Elequicina é a nova coordenadora do GT de Engenharia de Segurança

Brasília, quarta-feira, 13 de março de 2002.

Indicada pelos presidentes dos Creas, a engenheira Maria
"Engª Maria Elequicina - Dalmi Rodrigues de Moraes"
Elequicina dos Santos assumiu hoje a Coordenação do Grupo de Trabalho do Colégio de Presidentes de Engenharia de Segurança do Trabalho. Sob a nova coordenação, a primeira reunião do GT terminou com uma visita a todas as Câmaras Especializadas, que estão reunidas em Brasília para o Encontro Anual.

“Nosso trabalho é de mudança de mentalidade, e este momento é impar. Temos o indicativo do IV CNP para a criação da Câmara Especializada de Segurança do Trabalho, e o apoio do presidente do Confea. Estamos visitando as Câmaras para esclarecer a todos a importância da criação da Câmara, e que queremos um trabalho conjunto”, afirmou.

Na opinião da engenheira, e consenso no GT, as atribuições do engenheiro de segurança não competem nem interferem nas das demais formações. Ao contrário, são complementares. “Trabalhando em conjunto só poderemos obter um excelente resultado final”, disse Elequicina, garantindo maior qualidade dos profissionais na prestação de serviços à sociedade.

A nova coordenadora acredita que até o final do ano alguns Creas já terão instaladas Câmaras de Engenharia de Segurança. E a aprovação da Câmara, no Plenário do Confea, possibilitará unificar o procedimento de fiscalização do exercício profissional do engenheiro de Segurança do Trabalho. “Só a Câmara tem essa atribuição, de dar as diretrizes para a fiscalização do exercício profissional “, lembrou a engenheira.

Consolidando avanços

O ex-coordenador do GT, engenheiro Reynaldo Barros, divide com a engenheira Elequicina a opinião de que até o final do ano o Plenário do Confea dê o indicativo de homologação das Câmaras que os Creas possam criar. Como ela, também analisa o momento como o mais oportuno para a consolidação da luta dos engenheiros de segurança.

Ele acredita que a Câmara Especializada possa romper o círculo vicioso que existe hoje no País. “Em função de brecha na legislação, as empresas são oneradas para cumprir a legislação, efetivamente não controlam os riscos de acidentes no trabalho, a fiscalização do exercício profissional não tem nenhum padrão, e o trabalhador, lá na ponta, continua sem assistência e proteção”, afirma.

O engenheiro lembra que o País registrou no ano passado 400 mil acidentes de trabalho, com o saldo de 3.800 mortes e 15 mutilados. Mas este número, afirma Barros, não deve refletir a realidade, já que é feita entre os 25 milhões de segurados pela Previdência Social, mas temos 80 milhões de trabalhadores economicamente ativos.

Além da criação da Câmara Especializada, o engenheiro e a nova coordenadora do GT lembram que o convênio assinado pelo Confea e Ministério do Trabalho, foi o outro passo importante para os profissionais da área. “Com o convênio vamos realizar um trabalho conjunto para corrigir a legislação”, afirmam.

O convênio terá como projeto-piloto o estado do Rio Grande do Norte. E significa a possibilidade de demonstrar a importância de manter a atribuição do engenheiro de segurança do trabalho no diagnóstico dos riscos e nos planos de redução dos acidentes.

Além da posse de Elequicina dos Santos, o GT escolheu ainda o engenheiro Carlos Augusto, também do Crea/RN, como coordenador nacional de Comissões de Engenheiros de Segurança do Trabalho. Como adjunta foi eleita Alice Scholl, do Crea/RS.

Amanhã (14.03), o GT reúne-se para traçar o plano de ação para 2002.

Christina Velho - jornalista convidada