Foz do Iguaçu (PR), 04 de agosto de 2015.
Na programação do II Encontro Nacional de Agronomia (ENA) a responsabilidade técnica e ética, e a formação dos profissionais são temas que permeiam palestras e painéis e geram expectativas, como a do professor José Barros da Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e integrante da Câmara Especializada de Agronomia, do Crea-RN.
Barros está preocupado com a redução da carga horária e consequentemente das matérias que compõem a cadeira de Agronomia.“Essa realidade afeta a qualidade dos profissionais que estão em formação. O agrônomo tem amplas atribuições e precisa se aprofundar nos temas. A redução da carga horária pode provocar um conhecimento superficial das ciências agronômicas”, alerta Barros.
A redução, segundo o professor, vem sendo tratada pelo Ministério da Educação e universidades federais. Barros concorda que a proliferação de cursos “precisa ser vista com cautela” porque nem sempre garante que os egressos possam receber as atribuições concedidas pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas), que definem o que o profissional pode ou não executar em termos de atividade, com base no que estudou.
Barros também se preocupa com a atuação dos zootecnistas, que no Rio Grande do Norte praticam atribuições tradicionalmente reconhecidas como sendo dos agrônomos. “No meu Estado, os zootecnistas podem se responsabilizar pela produção de produtos de origem animal, como o doce de leite, por exemplo, uma responsabilidade de agrônomos e engenheiros de alimentos”, informa Barros.
Para ele, a questão do “sombreamento” – quando um profissional de uma modalidade atua em áreas de outra modalidade profissional -, “a solução pode ser encontrada por meio do diálogo entre todos os interessados”.
De hoje (3) até sexta-feira (7), o II ENA e o XXIX Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA) reúnem cerca de 300 engenheiros agrônomos de todo o Brasil no Rafaim Palace – Hotel e Convenções -, em Foz do Iguaçu (PR). Os eventos levam as assinaturas do Sistema Confea/Crea e Mútua e da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab).
Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea