José de Ribamar Torres da Silva

José de Ribamar

Engenheiro agrônomo, graduado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra, 1977), Especialista em Heveicultura pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (Fcap, 1978) e em Aerofotogrametria aplicada a estudos ambientais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp, 1986), Mestre em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 1986) e Doutor em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV, 1999)

Nascimento: 29 de abril de 1953, em Ananindeua, PA

Falecimento: 22 de abril de 2020, em Rio Branco, AC

Indicação: Associação dos Engenheiros do Estado do Acre (Aeac), Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Acre (Aeaeac) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Acre (Crea-AC)


O conhecimento mudou a vida de José de Ribamar Torres Ribeiro. Perdeu o pai muito jovem e, após a separação entre sua mãe e seu padrasto, tratou de dar aulas de Química para ajudar no sustento da casa. Assim que teve oportunidade, passou no vestibular de Agronomia na Universidade Federal Rural do Pará, já sabendo que o conhecimento e a educação eram os únicos caminhos para atingir a estabilidade e conseguir fazer com que a família toda tivesse o que comer.

“Educação abre portas”, reflete Thalys Beiruth Silva, filho de José de Ribamar. “Ver meu pai no laboratório, a pontualidade, a entrega, a interação e a parceria entre ele e os alunos fizeram com que eu me tornasse um profissional dedicado, são pontos que me inspiram até hoje”, continua. “Conhecimento é legado”.

Formado engenheiro agrônomo e pós-graduado em Heveicultura, em 1984 José de Ribamar idealizou a construção do Laboratório de Ciência do Solo, que fomentou na Universidade Federal do Acre (Ufac) a realização de inúmeras atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão, além de parcerias com outras Instituições Federais de Ensino, sem mencionar os atendimentos das demandas de todo o estado referentes a análises físico-químicas de solos e os inúmeros artigos, publicações, videoaulas e projetos de pesquisa que produziu.

De acordo com Thalys, Ribamar considerava o laboratório parte fundamental do aprendizado profissionalizante. “Só com a teoria, o futuro profissional se torna raso. Como se ensina química dos solos só com teoria? Tem que ter experimento prático, isso faz com que a vivência seja mais completa, a relação do estudante com o curso é outra se ele vai a campo. Mesmo quando meu pai se aposentou, ele continuou atuante no laboratório”. Dos 66 anos da vida de Ribamar, 50 envolveram a arte da educação. Segundo relatos de familiares, seu principal talento era transmitir aos outros, com clareza e objetividade, tudo o que a sua extraordinária capacidade intelectual lhe permitia aprender.

Contribuiu significativamente com o Governo do Estado do Acre, por meio da realização de atividades de extensão na área de levantamento e classificação de solos e no atendimento de produtores e secretarias de assistência técnica rural, com capacitações técnicas de amostragem de solos a campo e de interpretação de análises físico-químicas de solos. Religioso, entre seus hobbies estava a visita, todo domingo, a hospitais a fim de liderar orações coletivas pelas pessoas enfermas. Também lhe aprazia jogar videogame e futebol.

Pai de cinco filhos, em 2020 Ribamar decidiu se aposentar. A uma semana de completar 67 anos, quando finalmente acreditou ser o momento certo para retornar à cidade natal - Ananindeua (PA) - e finalmente poder se dedicar integralmente à família, José de Ribamar Torres da Silva viu seus planos serem brutalmente interrompidos pela Covid-19, doença da qual foi vítima impiedosamente. Por outro lado, esta homenagem registra que - seja pelo Laboratório de Ciência do Solo, seja pelos milhares de profissionais formados, seja pelos terrenos tratados, seja pelos enfermos consolados, seja pela família feliz e estruturada…O legado de Ribamar permanecerá por muito tempo!


Trajetória profissional

Engenheiro Agrônomo na Empresa de Colonização do Acre (1978-1979); Assessor Técnico na Superintendência da Borracha (1978-1979); Professor Associado IV da Universidade Federal do Acre (1979-2020). Tinha experiência na área de Agronomia, com ênfase em gênese, morfologia, classificação, química e fertilidade do solo. Ministrou as disciplinas de Solos e Recuperação de Áreas Degradadas. Na Universidade Federal do Acre - Ufac ocupou os cargos de Coordenador dos cursos de Tecnólogo em Heveicultura e de Engenharia Agronômica; Chefe do Departamento de Ciências Agrárias; Pró-Reitor de graduação em exercício; Diretor da Unidade de Tecnologia de Alimentos; Assessor da Pró-Reitoria de Graduação, atuando no setor de Avaliação Acadêmica dos Cursos de Graduação; Coordenador do Laboratório de Solos; Presidente da Comissão Permanente de Pessoal Docente - CPPD, Tutor do Programa de Educação Tutorial - PET-Agronomia, durante 14 anos; Diretor da Diretoria de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino - Diaden; Membro de Colegiados do Curso Engenharia Agronômica e Geografia; Presidente do Núcleo Docente do Curso de Engenharia Agronômica Estruturante Diretor do Núcleo de Processo Seletivo - Nups. Consultor nas diferentes áreas de solos junto aos Órgãos do Governo do Estado do Acre.