Confea participa de debate sobre empreendedorismo promovido pela CNI

Brasília, quarta-feira, 03 de agosto de 2005

O presidente do Sistema Confea/Crea, eng. Wilson Lang, participou ontem à tarde do fórum “Desenvolvimento Empresarial para o Século XXI”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi. Dentre as autoridades presentes, estavam o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o Ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio e Exterior, Luiz Fernando Furlam, e o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto.

O Ministro Sérgio Rezende defendeu a necessidade do aumento do número de cientistas e engenheiros e o Ministro Furlam, falou da importância de estimular a internacionalização da indústria brasileira e a conquista de novos mercados.

Para o presidente do Confea, o fórum foi muito rico, um dos assuntos mais esperados foi sobre o empreededorismo, que não deixou a desejar com a palestra do professor Gabriel Hawawini, que trouxe informações importantes para o Conselho que está trabalhando nesse segmento.

Foram convidados para proferir palestras no fórum três especialistas do INSEAD, que são referência mundial em business administration: Gabriel Hawawini, professor titular da Cátedra, Henry Grunfeld de Operações Bancárias de Investimento e atual reitor do INSEAD, formado em Engenharia Química pela Universidade de Toulose, na França, e doutor em Economia e Finanças pela New York University. Soumitra Dutta, da Índia, professor titular da Cátedra Roland Berger de Negócios e Tecnologia e Pró-Reitor de Educação Executiva no INSEAD e a professora e palestrante do INSEAD, Lourdes Casanova, da Espanha, especialista em negócios internacionais com foco na América Latina.

O professor Gabriel Hawawini, falou sobre o dom de ser empreendedor. Segundo ele, qualquer um pode ser empresário, basta ter as ferramentas necessárias e trabalhar bastante. Ele ressaltou a importância do papel das instituições de ensino para encorajar o empreenderorismo. Para ele, muitas vezes a pessoa se torna empresário por necessidade, ou então, porque o pai ou algum familiar trabalha nesse segmento. “O empresário é um homem de negócios fracassado, porque nunca desiste, é com os erros que ele vai melhorando e se aperfeiçoando, não desistindo nunca”, ressaltou o professor.

Ele falou também da importância da inovação. Enfatizou que as empresas têm que estar conectada ao mundo, que têm que ter as melhores idéias, estarem dispostas a correr riscos. Empreededorismo Coorporativo foi outro assunto abordado, que é diferente da idéia de simplesmente investir dinheiro, é a capacidade de comparar habilidade e competência, de fazer as coisas através de um grupo de pessoas, calcular riscos, criar valor. O professor terminou sua palestra dando o seguinte recado aos empresários: “é preciso olhar para o global e agir de maneira local”.

O segundo palestrante, o professor Soumitra Dutta, da Índia, membro do Fórum Econômico Mundial, proferiu sua palestra baseada em gráficos que revelam o desenvolvimento de alguns países nos últimos 25 anos, de acordo com o índice da taxa Networked Readiness Index (NRI) que mede as condições de investimento na área tecnológica. Segundo o relatório, que será apresentado em Davos no ano que vem, os países desenvolvidos usam pouco da tecnologia, enquanto os que estão em desenvolvimento são os que mais se beneficiam, como por exemplo, a Índia, que cresceu muito na área tecnológica. Para ele é preciso todo um ambiente favorável para que o país desenvolva, não basta apenas um país como o Brasil, fazer um programa de inclusão digital sem melhorar nas outras áreas, como educação, por exemplo.

A última a falar foi a professora e palestrante do INSEAD, Lourdes Casanova. Segundo ela, a economia brasileira no ano passado foi muito boa repetindo o mesmo resultado este ano. Ela questionou a alta taxa de juros que é ótima para o setor financeiro, mas que emperra o crescimento de outras áreas. Para Casanova, um dos grandes problemas do Brasil continua sendo a desigualdade social que sempre é tema de palestras, mas nunca muda de cenário. Ela destacou a importância do Brasil investir nas suas marcas, deu um exemplo do Vietnam que hoje é o maior produtor de café. Lembrou que apesar do Brasil ter sido um grande exportador deste produto, hoje não se tem notícia no mercado internacional de alguma marca de café brasileiro. A palestrante disse que o Brasil precisa aprender a fazer parcerias de empresas públicas com as privadas e que precisa desenvolver seus produtos internacionalmente.

Isabel Meneghetti
Da Equipe da ACOM