Brasília, 2 de junho de 2010
Em 30 de maio de 1960 criou-se em Viçosa (MG) a Escola Nacional de Florestas, primeira do ramo no Brasil. O belga Jean Dubois foi o professor responsável pela aula inaugural da Escola, no primeiro Curso de Engenharia Florestal no Brasil. Três anos depois, a Escola Nacional de Florestas foi transferida para Curitiba.
Foi na década de 1980 que, com a adoção de incentivos fiscais para o reflorestamento, a base de florestas plantadas no Brasil evoluiu de menos de meio milhão de hectares para mais de seis milhões de hectares, o que proporcionou grande evolução científica em silvicultura, melhoramento genético, manejo e colheita florestal e tecnologia de produtos. A partir de então, o Brasil entrou na lista dos principais produtores florestais do mundo.
Nessas cinco décadas de existência, o presidente da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestal (Sbef), Glauber Pinheiro, destaca o desenvolvimento tecnológico do setor, o avanço na área de pesquisa, a difusão da profissão, a criação de 58 cursos de graduação, a inserção da temática ambiental na sociedade e o reconhecimento do papel que os ecossistemas florestais desempenham na manutenção do equilíbrio ambiental e do bem-estar dos seres humanos. Atualmente, o Brasil ocupa lugar de destaque mundial em ciência e tecnologia florestal.
De acordo com informações Sbef, o setor florestal é responsável por 5% do PIB Brasileiro, com produção florestal anual de US$ 46,1 bilhões, gerando 8,6 milhões de empregos. 61,5% do território brasileiro é coberto por ecossistemas florestais, com atuais 524 milhões de hectares. “Além disso, a nossa produção de matéria-prima ocorre de forma inversa à maioria das indústrias, já que acontece a partir do consumo de CO2, tendo como resíduos água e oxigênio”, lembra Glauber Pinheiro.
A Agência dos Correios lançou selo e carimbo comemorativos aos 50 anos de Engenharia Florestal no Brasil.
Sustentabilidade
“O conceito de sustentabilidade sempre foi um princípio básico da engenharia florestal. Foi com esse objetivo que a profissão foi criada”, explica Glauber Pinheiro. Segundo ele, a matéria-prima de origem florestal é fundamental para a humanidade e necessita de longo tempo para a sua produção. “O crescimento da população e a demanda são diretamente proporcionais. Assim, temos que planejar a atividade para que ela seja sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental”, afirma. “Econômico, para que não haja desabastecimento e para suportar financeiramente os longos ciclos; social, pois haverá um convívio de bastante tempo entre a atividade e as comunidades locais e também porque envolve um grande número de trabalhadores; e ambiental, pois dependemos diretamente das condições ambientais para o sucesso da atividade e da sua perpetuação”, completa.
No mundo
A prática de ensino florestal tem seu registro desde a era Ming, na China, em 1490, embora a primeira escola de silvicultura, que formava especialistas em ciência florestal, tenha sido criada em 1786, em Zillbach, Alemanha, pelo professor Heinrich Cotta, transferida em 1811 para Tharandt, em 1816, transformada na Academia Florestal Real da Saxônia. Em 1825, também na Alemanha, foi fundada a Universidade de Gissem; em 1830, a Academia de Eberswald e a Academia Florestal de Eisenach; depois, as Universidades de Carlsruhe, München e Tübingen, espalhando-se depois por toda a Europa. A primeira escola das Américas foi fundada em 1895, em Baltimore, EUA.
Assessoria de Comunicação do Confea
Com informações da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais