Etiquetas do Inmetro comprovarão eficiência energética de construções

Brasília, 29 de julho de 2009.

"Crédito do projeto*"
Pesquisas mostram que a grande concentração de edifícios em uma cidade contribui para o aumento do efeito estufa. Além disso, os arranha-céus espalhados pelas metrópoles mundiais podem consumir mais energia do que o necessário. Por isso, universidades e instituições de engenharia e de arquitetura estudam formas para reduzir o impacto dessas construções sobre o meio ambiente. Um desses estudos acaba de sair do papel: é a etiqueta de eficiência energética em edificações.

Lançada em julho pela Eletrobras e pelo Inmetro e desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), com a participação do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, a etiqueta é o símbolo do programa Procel Edifica. Prédios avaliados obtém conceitos que variam entre A e E, dependendo de como conseguem ser eficientes energeticamente. São analisadas a envoltória, a iluminação e o condicionamento de ar das construções.

Joyce Carlos, pesquisadora do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, que desenvolveu o método para aplicar as etiquetas, informa que existem três tipos de interessados na etiquetagem. “Há vantagens para o proprietário de um imóvel que deseja agregar valor na hora da venda; o segundo interessado é o proprietário que mora na residência e vai pagar uma conta de luz menor; o terceiro interessado é o governo, que dá o exemplo para a população e poupa gastos com uma conta de luz menor”, explica a pesquisadora.

As cinco primeiras construções que receberam a etiqueta foram uma agência da Caixa Econômica Federal em Curitiba; a sede da Caixa Econômica Federal em Belém; o Edifício Cetragua (laboratório da Ufsc); a Faculdade de Tecnologia de Nova Palhoça; e o Centro de Tecnologia do Carvão Limpo, em Criciúma.

Por enquanto, a certificação não é compulsória. Joyce acredita que em cinco anos poderá haver uma movimentação nesse sentido. Até o momento, apenas etiquetas para edifícios comerciais, públicos ou de serviços foram desenvolvidas. As etiquetas para construções residenciais devem ficar prontas no segundo semestre de 2010.

O coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Arquitetura, do Sistema Confea/Crea, Lúcio Dantas Júnior, comenta que, infelizmente, nas fiscalizações que os Creas realizam se encontram muitas construções que não são eficientes quando o assunto é consumo de energia. Entretanto, ele informa que a arquitetura brasileira está criando soluções para o problema.
“O uso de energias limpas como a eólica e solar, já é objeto de diversos estudos e pesquisas visando sua aplicação em grande escala em construções. Através da aplicação de placas fotovoltaicas, a energia solar já é uma realidade em todo o Brasil, seja para o aquecimento de água, seja para a iluminação de ambientes em casas populares, inclusive na região do semi-árido nordestino”, declara Dantas.

*Projeto de Arquitetura:
Bureau de Arquitetura - Arq Cassiano Pitol Zaniratti

Projeto de Consultoria:
Bioclimátika Consultoria - Arq. Carolina Rocha Carvalho & Arq. Raphaela Walger da Fonseca

Thiago Tibúrcio
Assessoria de Comunicação do Confea