Ivan Lúcio Pereira

Engenheiro Civil  pela Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro das Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube), atual Universidade de Uberaba (Uniube), em 1973; Especialista em Engenharia Rodoviária pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG), em 1994

Nascimento: Conquista (MG),  30 de setembro de 1950
Falecimento: Uberaba (MG), 24 de junho de 2017
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG)


A ética, a solidariedade e a dedicação à engenharia, à família e aos amigos marcaram a trajetória do engenheiro civil Ivan Lúcio Pereira. Em Uberaba, onde viveu a maior parte da sua vida, era conhecido afavelmente como Macaco, apelido carinhoso que o acompanhava desde a juventude. No dizer dos mais próximos, “ensinava até mesmo quando trabalhava”. Assim, entre as pescarias, os campings e os jogos do Botafogo, mantinha o entusiasmo de propagar o conhecimento e de vivenciar as alegrias simples da vida.


Tratado também como “genial em cálculo” – por amigos como o engenheiro civil Niassis Gabriel de Castro, que o acompanhou desde o início da faculdade, durante o segundo infarto e até a noite anterior ao ataque cardíaco que o vitimou –, Ivan chegou a Uberaba logo após a morte do pai, em Ituiutaba, para onde a família se mudara. Então com 15 anos, soube motivar-se para ajudar a mãe, dona Iolanda, a manter os três irmãos para logo entrar na faculdade.


Já cursando a Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro (EETM), Ivan atuou como monitor, demonstrando aptidão para o ensino.  Com essa empolgação, depois se tornaria professor, oficialmente, na então Faculdades Integradas de Uberaba, atual Universidade de Uberaba (Uniube). Casou-se com Leonor Aparecida Cozza Pereira com quem teve os filhos: Rui Pereira, engenheiro civil homônimo de seu pai, e a médica Ivana Lúcia Pereira, que lhes deram os netos Pércio, Valentina, Gustavo e Vitório. De 1994 a 2014, viveu em Uberlândia, voltando para casa aos finais de semana. 


“Só passava direto, chegando a dar mais de 50 aulas por semana como monitor”, acrescenta Niassis. “Procurava soluções para cálculo, fazia inovações na obra, ajudava a desenvolver a construção civil com metodologias novas”, testemunha ainda outro amigo longevo, atuante na área de contabilidade da Consórcio Triangulino de Engenharia Ltda. – Constrig, Carlos Modesto Pinheiro. “Convivemos mais de 35 anos. Um caboclo extraordinário. Um dos engenheiros mais brilhantes da Terra”, descreve.


“Ele formou em engenharia civil o tio alguns anos depois. Fora da faculdade, era apaixonado por pesca e por Uberaba, sempre ficou aqui. Era fascinado por música clássica, especialmente Mozart, e música sertaneja de raiz. Dedicava-se ainda à maçonaria, na Casa Maçônica 20 de agosto Uberabense e como um dos fundadores da Estrela Uberlandense”, descreve o filho, Rui Pereira, lembrando que era ainda atleta de tênis, mas uma doença degenerativa em sua visão restringiu suas atividades. 


Niassis conta que “mesmo com a perda da visão, Ivan pilotava canoa de noite, só no vulto, e ainda trabalhava na Prefeitura”. Eles atuaram juntos na fundação de lojas maçônicas em Uberaba e Uberlândia. Parceiro ainda nos ranchos de pescaria e áreas de camping, Niassis diz que Ivan “gostava da vida, era um gozador. Eu era sparring dele.  Era uma pessoa de mente aberta. Ajudou os irmãos a se formarem trabalhando”, diz o amigo que o visitava diariamente e que comprou um terreno onde Ivan fez a sua casa e onde seria seu vizinho. “Eu tinha feito o alicerce quando ele faleceu.” 


O amigo que o ensinou a dirigir na juventude lembra que uma grande referência foi o professor de cálculo Vicente Marinho Neto. Na profissão, “ele mesmo dizia que tinha um jeito de professor. Trazia muitos profissionais para a aula. Era de uma capacidade técnica impressionante. Fez um muro de arrimo invertido, fazendo a base menor embaixo e foi subindo a grande. Executei, ficou mais barato e estável. Também desenvolveu uma máquina portátil com um programa de cálculo estrutural nos anos 1970.  Sempre passava seu conhecimento para frente. Não escondia nada”, diz Niassis.


“Essa homenagem representa um motivo de muito orgulho, muita alegria. Ele se dedicou muito à profissão. Era alguém do debate, do contraditório. Receber essa homenagem acaba acalentando um pouco a saudade, proporcionando um carinho especial. Seus alunos se tornaram homens de muito valor”, acrescenta o filho.

Atividades profissionais


Engenheiro Civil na empresa Consórcio Triangulino de Engenharia Ltda. – Constrig, ocupando os cargos de Gerente do Departamento de Orçamento, Gerente de Planejamento e Controle e Superintendente da Divisão de Engenharia  (1974-2009);  Inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – Crea-MG (1986-1988); Professor das Faculdades Integradas de Uberaba – Fiube (1986-1988); Conselheiro Regional do Crea-MG, tendo exercido as funções de Diretor Administrativo Adjunto, Diretor Financeiro Adjunto, 2° Vice-Presidente, 1° Vice-Presidente e Presidente em Exercício do Crea-MG (1989-1993); Responsável Técnico da União Terraplanagem e Pavimentação (1990-1994); Diploma de Mérito Rotário em Engenharia e Agronomia (1993); Engenheiro Responsável Técnico da Empresa Construtora Procópio Menezes (1994-1999); Engenheiro Responsável Técnico da Empresas Serras Azuis Engenharia Ltda. (1999-2013); Sócio-Fundador da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Uberaba (2014-2017); Sócio-Proprietário da Jasfalto (2014-2017).