Engenheiros defendem manejo sustentável para conservar florestas em pé

Brasília, 27 de novembro de 2020.

A Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal dos Creas (CCEEF) articula ações capazes de esclarecer para a população que manejo florestal nada tem a ver com exploração ilícita de madeira. “Por conta de uma leitura equivocada e de uma associação incabível entre manejo florestal e desmatamento irregular, projetos de engenharia estão sendo suspensos em Roraima, Rondônia e Amazonas, por exemplo”, comentou o conselheiro federal, eng. ftal. Ricardo Ludke, durante a 4ª Reunião Ordinária do fórum, quando apresentou como iniciativa a elaboração de nota técnica e campanha de comunicação. A proposta, que tem apoio do presidente do Confea, já está em andamento. “Temos que contar com essas ferramentas para divulgar o que é manejo florestal e desmitificar essa questão para a sociedade, que tem recebido informação distorcida”, reforçou o coordenador adjunto da CCEEF, eng. ftal. Benedito de Almeida (Crea-MT).

Reunião semipresencial, em Brasília, encerrou as atividades do ano, em que a coordenadoria produziu 16 propostas

Do ponto de vista legal, manejo sustentável é definido como administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema. “O engenheiro florestal entende que o manejo é a melhor maneira para obter recursos econômicos da floresta, conservando-a em pé e permitindo a regeneração”, pontua o titular da CCEEF, eng. ftal. Guilherme Reisdorfer, citando o art. 3º da Lei 12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. “A grande diferença entre desmatamento ilegal e manejo florestal é a definição de planejamento, respeito ao licenciamento e acompanhamento de profissional responsável”, explica o especialista, ressaltando que a gestão sustentável não se confunde com qualquer forma de supressão de vegetação.  

Conselheiro federal, eng. ftal. Ricardo Ludke (segundo da dir. p/ esq.), participou da reunião e está à frente das ações em prol do manejo florestal sustentável

 

Confira como foi a abertura da reunião

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Diretriz curricular

Outro ponto de destaque da reunião, realizada de forma semipresencial entre os dias 25 e 27 de novembro, foi o debate sobre a revisão das diretrizes curriculares da engenharia florestal. “A ciência evoluiu e o mundo se reinventa cada vez mais rápido, por isso as grades curriculares precisam ser adaptadas às novas demandas de mercado, por exemplo. O foco principal continua sendo o manejo florestal e a silvicultura, mas propusemos também a inclusão de assuntos como licenciamento, geotecnologias e gestão de resíduos”, esclarece o coordenador.  

De modo complementar, o grupo irá propor que o Confea solicite representação no Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação (MEC), para debater as novas diretrizes.

“A reunião foi produtiva, com ampla discussão das propostas pelos grupos de trabalho”, avaliou o coordenador da CCEEF, eng. ftal. Guilherme Reisdorfer

 

Atribuição profissional

Ao Confea, o fórum consultivo enviará relação de disciplinas mínimas para concessão de atribuições nas áreas de silvimetria e inventário florestal, produtos florestais, ordenamento e manejo florestal e manejo de fauna silvestre. Depois de aprovada, a planilha seguirá como subsídio para as Câmaras Especializadas dos Conselhos Regionais.

Registro simplificado de pessoa jurídica

A CCEEF aprovou ainda minuta de resolução sobre registro nos Creas de pequena empresa de base florestal. A expectativa é que o normativo gere benefícios para a sociedade, pois os empreendimentos terão condições de se “registrar, de forma simplificada, se regularizando junto aos Conselhos Regionais e possuindo responsável técnico”, ressalta o documento.

Drone

Atenta à modernização do mercado de trabalho, a coordenadoria solicitará formalmente ao Conselho Federal que oriente os Creas quanto à fiscalização em serviços de engenharia, agronomia e geociências que utilizam Veículos Aéreos Não Tripulados, os chamados drones. A intenção é assegurar a qualidade do serviço, exigindo Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Também será demandado aos órgãos reguladores relação dos profissionais que requererem autorização dos planos de voo de natureza não recreativa, a fim de intensificar a fiscalização das atividades de geotecnologias.
 

Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: André Almeida/Confea