Crea-RJ defende o posicionamento institucional unificado

Em continuidade a seu primeiro mandato, o engenheiro eletricista Luiz Cosenza defende a integração das ações do Sistema e fala em desburocratizar e inovar no Regional

 

Brasília, 7 de dezembro de 2020.

A ligação com o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro e com a Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricistas – ABEE-RJ possibilitou que o engenheiro eletricista e engenheiro de segurança do trabalho Luiz Antonio Cosenza chegasse ao Sistema Confea/Crea. Antes, havia atuado junto ao Clube de Engenharia e Associação de Engenheiros da Central do Brasil e à Associação dos Engenheiros Ferroviários - AENFER, enquanto atuava profissionalmente em empresas do setor público. Até eleger-se em 2017, foram oito mandatos à frente da Câmara Especializada de Energia Elétrica e atuação em diversas comissões, além de três mandatos de vice-presidente.

Reeleito, Cosenza pretende dar continuidade a iniciativas voltadas a investimentos em tecnologia da informação, fiscalização e apoio a entidades de classe, incrementando também a atuação no interior por meio de convênios com prefeituras. Outra intenção é desburocratizar a atuação do Regional. “Desburocratizar procedimentos internos para agilizar a tramitação de processos; maior rigidez nas metas de entregas; investir em recursos humanos e gestão de pessoal para aprimorar os serviços; agilizar a tramitação de processos de profissionais, instituições de ensino e empresas”, descreve.  

Ele também pretende contribuir para o maior equilíbrio em torno da atuação feminina no Regional, que dispõe de um comitê voltado para o tema. “A área tecnológica ainda é predominantemente ocupada por homens. Mas isso vem mudando ao longo dos anos, e o que se vê é a mulher com cada vez mais destaque, em posições de grande importância”, diz, defendendo ainda a equiparação salarial e de oportunidades entre os sexos.

Quanto ao papel do Sistema Confea/Crea, na entrevista a seguir, Cosenza manifesta a importância de incentivar a troca e o compartilhamento de experiências, as decisões unificadas, a integração dos sistemas para a construção de um posicionamento técnico e institucional único. “Só assim, o Sistema Confea/Crea poderá protagonizar o crescimento de que o país tanto necessita, propondo soluções que contribuam para o fortalecimento das profissões, o reconhecimento da importância de seu trabalho e, sobretudo, o desenvolvimento nacional”, diz. 
 


Site do Confea: Pode nos falar um pouco sobre sua trajetória até chegar à presidência do Crea?

Luiz Cosenza: Sempre participei ativamente em entidades de classe ligadas à Engenharia, como o Sindicato dos Engenheiros, o Clube de Engenharia, a Associação de Engenheiros da Central do Brasil e a Associação dos Engenheiros Ferroviários. Minha aproximação com o Crea-RJ aconteceu quando me tornei conselheiro, representando o Sindicato dos Engenheiros no Rio de Janeiro e a Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricistas do Rio de Janeiro – ABEE-RJ. Como conselheiro, cumpri diversos mandatos, como coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica, Comissões do Terço, Ética, Atos e Normas, Relações Institucionais, Análise e Prevenção de Acidentes, Orçamento e Tomada de Contas e Comissão Eleitoral e, por três mandatos, a função de vice-presidente. 

Site do Confea: Quais iniciativas foram tomadas que terão continuidade no segundo mandato, principalmente dentro da temática equidade de gênero?

Luiz Cosenza: Como vice-presidente, pude observar muito de perto diversos pontos que deveriam ser melhorados no dia a dia do Crea-RJ. Assim, ao assumir a presidência pela primeira vez, foi possível colocar em prática as mudanças necessárias, como investimento em Tecnologia da Informação, agilidade nos procedimentos internos e valorização dos recursos humanos da casa. Além disso, focamos fortemente no interior do Estado, com ações específicas de fiscalização, convênios com prefeituras, organização de cursos e palestras gratuitas e fomento e apoio às entidades de classe. No que se refere à equidade, o Crea-RJ possui o Comitê Pró-equidade de Gênero e Raça há muitos anos. Em 2020, nossas atividades foram afetadas por conta da pandemia, mas chegamos a ter tempo de fazer uma importante ação por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Realizamos uma palestra sobre os Direitos da Mulher, seguida de debate sobre o tema com especialistas da área. Além disso, ainda pela passagem da data, realizamos a mostra “Mulheres da Arquitetura e Tecnologia”, em parceria com a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro - Seaerj e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro - CAU/RJ.

Site do Confea: O senhor acredita que esse crescimento da representação feminina no Sistema já é fruto do Programa Mulher? 

Luiz Cosenza: Termos hoje mulheres presidindo quatro Creas. É realmente um grande fato a ser comemorado. Ainda mais se contabilizarmos também todas as nossas conselheiras. Entretanto, ainda há muito o que equilibrar, desde a ocupação das vagas nas universidades por mulheres, quanto a sua presença no Sistema. No Crea-RJ, nosso Comitê trabalha com esse objetivo.

Site do Confea: Qual a importância de trabalhar essa equidade de gênero, principalmente no Sistema Confea/Crea? 

Luiz Cosenza: A área tecnológica ainda é predominantemente ocupada por homens. Mas isso vem mudando ao longo dos anos, e o que se vê é a mulher com cada vez mais destaque, em posições de grande importância. Além de incentivar o ingresso das mulheres nas engenharias e geociências, o que precisa ser feito é lutar pela igualdade de oportunidades e salários. Não é mais possível tolerar profissionais de sexos diferentes, exercendo a mesma função, e a mulher ter menor remuneração. 

Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar? 

Luiz Cosenza: O projeto para esses três próximos anos é aprofundar as ações adotadas no primeiro mandato e desburocratizar, ainda mais, o Crea-RJ, a fim de torná-lo mais funcional e dinâmico. Desburocratizar procedimentos internos para agilizar a tramitação de processos; maior rigidez nas metas de entregas; investir em recursos humanos e gestão de pessoal para aprimorar os serviços; agilizar a tramitação de processos de profissionais, instituições de ensino e empresas; e implantar aplicativo de celular contemplando todos os serviços disponibilizados pelo Crea-RJ são parte do planejamento.

Site do Confea:  O senhor acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demande alguma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a sua gestão irá atuar neste sentido? 

Luiz Cosenza: A Mútua é importantíssima, tanto para os profissionais, quanto para os próprios Creas. Para os profissionais, vamos seguir na divulgação dos benefícios disponibilizados para os associados, já que boa parte dos profissionais não tem conhecimento da existência da nossa Caixa de Assistência. Para o Crea-RJ, queremos poder contar cada vez mais com as contrapartidas disponíveis de investimento e incentivo, ferramentas fundamentais para nossa modernização em benefício dos profissionais e da sociedade.

Site do Confea: O senhor acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Luiz Cosenza: O Brasil é um país de dimensões continentais. É claro que cada região, cada estado tem suas peculiaridades e os Creas precisam ter ações e estratégias específicas para atender as demandas locais. Entretanto, a troca e compartilhamento de experiências, as decisões unificadas, a integração dos sistemas são ações fundamentais para a construção de um posicionamento técnico e institucional único. Só assim, o Sistema Confea/Crea poderá protagonizar o crescimento que o país tanto necessita, propondo soluções que contribuam para o fortalecimento das profissões, o reconhecimento da importância de seu trabalho e, sobretudo, o desenvolvimento nacional. 

Site do Confea:  Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua opinião sobre essa viabilidade?

Luiz Cosenza: Não existe desenvolvimento sem Engenharia. O crescimento socioeconômico e a modernização do país estão ligados diretamente às profissões da área tecnológica. Valorizar nossas profissões, nossos profissionais e, principalmente, nossas empresas - grandes produtoras de tecnologia e conhecimento - é um dos passos para defender e garantir a soberania nacional.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea com a colaboração de Manuela Pinho (Crea-RJ)