Crea é o objetivo do acordo de cooperação a ser firmado entre o Confea e a Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae). O primeiro momento dessa parceria, definida durante reunião na última terça (29), no Confea, será o evento “Agora é que são elas – Mulheres no AVAC&R”, que visa aumentar a participação feminina nos postos de alto comando, a ser realizado ao longo do ano em Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Recife (PE). A sigla AVAC&R se refere à tecnologia de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração. O projeto integrará as iniciativas do Programa Mulher, do Confea. A partir de 2019, o Sistema incluirá em seu calendário de Datas Comemorativas o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, 23 de junho, introduzido pela Women’s Engineering Society.

Coordenadora do Programa Mulher, a engenheira eletricista Fabyola Resende, assessora da presidência do Confea, considera que “tem recebido um retorno grande das entidades representativas do universo feminino, e o Programa Mulher do Confea abraça esse tipo de iniciativa da Ashrae.  O presidente da Fenemi (Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial), Marco Aurélio Cândia Braga, inclusive, participou da organização do evento da Ashrae em São Paulo e defende a implantação da data no Sistema”. O Confea também pretende aproximar-se das empresas do setor que assinaram a carta de intenções da ONU, voltada para o incentivo da participação feminina na engenharia, segundo a coordenadora do projeto, apresentado em eventos como o Seminário Engenharia e Negócios, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), em outubro do ano passado.

Na última terça, ao lado da chefe do setor de Relações Públicas (Setrp) do Confea, Alessandra Porto, e dos assessores da presidência Guilherme Cardoso e Flávio Bolzan, ela se reuniu com a presidente e com o diretor da Ashrae, respectivamente, eng. mec. Sheila Hayter e eng. mec. Daniel Rogers, e ainda com diretora executiva do Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP), Viviane Nunes, e o do Presidente da Ashrae no Brasil, eng. mec. Bruno Martinez.  Ashare promoveu o primeiro encontro “Agora é que são elas” na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em dezembro do ano passado, homenageando 33 personalidades do setor e reunindo mais de 200 pessoas do segmento.

Representatividade e dados

Com 450 membros no Brasil, a associação norte-americana promove o empoderamento das engenheiras em todo o mundo. “Por essa representatividade e pelos dados que ela dispõe, essa parceria significa uma grande realização para o Confea, que vai ao encontro do Objetivo nº 5 de Desenvolvimento Sustentável da ONU e à nossa diretriz para os Creas  e entidades de classe do Sistema incentivarem a atuação feminina, sobretudo em cargos de alta direção, como conselheiros e diretores. Já fizemos uma pesquisa em que constatamos que essa participação é muito baixa, mas o nosso desafio também passa por entender as diferenças regionais, para sistematizar essas contribuições”, destaca Fabyola Resende.

"Da esquerda para a direita, a chefe do SETRP, Alessandra Porto; presidente e diretor da Ashrae, Sheila Hayter e Daniel Rogers; assessora Fabyola Resende; diretora executiva do Sindratar-SP, Viviane Nunes, e assessores Guilherme Cardoso e Flávio Bolzan"

Segundo Sheila Hayter, a preocupação de sua entidade é a de compartilhar experiências, identificando as dificuldades e os desafios a serem enfrentados. “Temos focos nos segmentos da indústria, algo que consideramos extremamente importante. Nos Estados Unidos, há poucas mulheres na liderança desse setor, na ordem de 7 a 10%. Felizmente, verificamos que há um aumento constante do número de mulheres estudando engenharia”. Esse incentivo à participação feminina no mercado de trabalho industrial vem gerando a criação de grupos de trabalho nesses espaços. “É um universo muito machista”, afirma. “Por isso tudo, nossos focos são entre os jovens estudantes e entre as mulheres, propriamente, mostrando como é interessante a profissão da engenharia”, complementa Daniel Rogers.

Equipe de Comunicação do Confea