Etsuro Murakami

Perfil

Com 46 anos de carreira dedicados à engenharia florestal, Etsuro Murakami é reconhecido no meio profissional por desenvolver projetos de melhoramento genético, baseado nos princípios de uso racional de florestas, preservação de espécies nativas e abastecimento do mercado nacional.

Foi durante sua gestão enquanto diretor Florestal na Rigesa MeadWestvaco, em Três Barras (SC), na década de 1990, por exemplo, que Murakami colaborou para que a empresa de renome internacional alcançasse excelência no projeto de melhoramento de sementes do gênero Pinus, uma das principais matérias-primas para fabricação de papel. Desse trabalho, rendeu sementes capazes de produzir árvores com ótimo custo-benefício. “A produtividade dobrou. As florestas passaram de 25 m³/hectare/ano para 50 m³/hectare/ano. Isso promoveu uma ótima repercussão socioeconômica para Santa Catarina”, lembra.  

Das quase cinco décadas de profissão, Murakami atua há 42 anos no mercado de Santa Catarina, Estado reconhecido por ocupar o quinto lugar no ranking nacional com maior área de florestas plantadas, conforme registra o Anuário Estatístico de Base Florestal de Santa Catarina 2016. É ainda o principal exportador nacional de madeira serrada de Pinus, móveis, portas; e o terceiro de papéis. Nesse setor, Murakami implementou importantes ferramentas de gestão técnico-administrativa. Na área de papel e celulose, também difundiu modernos conceitos de gestão empresarial, os quais ganharam destaque nacional. “No início da minha carreira, percebi que empresas do ramo da celulose não valorizavam os conhecimentos precisos e matemáticos do engenheiro florestal. Era tudo na base do mais ou menos. O esforço que eu fiz foi difundir um processo de gestão capaz de integrar a atividade florestal à produção, tornando-a mais rentável. Foi assim que o engenheiro florestal começou a entrar na indústria de celulose”, conta. 

Ainda em Santa Catarina, Murakami sempre atuou em debates acerca da política florestal regional, na Associação de Comércio e Indústria de Canoinhas (ACIC) e na Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR). Essa experiência ele leva para inúmeros fóruns consultivos e deliberativos do setor florestal nacional dos quais participa.

Desde 2012, trabalha como consultor sênior de negócios florestais desenvolvendo importantes atividades de gestão empresarial em diversas regiões do Brasil. Com isso, Murakami repercute a expertise profissional em projetos e na transferência de tecnologia, além de prestar consultoria personalizada contribuindo para o aprimoramento da engenharia florestal no País: “Trabalho para oferecer aos empreendedores orientações customizadas e baseadas no conceito de florestas do futuro, as quais são realmente sustentáveis e, ao mesmo tempo, rentáveis”.


Atividades Exercidas

 

Trabalhou como engenheiro florestal na Rigesa, empresa que atua há mais de 60 anos no Brasil e integra o Grupo MeadWestvaco Corporation, líder global em embalagens, materiais de escritório e produtos de consumo, produtos químicos especiais e papéis especiais, atendendo consumidores em mais de 100 países - 1971-1975;

Engenheiro florestal e assistente do diretor técnico na Flonibra, onde trabalhou na implantação de eucaliptos no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia. Na empresa, chegou ao cargo de gerente regional -1976-1978;

A serviço da Rigesa, residiu nos Estados Unidos (EUA) por um ano e meio, quando acompanhou operações florestais de suprimento da fábrica de papel kraft e cartão branco em Kentucky e Carolina do Sul - 1980;

Participou de treinamento de executivos em business na Universidade de Virgínia, na escola de Darden (EUA). Ao retornar ao Brasil, participou de estágio em todas as áreas da MeadWestvaco no Brasil - 1998;

Desde 2012, quando se aposentou da Rigesa, atua como consultor sênior de negócios florestais na Brasil Florestal. 

 

Cargos Ocupados

 

Gerente de Suprimentos de Madeira na Rigesa, para a fábrica de papel em Três Barras (SC) - 1978-1980;

Gerente geral do Departamento Florestal na Rigesa - 1981-1982;

Diretor adjunto do Departamento Florestal na Rigesa - 1982-1991;

Diretor Florestal na Rigesa - 1992-2010;

Diretor Corporativo de Negócios Florestais na Rigesa - 2011-2012.

 

Feitos Relevantes

 

Sob a supervisão de Murakami, a Rigesa conquistou em 2005 a certificação de 100% das florestas pelo Cerflor, Programa Brasileiro de Certificação Florestal que comprova que a empresa atua de maneira ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável. A empresa foi a primeira de Santa Catarina, do segmento de embalagens de papelão ondulado, a receber esse reconhecimento. Isso quer dizer que as embalagens de papelão ondulado têm a garantia de rastreabilidade da matéria-prima, proveniente de manejo florestal certificado em todas as etapas de transformação do produto. A certificação também indicava que a empresa havia implementado sistema de manejo de florestas, com base no padrão normativo NBR 14.789/2001, atendendo a princípios, critérios e indicadores elaborados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e inserido no Sistema Brasileiro de Certificação, estabelecido pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro). Entrevistado à época sobre o êxito, Murakami, que era diretor Florestal da Rigesa, disse que a conquista da certificação era um reconhecimento ao trabalho de excelência da equipe. “Com o Cerflor a Rigesa obtém importante diferencial competitivo num mercado cada vez mais exigente em relação às questões de legislação, qualidade, meio ambiente, saúde e segurança”, afirmou. O escopo da certificação abrangeu áreas da Rigesa no planalto norte-catarinense e sul do Paraná, o que totalizava 52 mil hectares, sendo 31 mil hectares de área de florestas plantadas e 21 mil de preservação permanente e reserva legal. 

Entre 2010 e final de 2012, Murakami participou diretamente do planejamento e do estudo de viabilidade econômica para expansão da fábrica de papel de Três Barras (SC), na Rigesa. A proposta era aumentar de 600 toneladas para aproximadamente 1250 toneladas a produção diária de papel marrom para embalagens. O projeto previa ainda a adoção de uma nova máquina para produção de papel em substituição à antiga que datava de 1974. “Na época, eu tinha que cumprir um pedido do diretor industrial: me aposentar somente após a implementação da nova máquina. Para ele, era importante que a área florestal estivesse integrada com a expansão”, conta Murakami, que se despediu da Rigesa com sensação de missão cumprida. Atualmente a unidade de Três Barras produz em torno de 450 mil toneladas de papel por ano.