Luis Roberto Andrade Ponte

Engenheiro Civil, Engenheiro Mecânico e Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1956; Especialista em Pavimentação Rodoviária pela UFRGS, em 1967

Nascimento: Fortaleza (CE), 04 de janeiro de 1934
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS)

“A engenharia a serviço do bem comum.” A missão da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) simboliza a vasta atuação do engenheiro civil Luis Roberto Andrade Ponte. Calculista com propensão para pontes e obras rodoviárias, dedicou-se à gestão pública, como parlamentar federal, ministro e secretário de Estado, e ainda ao ensino e à gestão de sua empresa e de diversas instituições do Estado. 


O segundo mandato à frente da Sergs, entidade que deu origem ao Crea-RS, é exercido com o mesmo ânimo com que conduz, desde 1967, a Construtora Pelotense Ltda. E com que se voltou ao magistério e à administração pública, tendo sido deputado federal na Constituinte e reeleito por dois mandatos e ainda ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, na transição entre os mandatos do amigo José Sarney e de Fernando Collor de Mello. 


Ao deixar Fortaleza para concluir os estudos secundários “na melhor turma do melhor colégio gaúcho”, o Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, Luis Roberto traçou uma trajetória vencedora, compartilhada, desde 1964, com a esposa, a professora primária Déa Gaya Ponte, inicialmente em Pelotas. Lá, dera aulas de Geometria Analítica na Universidade Católica, pouco antes de voltar à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como professor de Matemática.


Caçula de 14 filhos de pais cearenses, teve sua maior inspiração moral no pai, o comerciante Frederico Ponte Filho. “Hoje, todos têm direito a tudo. Mas os direitos são decorrências de deveres cumpridos. Devo isso a ele, que também me ensinou a importância da dignidade e do respeito à lei, a essência do Estado de Direito”, considera, defendendo uma educação “para ensinar a ser gente”.


Desde o trabalho no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer-RS), ainda na faculdade, as rodovias passaram a ser seu ganha-pão, inclusive após cumprir a missão parlamentar iniciada com a Constituinte, a convite dos colegas do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), então presidido por ele. 


“Foi uma campanha que ultrapassou o mundo da construção”, lembra, definindo-se como um negociador do Centrão na área trabalhista, junto ao relator Mário Covas.  “Tivemos uma negociação complicada. Esses direitos ficaram muito amplos”, conta, tendo se aprofundado ainda nos capítulos da organização econômica e educação.


Com os filhos Paulo Eduardo e Rita de Cássia já encaminhando suas formações, respectivamente, como engenheiro civil e arquiteta, o parlamentar sobressaiu ainda na construção da Emenda Constitucional n° 17, relativa ao Sistema Tributário Nacional, e da Lei de Licitações e Contratos, Lei 8.666/1993. 


Elaborada ao lado dos deputados Roberto Campos e Francisco Dornelles, a emenda foi uma das suas “maiores dedicações”. Já a 8.666 “foi uma mudança radical frente à corrupção nas concorrências”. Sua base foi definida quando presidia a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “A Lei agora foi modificada, regredindo um pouco. Ela não chegou a cumprir seu objetivo, mas foi um grande avanço.” 


Disposto a envolver-se mais com a leitura e a música, o presidente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), já homenageado com títulos de cidadão porto-alegrense e pelotense, entre dezenas de comendas, agradece a Medalha do Mérito do Sistema Confea/Crea: “É uma homenagem às ações, não apenas à pessoa.” 


Atividades profissionais


Iniciou suas atividades ainda como acadêmico (1954) e como engenheiro (1956-1957) no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem – Daer-RS; Engenheiro da Empresa Nacional de Engenharia S.A – Enesa (1957); Professor de Geometria Analítica na Universidade Católica de Pelotas – Ucpel (1959-1960); Engenheiro e sócio (1964-1965) e Diretor-Presidente (1967 aos dias atuais) da Construtora Pelotense Ltda.; Professor aposentado de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS (1968-1999);  Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul – Sinduscon-RS (1980-1989), atualmente em seu Conselho Consultivo; Vice-Presidente do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – Ciergs (1983-2005); Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – Cbic (1983-1992 e 1997-2001), tendo sido antes diretor e vice-presidente e atualmente em seu Conselho Consultivo; Autor do livro “Capitalismo sem Miséria” (1986);  Deputado Federal (1987-1991, 1991-1995 e 1995-1999, como suplente exercendo o mandato); Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República (1989-1990); Membro da Academia Nacional de Engenharia (1994); Secretário de Estado do Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais do Estado do Rio Grande do Sul (2003-2006); Presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae-RS (2003-2004); Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul – Soergs (2017-2019 e 2019-2021); Presidente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre – Ospa (2018-atualmente); Membro da Mesa Administrativa da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (2018-atualmente).