Semana da Mulher - Confea tem pela primeira vez uma mulher em sua Vice-Presidência

Brasília, 10 de março de 2015

"Vice-presidente do Confea, eng. eletric. Ana Constantina Sarmento recebe diploma de posse das mãos do presidente do Confea, eng. civ. José Tadeu da Silva"

A engenheira eletricista Ana Constantina Sarmento é, atualmente, a única mulher no plenário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Para compensar e marcar a presença feminina nos projetos do Conselho, neste ano, a conselheira assumiu também a vice-presidência do órgão. “Hoje eu represento cerca de 5% do plenário. Mas tenho respeito de todos os meus pares. Eles me procuram para saber minha percepção acerca dos assuntos, tenho tido um grande acolhimento por parte dos conselheiros. Essa questão do gênero está se desmitificando, está ficando folclórica”, afirma.

A estatística de ser minoria se mantém desde a época de faculdade. “Hoje o curso de engenharia tem outra configuração, mas acredito que até há bem pouco tempo ainda era pequena a presença da mulher nos cursos de tecnologia”, conta ao dar exemplo de sua turma. Ana Constantina se formou em engenharia elétrica em 2000, no Centro de Ensino Superior de Maceió, e sua turma, de 60 alunos, tinha 10% de mulheres. “Quando finalizamos, éramos 20 formandos, dos quais apenas três eram mulheres. Quase que se manteve a proporção de 10%”, disse, ao explicar que a realidade foi sempre essa. “Verificava-se essa relação de 10-90% em todas as matérias que peguei, mesmo em turnos diferentes e cursos de férias. A presença feminina era muito incipiente”, explica.

Mesmo assim, a conselheira federal e vice-presidente do Confea não acredita que a mulher esteja em desvantagem profissional em relação ao homem. “Quando você consegue conquistar seu espaço, não há diferença entre a qualidade do homem e da mulher”, diz. Engenheira eletricista, Constantina já atuou nas áreas de montagem industrial, petroquímica, gás natural, açúcar e álcool e no setor público, na empresa estadual Serveal – Serviços de Engenharia do Estado de Alagoas. “A dificuldade de entrar no mercado de trabalho é a apresentação. Depois que você consegue chegar à pessoa certa e ela percebe sua qualidade profissional, não faz diferença se você é homem ou mulher”, defende, ao contar que nos processos seletivos era perguntada se sabia dirigir e se poderia dormir fora de casa. “Creio que esse foi o único diferencial, acho que não fazem essas perguntas aos homens”, diz.

Para as engenheiras que estão entrando no mercado de trabalho agora, Ana Constantina aconselha: “O que é feito por amor e dedicação não tem chance de dar errado. O curso de engenharia é hoje muito mais humanizado e democrático e as mulheres estão conquistando os espaços de forma competente. Isso é só um reflexo da dedicação, dos muitos anos de estudo e de saber aonde se quer chegar. Os três ingredientes para o sucesso profissional são: sonhar, planejar e querer muito”. 

Até o fim desta semana, novas matérias sobre as mulheres que engrandecem o Sistema Confea/Crea e Mútua serão publicadas no site do Conselho Federal.

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Beatriz Leal
Equipe de Comunicação do Confea