Geoprocessamento amplia campo profissional de geógrafos

Brasília, 26 de maio de 2009

Com um mercado bastante amplo, os geógrafos têm no geoprocessamento sua área de atuação mais promissora. “O foco hoje é o georreferenciamento de imóveis rurais e o levantamento topográfico em imóveis urbanos e rurais”, ressaltou o geógrafo Sebastião Tarcísio Cordeiro, coordenador nacional adjunto das Câmaras Especializadas de Agrimensura do Sistema Confea/Crea.

Uma ciência que utiliza técnicas matemáticas e computacionais no tratamento de informações geográficas, o geoprocessamento tornou-se uma ferramenta indispensável para o exercício profissional, principalmente para os que atuam na área tecnológica. Exemplo disso são os vários concursos realizados por órgãos federais, estaduais e municipais que apresentam questões referentes à matéria.

Para trabalhar na regulação de imóveis rurais junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), por exemplo, um profissional deve ter cursado as cadeiras de topografia aplicada ao georreferenciamento; cartografia; sistemas de referência; projeções cartográficas; ajustamentos e métodos e medidas de posicionamento geodésico.

A partir de demandas como essa, algumas universidades começam a ofertar as disciplinas já na graduação. “É preciso criar novas disciplinas ou alterar algumas já existentes. Na Universidade Estadual do Ceará, por exemplo, conseguimos criar a cadeira de geoprocessamento e georreferenciamento de imóveis rurais”, disse Tarcísio. “Os alunos que estão entrando agora no curso já terão essa cadeira”.

Segundo ele, no entanto, há várias áreas em que a atuação dos geógrafos se sobrepõe à de outras categorias profissionais, principalmente no que se refere a estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA/RIMA). Para resolver esse “sombreamento” com outras profissões, os geógrafos passarão o dia 29 de maio, dia em que se comemora a profissão, trabalhando na Matriz do Conhecimento da Agrimensura, modalidade que envolve as engenharias de agrimensura, cartográfica e geográfica.

O objetivo é melhorar a grade curricular dos cursos e delimitar melhor a área de atuação de cada modalidade profissional integrante do Sistema Confea/Crea, para subsidiar a concessão de atribuições profissionais, com base na Resolução 1.010/05. A Câmara de Agrimensura pretende concluir todo esse estudo em sua próxima reunião, que será realizada nos dias 1º e 2 de junho, na sede do Crea-SP, na capital paulista.

Segundo o gerente de Apoio aos Colegiados do Confea (GAC), Fabio Merlo, a identificação das matrizes de cada modalidade profissional do Sistema Confea/Crea será finalizada em agosto.  Esses dados abastecerão um software que vai gerar as atribuições concedidas com base na Resolução 1.010/05. Em seguida, haverá treinamento dos Creas para fiscalização do exercício profissional de acordo com as novas regras.

Mariana Silva
Assessoria de Comunicação do Confea