Brasília, 11 de setembro de 2025.
A Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp) foi fundada em 30 de janeiro de 1976, a partir da integração de institutos isolados de ensino superior criados no século XX no estado de São Paulo, a primeira unidade federativa a inaugurar no Brasil o conceito de "universidade de pesquisa". A ideia foi importada pelo jornalista, político e empresário Júlio de Mesquita Filho, que dá nome à universidade. Em 2025, às vésperas de completar 50 anos, a instituição conquista a mais alta honraria do setor, concedida pelo Confea e Crea-SP, destacando-se nacionalmente por sua contribuição à engenharia, à agronomia e às geociências.
De distribuição peculiar e grande abrangência territorial, a Unesp está nas regiões administrativas mais populosas do estado de São Paulo e possui sede administrativa própria na região central da capital paulista, que abriga também a sede da Editora Unesp, líder no segmento das editoras universitárias brasileiras.
No total, são 24 câmpus universitários, sendo 22 no interior, um na capital e um no litoral, situados nos municípios de Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Dracena, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Registro, Rio Claro, Rosana, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, São Vicente, Sorocaba e Tupã.

As unidades universitárias englobam 136 cursos de graduação e 140 programas de pós-graduação, em todas as áreas do conhecimento. A universidade possui unidades complementares, focadas em pesquisa, como o Instituto de Física Teórica em São Paulo, o Instituto de Biotecnologia em Botucatu, o Instituto de Estudos Avançados do Mar em São Vicente, o Centro de Aquicultura da Unesp em Jaboticabal e o Centro de Estudos Ambientais em Rio Claro.
Na Unesp, 18 dos 24 câmpus possuem algum curso de graduação voltado às engenharias das mais diversas naturezas. Há câmpus especializados e com pesquisas avançadas nas áreas mais clássicas, como a Faculdade de Engenharia do câmpus de Ilha Solteira (engenharias civil, elétrica, mecânica e agronômica), a Faculdade de Engenharia e Ciências do câmpus de Guaratinguetá (engenharias civil, elétrica, mecânica, de materiais e de produção) e o Instituto de Ciências e Engenharia do câmpus de Itapeva (engenharias industrial - madeira e de produção), com trabalhos relevantes com células fotovoltaicas e sistemas de armazenamento de energia e pesquisas de ponta em robótica, automação e desenvolvimento de materiais para tecnologias assistivas.
Por outro lado, existem cursos de engenharia com projetos político-pedagógicos singulares, com forte traço de interdisciplinaridade ou presença marcante de ações extensionistas, como as engenharias aeronáutica, eletrônica e de telecomunicações no câmpus de São João da Boa Vista, a engenharia cartográfica e de agrimensura oferecida em Presidente Prudente, a engenharia de pesca em Registro, a engenharia de energia em Rosana e a engenharia de bioprocessos e biotecnologia, oferecida em Assis e em Botucatu.

De todas as engenharias, contudo, nenhuma está mais presente na Unesp do que a agronômica, oferecida nos câmpus de Botucatu, Dracena, Ilha Solteira, Jaboticabal e Registro. As ciências agrárias compõem uma das principais "fortalezas" da universidade, ou seja, áreas em que o conhecimento produzido em seus câmpus serve como referência, na fronteira do conhecimento. São pesquisas, por exemplo, nas áreas de melhoramento genético, engenharia e sustentabilidade agrícola e biotecnologia aplicada, entre outras, apoiadas por seis fazendas de ensino, pesquisa e extensão mantidas pela universidade.
Também há diferenciais importantes em outras áreas correlatas, em especial nos câmpus de Presidente Prudente e Rio Claro: pesquisas em dinâmica urbana, planejamento territorial e impactos ambientais desenvolvidas no âmbito do conhecimento em geografia; estudos direcionados a recursos hídricos, geologia do petróleo e geotecnia, muitos deles projetos em parceria com órgãos governamentais; e trabalhos sobre mudanças climáticas, baseados em modelos computacionais, colaborações internacionais ou apoiados pela infraestrutura do IPMet, centro de meteorologia ligado à Faculdade de Ciências do câmpus de Bauru da Unesp, unidade que oferece graduação em meteorologia.
Em relação ao ensino, os resultados dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior do país divulgados em 2025, referentes ao ano de 2023, apontaram que quase 87% dos cursos de graduação da Unesp obtiveram os conceitos mais altos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade): 39 dos 45 cursos avaliados nas áreas da saúde, das ciências agrárias e das engenharias obtiveram conceitos 4 ou 5, os mais altos do exame. O ciclo do Enade é trienal e, em comparação com a edição anterior que avaliou este conjunto de cursos, a Unesp se manteve no patamar de excelência que já ocupava.

Nos rankings universitários, a Unesp ocupa posição de destaque. Em 2025, o QS World Universities Ranking listou a Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" entre as quatro instituições de ensino superior do Brasil mais bem avaliadas. Globalmente, a universidade avançou da 489ª para a 450ª posição, em um levantamento que analisou 8.467 instituições e, desse grupo, classificou apenas 1.501 no ranking.
No Times Higher Education Impact Ranking, um levantamento que avalia a contribuição das instituições na busca pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas, o resultado foi ainda mais expressivo: a Unesp dividiu a primeira posição mundial na avaliação das ações em apoio a um dos objetivos, o ODS 9, que foca no fomento à inovação e na promoção de industrialização inclusiva e sustentável.
De acordo com indicadores mais recentes de bases de dados bibliográficos, a Unesp responde por cerca de 8% da produção científica brasileira. Tem cerca de 48 mil estudantes, entre alunos de graduação e pós-graduação (stricto sensu), e aproximadamente 8.400 servidores, dos quais 3 mil docentes, a maioria em regime de dedicação exclusiva. Em 2026, serão completados 50 anos de uma universidade pública, múltipla e para todos.
Edição: Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea, com fotos e informações cedidas pela Ascom da Unesp
