Cai desnutrição infantil no Semi-Árido do país

Brasília, 27 de abril de 2006
 
Pesquisa feita em 2005 e divulgada agora mostrou que a desnutrição infantil na região do Semi-Árido, uma das mais pobres do país, vem caindo de forma significativa nos últimos dez anos. O estudo, designado "Chamada Nutricional", revelou que 6,6% das crianças com até cinco anos de idade que vivem na região sofrem de desnutrição crônica (déficit de altura). O índice é 11 pontos percentuais menor que o registrado em 1996 em pesquisa semelhante realizada no Nordeste brasileiro, quando o percentual era de 17,9%.

A pesquisa foi realizada em agosto do ano passado, durante a campanha de vacinação infantil. Foram avaliadas 17 mil crianças com até cinco anos de idade de 307 municípios do Semi-Árido, composto por oito estados da região Nordeste e do norte de Minas Gerais. O estudo foi elaborado pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e à Saúde, em parceria com prefeituras, governos estaduais, 10 universidades públicas e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

Um dos principais fatores atribuídos à queda da desnutrição infantil é a melhoria na alimentação dessas crianças, o que mostra a importância do programa Bolsa Família em regiões carentes do país.

Conforme a pesquisa, quanto maior a renda da família, menor é o índice de desnutrição infantil. Na classe "E", 10% das crianças apresentam quadro de desnutrição crônica, na classe "D", esse índice é de 6,8% e na classe "C" é de 2,5%. Entre as crianças das famílias que fazem menos de três refeições por dia, o índice de desnutrição crônica chega a 16,4%; três vezes maior do que entre as crianças que fazem três refeições ou mais - 5,8%.  "O estudo apontou que a alimentação regular é fator preponderante para reduzir a desnutrição infantil", explica  o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Carlos Augusto Monteiro, que coordenou a análise dos dados.

A "Chamada Nutricional" indica ainda os efeitos dos programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família. Se não fossem atendidas, as crianças de seis a 11 meses de idades beneficiárias do programa teriam mais chances - 62,1% - de apresentar desnutrição crônica. Há também redução do risco de 28,3% em crianças de 1 a 3 anos de idade e de 25,7% na população infantil na faixa etária entre 3 e 5 anos.

Investimentos no Semi-árido - Os investimentos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no Semi-Árido em 2005 totalizaram R$ 3,9 bilhões. Os recursos são repassados para uma série de programas sociais, como o Bolsa Família e outras ações voltadas especificamente para a região. Uma delas é o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, modalidade Leite (PAA - Leite), que destinou R$ 190,7 milhões para adquirir o produto de 20 mil pequenos produtores e distribuir para 700 mil famílias, diariamente. Já para o Programa de Cisternas foram repassados R$ 64 milhões, que permitiram a construção de 49 mil cisternas beneficiando quase 200 mil pessoas.   

Números da pesquisa - 6,6% das crianças com até cinco anos de idade apresentam quadro de desnutrição crônica no Semi- Árido;  Em 1996, esse índice era de 17,9%. Crianças que fazem menos de três refeições por dia têm índice de desnutrição três vezes maior do que as que fazem três ou mais refeições diárias. Crianças entre seis e 11 meses de idade que recebem a Bolsa Família teriam 62,1% mais chances de desenvolver desnutrição, caso não recebessem o benefício. 

Assessoria de Comunicação do Governo Federal