Profissionais do Sistema Confea/Crea conhecem in loco base petrolífera na Amazônia

Brasília, quinta-feira, 1 de agosto de 2002. Uma visita à base petrolífera de Urucu, formalmente
chamada de Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia do Solimões (N-BSOL), localizada a 911 km de Manaus por via fluvial, deu início ao Seminário Nacional "Meio Ambiente, Gás e Petróleo na Amazônia", realizado pelo Confea, através da Comissão de Assuntos Nacionais (CAN) e o Crea-AM nos dias 29 e 30 de julho últimos.A tecnologia de ponta utilizada na unidade de produção impressionou os 40 visitantes entre presidentes de Creas, de entidades nacionais, conselheiros federais, estaduais e profissionais de um modo geral. Num passeio pelas instalações da base petrolífera pouco se vê funcionários transitando, o que surpreende. "Onde estão todos que fazem as coisas acontecerem?", perguntam os visitantes. "Na sala de controle, tudo é absolutamente automatizado. Caso haja necessidade, podemos interromper qualquer parte do campo produtor a qualquer momento num simples apertar de botão. Temos total controle de produção dos poços de petróleo, o que é inédito no mundo", responde orgulhoso Mauro Mendes, gerente do ativo de produção de Urucu, que acompanhou o grupo.O complexo petrolífero de Urucu explora e produz gás natural e óleo, a partir da retirada de petróleo. A história da exploração de petróleo na Amazônia começa em1954, quando a Petrobras descobriu ou chamado "ouro negro" em quantidades não comerciais nas cidades Nova Olinda, Autás Mirim e Maués, no Estado do Amazonas. Em 1978, descobriu a província de gás Juruá e em 1986 a província petrolífera de Urucu, dois anos depois começou a produção comercial de petróleo na última.Em 1998 foi iniciado a operação do poliduto Urucu/Coari - cidade mais próxima da base petrolífera - com 285 km de extensão. Em 2000 foi concluído a implantação do projeto de aumento da capacidade de produção da base, que atualmente é de 55.000 bbl/dia.O complexo soma um investimento hoje de US$ 7,5 bilhões/ano, tem um faturamento de US$ 500 milhões/ano e gera 1.740 empregos. Tem uma média de quatro acidentes por ano, mas persegue a meta zero, investindo em segurança. A maior parte dos trabalhadores são dos municípios de Coari, a 470 km, e Carauari a 1.522 km, por via fluvial. Alguns trabalhadores estudam na Escola Esperança, da própria base petrolífera. O regime de trabalho é de 15 dias por 15 de folga. Na folga, eles dão continuidade aos estudos em escolas dos seus municípios.Urucu tem um aeródromo com pista de 1.300 m, utilizado para embarque e desembarque dos empregados e visitantes e para transporte de carga, dois portos para recebimento e envio de cargas pesadas, 71 km de estradas pavimentadas e 39 km não pavimentadas.São 67 poços de petróleo perfurados, dos quais 49 estão produzindo. A extração média diária de petróleo é 56,9 mil barris. A produção média diária de gás natural é de 7,5 milhões de metros cúbicos e a de óleo é 44,6 mil barris. Urucu tem ainda uma Unidade de Processamento de diesel com capacidade de produção de 40 mil litros/dia para suprir o consumo interno de veículos e motores movidos a diesel. Uma termoelétrica movida a gás natural, com capacidade de geração de 16 MW, que supre todo o consumo interno.Toda a matriz energética da base petrolífera é movida a gás natural. Urucu conta também com uma unidade de Processamento do Gás Natural (UPGN) com capacidade de geração de 1100 t/d de GLP (gás de cozinha) que soma 84.600 botijões de 13 kg por dia - a maior do país - que supre toda a Amazônia Legal. Na base opera o primeiro posto de gás natural da região.Os resíduos sólidos domésticos e industriais gerados em Urucu são tratados com técnicas modernas, levando em conta a questão ambiental. Na base é mantido um orquidário com cerca de 2.100 orquídeas e 40 bromélias. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS