Antônio Ermírio de Moraes

Filho, entre quatro irmãos, do engenheiro pernambucano José Ermírio de Moraes, Antônio Ermírio de Moraes nasceu em São Paulo (SP), em 4 de junho de 1928, e sua história se entrelaça: com a história da cidade de Votorantim, no interior de São Paulo, com a história da cidade e do estado de São Paulo, e ainda com a história do Brasil. Tornou-se o principal responsável pela consolidação do Grupo Votorantim, que mantém o nome da cidade onde tudo começou com o avô materno, o imigrante português Antônio Pereira Inácio, em uma pequena tecelagem, comprada pelo  pai de Antônio.

Em 1949, com a diversificação dos negócios, o grupo começou a se firmar e na década de 1950, sua família foi taxada de “louca” por querer concorrer com os grandes produtores de alumínio, como Alcan, Alcoa e Vale, ao fundar a Companhia Brasileira de Alumínio. A empresa iniciou suas operações em 1955, produzindo apenas 4 mil toneladas e completou seus 50 anos com 400 mil toneladas produzidas.

Antônio expandiu o Grupo Votorantim, que hoje conta com mais de 60 mil funcionários, atua nas áreas de cimento, celulose, papel, alumínio, zinco, níquel, aços longos, filmes de polipropileno biorientado, especialidades químicas e suco de laranja. 

Apesar de o  grupo Votorantim possuir um Banco, Ermírio era um crítico do sistema financeiro e da especulação financeira: “Se eu não acreditasse no Brasil, seria banqueiro”.

Antônio chegou a se candidatar a governador de São Paulo, em 1986, pelo PTB, perdendo para Orestes Quércia. Durante essa experiência, ficou chocado com as manobras políticas.  Foi a frustração com a política que o levou a escrever peças teatrais. Dizia que "a política é o maior de todos os teatros".

Em 2001 deixou a presidência do Conselho de Administração do Grupo Votorantim e entregou o comando do conglomerado aos filhos e sobrinhos. 

Trabalhador incansável, uma combinação de doenças afetou sua mente e seus movimentos, imobilizando-o numa cama, levando-o a sofrer de hidrocefalia e mal de Alzheimer,  e falecer aos 86 anos, de complicações cardíacas.

Antes disso, porém, mereceu uma biografia, escrita e publicada em 2013, pelo sociólogo José Pastore,  sob o título: "Antônio Ermírio de Moraes: Memórias de um Diário Confidencial".

“Como empresário, Antônio investia continuamente para gerar empregos de boa qualidade. Como investidor, pregava ser de responsabilidade dos empresários não apenas produzir e pagar impostos, mas,  também, ajudar o próximo”, registra Pastore. 

Quando de seu falecimento, Regina  falou do pai casado desde 1953 com Maria Regina de Moraes e com quem teve nove filhos: 

“ No fundo, a paixão dele era a fábrica. Era a forma como ele amava a vida".

Simplicidade, humildade e generosidade formaram o tripé que sustentou a vida e a trajetória de um homem que se tornou referência nacional quando se fala em honestidade e dedicação ao próximo.

Em 2013, a revista “Forbes” incluiu Antônio e sua família no grupo dos 100 bilionários do mundo, com fortuna calculada em US$ 12 bi, e a considerou a terceira família mais rica do Brasil. Sem se esquecer do lazer com amigos e família, Antônio Ermírio de Moraes trabalhava doze horas por dia.

Por Maria Helena de Carvalho

Equipe de Comunicação do confea