Arquitetos solidários trocam experiências de arquitetura com visão social

Brasília, sexta-feira, 8 de fevereiro de 2002. A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) realizou no II Fórum Social Mundial a oficina "Arquitetos Solidários", movimento que começou em 1998 em forma de Organização Não Governamental (ONG) como resultado do movimento sindical dos arquitetos e que se intitulava Arquitetos Voluntários.Foram apresentadas seis experiências de arquitetos que trabalham em Organizações Não Governamentais (ONGs) e/ou empresas com visão social e de sustentabilidade. A oficina aconteceu durante três dias e contou com mais de 140 participantes de cinco países, surpreendendo a organização que previa em torno de 50 pessoas.O sucesso foi tanto que resultou na criação de uma rede visando reunir todas as ONGs e empresas que têm experiência nesse setor ou vontade de obter conhecimento. "A rede visa trocar informações e identificar várias experiências de apoio a populações no sentido de terem vidas sustentáveis nas suas cidades", explicou o arquiteto Eduardo Bimbi, presidente da FNA e coordenador da oficina.O movimento Arquitetos Voluntários nasceu com objetivo de apoiar populações vítimas de catástrofes, naturais ou não, somando para reconstruir países, mostrando para a sociedade qual é o papel do arquiteto.De 98 para 2000 evoluiu e se transformou no atual Arquitetos Solidários. A mudança de nome teve a função de retirar do movimento o caráter de trabalho gratuito, voluntário, sem remuneração para o profissional. " Avançamos mais e nossa linha hoje é estar junto as populações que necessitem do trabalho de arquitetos para criar comunidades sustentáveis. O arquiteto não trabalha só a questão da habitação, mas de todo o habitat, morar é tudo", define Bimbi. Para Bimbi é importante mostrar que o arquiteto no Brasil, no mundo pode ter uma forma de trabalho diferente da tradicional. "Ele não precisa, necessariamente, trabalhar numa empresa ou montar seu escritório para fazer projetos habitacionais. Ele poder ter sua empresa, mas com a preocupação social e da sustentabilidade, existe mercado para isso. A ONG propicia conhecimento, experiências de forma de agir. Mostra uma nova forma de se praticar a arquitetura", disse. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS