Semana da Mulher - Presidente reeleita do Crea-PB destaca a força feminina

Brasília, 10 de março de 2014.

"Em sua posse para o novo mandato à frente do Crea-PB, a engenheira agrônoma Giucélia Figueiredo, primeira mulher a presidir o regional em 47 anos"
O universo da Agronomia pode ser considerado mais feminino, graças à atuação de profissionais como a engenheira agrônoma Giucélia Araújo de Figueiredo. No entanto, ao se formar, em 1981, a visão de mundo desta atividade ainda representava um cenário pouco apto a reconhecer as habilidades das colegas do sexo feminino. Três anos antes, apenas ela e mais uma colega haviam desafiado o cenário preponderantemente masculino ao redor e iniciado a turma. Pouco a pouco, as atuações à frente de superintendências dos ministérios da Agricultura e de Desenvolvimento Agrário e ainda a militância política como 1ª suplente de deputada federal em 2002 e suplente de deputada estadual em duas legislaturas ajudaram a modificar as coisas. A ponto de tornar-se a primeira mulher a candidatar-se ao Crea-PB, sendo eleita e reeleita, no final do ano passado.

“Tive uma participação ativa no exercício profissional e na militância dos profissionais”. É assim que a atual Secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres de João Pessoa prefere conduzir a conversa, ao invés de detalhar as dificuldades enfrentadas no curso e depois de formada. “Meu foco é fazer com que o Crea preste um serviço de qualidade aos profissionais e contribua de forma efetiva para a melhoria da qualidade de vida da população da Paraíba”.

Da antiga escola de agronomia, hoje com quase 80 anos, diz apenas que, se antes só via mulheres “a pingado”, hoje a participação das mulheres num curso de engenharia está em um processo crescente. “Quebrou-se aquela visão de que os cursos de engenharia eram relacionados ao universo masculino. A consciência política das mulheres aumentou de tal forma que ela pode se empenhar em qualquer profissão, seja na engenharia, em todas as suas modalidades, e desempenhar com tanta competência quanto os homens”.

Desafios

No mercado de trabalho, Giucélia considera ainda existir muita discriminação. “As mulheres das áreas tecnológicas percebem 27% menos do que os homens. Uma das grandes bandeiras do movimento de mulheres é a igualdade salarial e os mesmos direitos e oportunidades iguais, não só da área tecnológica. Para se construir uma sociedade justa e sustentável, tem que ter participações iguais, os mesmos direitos”.

Sobre sua gestão à frente do Crea-PB – sempre é bom lembrar, onde vem sendo a primeira mulher a presidir o regional ao longo de seus 47 anos de história – Giucélia aponta que vem priorizando ações como a informatização de todos os serviços do Crea. “Conseguimos estar totalmente conectados. Não tem mais papel no Crea da Paraíba”.  Outro eixo, construir uma agenda de educação continuada, atualização, em parceria com universidades, iniciativa privada. “Todos os anos, oferecemos cursos, palestras, seminários. Conhecimento é a principal ferramenta no exercício profissional”.

Outra preocupação é com a luta pela valorização profissional e salarial. “Porque entendemos que, sendo a engenharia a principal protagonista do desenvolvimento que está acontecendo em nosso país, temos que colocar o profissional como sujeito deste desenvolvimento. Um profissional valorizado, bem-remunerado e com equidade entre os gêneros é algo que precisa ser abraçado por todo o Sistema Confea/Crea e Mútua. A Lei nº 5.194 não distingue o gênero, tem que ser cumprida para homens e mulheres. Temos construído com todas as entidades, e em todos estes momentos, a participação da mulher. Tínhamos apenas uma engenheira no plenário como conselheira, hoje temos cinco conselheiras titulares”.

Por fim, Giucélia afirma que hoje o Crea-PB participa ativamente da agenda local e regional, mais uma de suas prioridades. “Estamos sintonizados com todos os temas relacionados à engenharia e à melhoria da qualidade de vida dos paraibanos, discutindo junto aos conselhos municipal e estadual das cidades e outros”. É assim que Giucélia Figueiredo pretende renovar sua contribuição para o desempenho dos profissionais e para o bem-estar de toda a sociedade paraibana.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

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