Engenharia, Agronomia e ética constroem o progresso do país

Belém, 09 de agosto de 2017.


Às margens da maior bacia hidrográfica do mundo, a 74ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) pauta “A responsabilidade da Engenharia e da Agronomia para o desenvolvimento do País”, com destaque para o cenário socioeconômico e ambiental. Recursos hídricos, tecnologia, equidade de gênero e inserção internacional também estão entre os temas que serão debatidos até sexta-feira (11) pelos mais de 3,5 mil profissionais da área tecnológica, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, de Belém (PA).


"Presidente Tadeu durante solenidade de abertura da Soea"

Na cerimônia de abertura, na noite de ontem (8), o presidente do Confea, eng. civ. José Tadeu da Silva, enfatizou que a responsabilidade dos profissionais da área tecnológica “vai além de construir moradias e viadutos, implementar saneamento e produzir alimentos; é construir o progresso do país”. José Tadeu destacou que o tema central da agenda leva à reflexão: “Uma nação se desenvolve por meio do conhecimento e do notório saber técnico e científico”. Para ele, a responsabilidade ética na conduta e na forma de exercer a profissão também precisa ser colocada à disposição do Brasil. 

 


"Anfitrião do evento, Elias Lima dá as boas-vindas"

Evidenciando aspectos históricos da capital paraense, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Pará (Crea-PA), eng. agr. Elias da Silva Lima, recepcionou os participantes. "No século XIX aconteceu o despontar de Belém para a história da Amazônia e do Brasil. Graças ao período áureo do comércio da borracha, nesta época Belém era chamada de Paris na América. Hoje nós a transformamos na capital nacional da engenharia e da agronomia".


"Paulo Guimarães ressaltou o jubileu da Mútua"

O diretor-presidente da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua), eng. civ. Paulo Guimarães, chamou a atenção para os benefícios concedidos e para histórias que refletem a importância do Jubileu de Rubi da instituição, como o projeto Bolsas de Estudos e a Universidade Corporativa, que vão auxiliar filhos de profissionais e funcionários do Sistema, respectivamente. “São 40 anos materializando a essência da Mútua, que é o amparo aos profissionais. Não poderíamos ter ocasião melhor para comemorar do que na Soea”.

Confira as fotos do evento no álbum do Facebook do Confea

Internacional

"Maria Tereza Dalenz agradeceu a participação no evento"

Representando a União Pan-americana de Associações de Engenheiros, eng. Maria Tereza Dalenz pontuou que a Soea é uma grande oportunidade de transmitir conhecimento e tecnologia. “Agradeço ao presidente José Tadeu pela gentileza em viabilizar a participação da Upadi. Que tenhamos a partir deste evento mais conhecimento e que todos os objetivos sejam alcançados”. 


"Jorge Spitalnik apresentou o trabalho da Fmoi"
Já o presidente da Federação Mundial de Organizações de Engenharia (Fmoi), eng. mec. Jorge Spitalnik, reconheceu o progresso da engenharia brasileira. Aproveitou para apresentar ao público os trabalhos da “entidade que representa os mais de 20 milhões de engenheiros em todo o mundo e que tem o reconhecimento de parceiros, como a Unesco, por firmar cooperações na área de ciência e tecnologia”.


O dispositivo de honra da solenidade foi composto também pelo vice-presidente do Confea, eng. agr. Daniel Salati; pelos coordenadores do Colégio de Presidentes, eng. eletric. Modesto Ferreira dos Santos e do Colégio de Entidades Nacionais, eng. agr. Angelo Petto Neto; pela coordenadora nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Civil, eng. civ. Alice Scholl; e o estudante de Engenharia Jean Carlos Heringer.

Reconhecimento profissional

"Chanceler Francisco Soares durante cerimônia do Mérito"

“Falar em nome de grandes profissionais é uma missão difícil, pois cada um deles contribuiu de uma forma diferente na construção da história da engenharia. Porém, tenho a certeza de que consigo falar em nome de todos quando afirmo que neste momento dois sentimentos tomam conta dos nossos corações: felicidade e gratidão”. Com essas palavras, o representante dos homenageados reconhecidos com as honrarias do Sistema, eng. agr. Lourenço José Vieira da Silva, levou emoção ao público. Ponto alto da solenidade, a entrega da Láurea ao Mérito a 24 personalidades e três instituições demonstra o reconhecimento do Sistema àqueles que registraram seu nome na história do desenvolvimento do País.


O trabalho de seleção dos homenageados é feito pela Comissão do Mérito, que neste ano tem como chanceler o conselheiro federal, eng. agr. Francisco Soares da Silva. Em discurso, ressaltou o histórico do Sistema, cujo início remete ao advento das primeiras escolas de fortificações instaladas no Brasil, seguido, na década de 1930, dos primeiros atos oficiais pela regulamentação das profissões da área tecnológica. “Hoje nos deparamos com esta enorme estrutura, dentro da qual os nossos homenageados são os verdadeiros heróis das nossas profissões”. 


Em 2017, ao escolher os indicados para concorrer às honrarias do Sistema, a Comissão do Mérito adaptou seu trabalho às regras da Resolução 1085/2016, que introduziu novidades, como a inclusão da categoria Menção Honrosa para pessoa jurídica, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, que se soma às duas outras categorias já existentes, a Medalha do Mérito e o Livro do Mérito. Dos 54 indicados pelos conselhos regionais, foram escolhidos 27, sendo 12 reconhecidos com a Medalha do Mérito, outros 12 homenageados in memoriam com inscrição no Livro do Mérito, além das três instituições.

Veja o vídeo de boas-vindas

 

Homenagens especiais

A entrega das medalhas do Mérito e a inscrição no Livro do Mérito são promovidas todos os anos, durante as Semanas Oficiais da Engenharia e da Agronomia. Os homenageados são indicados por entidades de classe e por câmaras especializadas, entre outros fóruns. Em 2017, o Confea também fez suas indicações: foram as homenagens especiais, aprovadas pelo Plenário em abril deste ano. 

Naturalizada brasileira, a engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi - nascida na Áustria, em 1920 - é responsável direta por boa parte dos avanços sobre as ciências do solo e seu manejo. Antes de chegar ao Brasil, em 1946, Ana se doutorou em Cultura de Solos e Nutrição Vegetal, pela Universidade Agrícola de Viena, e se casou com o fazendeiro, diplomata e também doutor Artur Barão Primavesi, parceiro de vida e de pesquisas agronômicas.

Pesquisadora e fundadora da Associação da Agricultura Orgânica (AAO) - uma das primeiras associações de produtores orgânicos do Brasil -, a engenheira também foi professora da Universidade Federal de Santa Maria, onde ajudou a organizar o primeiro curso de pós-graduação em Agricultura Orgânica. Aos 96 anos, Ana Maria Primavesi continua espalhando o conhecimento sobre a necessidade de aliar agricultura e preservação ambiental.

Já o engenheiro civil Carlos Alberto Mineiro Aires, Bastonário da Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP), é reconhecido por sua contribuição com a mobilidade de profissionais entre Brasil e Portugal, por ter se dedicado em manter o Termo de Reciprocidade firmado entre a OEP e o Confea. O documento teve sua importância reconhecida pelo Itamaraty e pela Embaixada Portuguesa no Brasil, por seu caráter inovador no intercâmbio de conhecimento. A medida influencia no desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e sustentável desses dois países. 

Carlos Aires tem um diversificado percurso profissional, em boa parte ligado a recursos hídricos e meio ambiente. Entre outros cargos, o engenheiro foi presidente do Conselho de Gerência do Metropolitano de Lisboa e da Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens, além de vice-presidente do Instituto da Água, de Portugal. 

A instituição selecionada pelos conselheiros federais para receber o reconhecimento do Sistema Confea/Crea em 2017 foi a Esalq/USP. Criada em 1934, a Universidade de São Paulo participou diretamente das mudanças econômicas do país, sempre buscando intensamente a excelência do ensino da Engenharia e da Agronomia, e passou, inclusive, a integrar o seleto grupo de instituições de ensino de padrão mundial. Sua Escola de Agronomia, por exemplo (a Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em 2016, ficou em quinto lugar, pelo terceiro ano consecutivo, no ranking US News and World Report, que avalia o desempenho da investigação acadêmica de instituições de mais de 60 países. Dividida em sete campi, cerca de 85 mil alunos – entre graduandos e pós-graduandos – frequentam a Universidade de São Paulo – responsável por 22% da produção científica brasileira.


Equipe de Jornalismo Sistema Confea/Crea