Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação reúne Profissionais em Florianópolis

Brasília, quarta-feira, 10 de agosto de 2005.

A descentralização dos recursos de ciência, tecnologia e inovação e a criação de incentivos para o desenvolvimento de unidades de pesquisa & desenvolvimento de empresas de médio e grande porte em ambientes apropriados de inovação, como incubadoras e parques tecnológicos. Essas foram as principais propostas surgidas no grupo que debateu o tema P&D nas Empresas do Sul e a Cultura de Geração de Riqueza por meio de CT&I,  da Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação, que  começou ontem e vai até hoje, em Florianópolis (SC).

O coordenador do grupo é o pesquisador José Eduardo Fiates, da Fundação CERTI (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) e da Amprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas). Segundo ele, os participantes procuraram debater as adaptações e melhorias possíveis nas políticas públicas do setor com o objetivo de preparar melhor o setor de CT&I para interagir com a área empresarial e incentivar a própria iniciativa privada a investir em P&D.

Para Fiates, a descentralização dos recursos permitiria uma operação mais ágil e a criação de unidades de P&D em incubadoras e parques tecnológicos e ajudaria a "inocular o vírus da CT&I em empresas mais conservadoras, por exemplo".

Outro ponto discutido foi a Lei de Inovação, que está em fase de regulamentação. Segundo Fiates, é fundamental que, "quando forem definidos os incentivos e subvenções para empresas, seja dada ênfase ao aspecto de mercado para prospecção de oportunidades de negócio de CT&I, e não somente às questões relativas à P&D". Além disso, de acordo com Fiates, é necessário, por meio da Lei de Inovação, valorizar, do ponto de vista profissional, o acadêmico que desenvolve atividades técnicas e de cooperação com o setor privado, não considerar apenas a produção de papers.

Além desses temas, foi debatida também, a questão em difundir a cultura de propriedade intelectual e a importância do registro de patentes que seria um dos grandes avanços da ciência e tecnologia no Brasil, segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Otávio Pimentel. "Atualmente, o pesquisador brasileiro é mais valorizado pelo número de trabalhos publicados do que pelas inovações tecnológicas e produtos exclusivos criados por ele", garantiu Pimentel, que coordenou o grupo Marcos Regulatórios, na Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Uma das propostas formuladas pelo grupo para driblar esse entrave é a inserção de disciplinas que incluam a propriedade intelectual nos currículos dos cursos nas universidades.

A Regional Sul é o terceiro dos cinco encontros preparatórios para a 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será realizada nos próximos dias 16, 17 e 18 de novembro, em Brasília. Neste ano, a conferência discutirá como a ciência, a tecnologia e a inovação tecnológica podem contribuir para o desenvolvimento sustentado do País e terá a missão de convencer a sociedade de que a CT&I deve ser adotada como estratégia para o crescimento brasileiro.

Agência de notícia do MCT