Missão do Confea mostra potencial do megaporto de Chancay. Veja série

Brasília, 16 de maio de 2025.  

Com os portos do Brasil no limite e mais caros, empresas brasileiras começam a descobrir as vantagens de exportar para a Ásia por um megaporto recém-construído no Peru. É o que mostra o segundo episódio (15/5) da série de reportagens do Jornal da Band, que acompanhou a missão internacional do Sistema Confea/Crea e Mútua em visita técnica ao Porto de Chancay, no mês de abril.   

Em duas décadas, o comércio entre Brasil e China aumentou mais de 20 vezes. Mas a infraestrutura dos portos brasileiros não acompanhou essa tendência, como alerta o consultor em infraestrutura Olivier Girard. “Nosso porto de Santos está no limite do gargalo operacional com o uso da capacidade chegando a 95%”, afirma o especialista.  

Outra limitação é o alto custo da fila nos portos. Em 2024, as empresas gastaram R$ 13 bilhões com taxas de permanência dos navios nos terminais. Fora isso, os portos não têm profundidade suficiente para receber os navios mais modernos que hoje circulam pelo mundo. Neste quesito, o Porto de Chancay tem profundidade para os maiores cargueiros, com capacidade para transportar até 22 mil contêineres, como adianta o chefe de Comunicação do empreendimento, Cesar Cacho.

Confira a participação do presidente do Confea no primeiro episódio da série da Band Jornalismo. Para Vinicius Marchese, o megaporto de Chancay é um exemplo de engenharia a ser seguido pelo Brasil 


Infraestrutura  
O projeto, que promete ser o maior complexo portuário da América do Sul, é liderado pela estatal chinesa Colco Shipping Ports (60%) e a empresa peruana Volcan Compañia Minera (40%). A estimativa é de que a infraestrutura receba aproximadamente R$ 20 bilhões em investimentos para a construção de 15 embarcadouros, serviços logísticos, escritórios e um túnel de 2 km para transporte de carga. A primeira fase do complexo foi inaugurada em novembro do ano passado a 70 km de Lima.   

Com a nova infraestrutura, a viagem entre os continentes americano e asiático irá reduzir em até 15 dias, oferecendo uma via estratégica tanto para o escoamento de produtos sul-americanos quanto para o desembarque de mercadorias chinesas. Além de facilitar a chegada de itens importados na América do Sul, o porto deve impulsionar as exportações de minérios — como lítio e cobre — e de produtos agrícolas, com destaque para a soja.   

No Acre, algumas empresas já exportam 100% pelo porto do Peru. “Temos a expectativa de aumentar em torno de 300% a exportação. O mercado asiático é extremamente consumidor e é o que todas as indústrias desejam alcançar e está aqui na nossa porta”, comenta Luís Benites, diretor de produção de uma empresa que exporta carne suína.  

Já as indústrias de Manaus podem ampliar a importação de peças e componentes eletrônicos que são usados na linha de produção. “Nós esperamos que alguns insumos durante este ano já atendam ao polo industrial através da rota de Chancay”, aposta o presidente da Superintendência da Zona Franca de Manaus, João Bosco Saraiva, com expectativa de que os entraves para escoamento da carga sejam resolvidos o quanto antes. Uma das limitações é a falta de fiscais da Receita Federal e do Ministério da Agricultura para fazer o desembaraço de carga na fronteira, assunto que será destaque do episódio de sábado da série de reportagens. Confira no canal da Band Jornalismo

 

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Julianna Curado  
Equipe de Comunicação do Confea, com informações do Jornal da Band