Educação a Distância é tema de palestra na sessão plenária ordinária


Brasília (DF), quinta-feira, 28 de abril de 2005

Conselheiros federais tiveram a oportunidade de aprofundar ainda mais os conhecimentos sobre os avanços da Educação Continuada no país durante a palestra do Secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Ronaldo Mota, à tarde, no plenário do Confea. A atividade fez parte da programação da sessão plenária ordinária 1.327 e também contou a com participação do economista Marcos Formiga, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vice-presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABEDI).

Segundo Ronaldo Mota, daqui a 10 anos a discussão a respeito da modalidade de educação a distância não existirá. “A pergunta será se ainda existirá algum curso no país totalmente presencial”, disse. Para ele, a educação a distância estará presente em  todos os meios de formação educacional e se dará de forma diferenciada. “Não há nenhum indicador de que ela pode gerar má qualidade. Ao contrário. Sempre tem bons resultados onde é bem aplicada”, ressaltou.

O secretário avalia que no futuro, a continuidade dos estudos e formação profissional estarão lado a lado. Na sua opinião, caminha-se para uma educação continuada ao longo da vida profissional. Para ele a educação a distância, ao contrário do que se imagina, também se aplica à educação infantil, citando como exemplo a TV Escola. “Embora estejamos na era da informática, a questão da TV vai ser um elemento importante”, observou.

Universidade aberta - Ronaldo Mota ressaltou a importância da proposta de formulação da universidade aberta e a intenção de estabelecer um consórcio entre municípios, estados e União no sentido de se criar um pólo municipal ou regional dotado de condições bem definidas, como laboratórios e tutores, onde o estado seja responsável pela garantia das infovias, quando for o caso, com a incorporação da rede nacional de pesquisas e as universidades, por meio da formação de um pool.

A missão, explicou, seria iniciar a oferta de cursos de graduação onde já exista uma base consolidada, processo feito em articulação com a universidade aberta que teria, além desse papel, a oportunidade de oferecer um conjunto de outras atividades e cursos voltados para àqueles já inseridos no setor produtivo.

“Trata-se de um sistema que, se bem operado, realiza um processo de inclusão social, já que permite uma oferta de cursos gratuitos”, citou. De acordo com o palestrante, boa parte dessa logística seria sustentada pelas empresas estatais que têm recursos para desempenhar funções sociais e interesse na área educacional, como Banco do Brasi, Caixa Econômica, BNDES, entre outras.

Quanto aos cursos de Engenharia e sua interação com a modalidade de educação a distância, Ronaldo Mota observou que há aspectos dessa modalidade que já estão sendo incorporados.

Pioneirismo – O vice-presidente da ABEDI, Marcos Formiga, fez um breve histórico da criação da entidade, há 10 anos e que hoje reúne mais de dois mil sócios, reafirmando a posição da educação a distância. “Atualmente existe uma história de sucesso dessa modalidade, também por meio do ensino por correspondência, pelo rádio e pela TV, com os telecursos. Agora estamos no limiar de uma nova era com a educação a distância e a Internet”, esclareceu.

Para Formiga, o Sistema Confea/Crea pode e deve ser um dos parceiros no projeto da universidade aberta. Ele disse que outra idéia é a criação de uma comunidade científica de pesquisadores de educação a distância no Brasil. Tratou ainda ainda da importância da educação corporativa. “A Engenharia e as áreas afins são um campo fértil para essa modalidade que vem crescendo com a Internet”, comentou.

O presidente do Confea, eng. Wilson Lang relembrou que uma das suas metas em 1999 foi a proposta de educação continuada, que, na sua opinião, mantém o profissional em constante estágio de aprimoramento.

Adriana Baumgratz
Da equipe da ACOM