Marília Locateli

Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 1981; Mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em 1984; Ph.D. em Ciência do Solo pela North Carolina State University, em 2000;  Doutora em Solos e Nutrição de Plantas pela UFV, em 2007; Practitioner em Programação Neurolinguística, pelo Instituto de Excelência Pessoal (ELO)


Nascimento: Carazinho (RS), 18 de outubro de 1958
Falecimento: Porto Velho (RO), 11 de maio de 2018
Indicação: Associação Rondoniense de Engenheiros Florestais (Aref) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO)

Marília faleceu jovem, aos 59 anos, na plenitude de suas atividades como pesquisadora e professora.  


Para Victor Souza, engenheiro agrônomo, colega de trabalho na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de Rondônia: “a curiosidade” foi a sua principal característica. “Nunca conheci alguém tão curioso, sobre qualquer assunto!” 


Para Cláudia Ximenes, contabilista e mestranda de Marília em Geografia, na Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir), “ela doava seu conhecimento e ajuda financeira aos alunos em dificuldade”. Ela e mais três alunos – Danubia Zanotelli Soares, Juander Antônio de Oliveira Souza  e Willimis Alves Pereira organizaram o livro “Café Geográfico: Colonização, Floresta e Sistemas Agroflorestais na Amazônia”, em homenagem à Marília, que todos consideravam “excelente professora”.

 
Eliomar Pereira da Silva Filho, geógrafo, professor que trabalhou com Marília, destaca que: “ela era muito educada, tranquila, de personalidade firme. Foi a única mulher a ocupar um cargo de chefia na Embrapa/RO. Tive a honra de trabalhar e aprender com ela”. 


Enquanto liderança, Marília Locatelli ocupou a  vice-presidência e por dois mandatos foi conselheira do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO).


Para o ex-aluno de Marília, o atual presidente do regional, engenheiro florestal Carlos Antônio Xavier, Marília é referência na Engenharia Florestal de Rondônia. Para ele, a homenagem “é mais do que justa pela contribuição dada, pela paz que emanava, pela capacidade de aglutinar pessoas à sua volta”. 


Filha do odontólogo Theobaldo Locatelli e da professora de literatura  portuguesa e língua inglesa Elicee Bolzani Locatelli, Marília teve uma infância tranquila ao lado das irmãs, Maria Rosa e Maria Izabel.  


Do ensino primário e do médio em Passo Fundo (RS), Santa Maria (RS) foi o destino seguinte de Marília, onde se formou em engenharia florestal. Em seu roteiro estava a Universidade Federal de Viçosa (MG), onde fez o mestrado em Ciência Florestal e o doutorado em Solos e Nutrição de Plantas.


Em 1985, aprovada em concurso,  Marília se mudou para Porto Velho, e por 33 anos trabalhou na Embrapa. 


Em 2011, a engenheira florestal venceu um câncer de mama e voltou às atividades até 2018, quando ficou doente e faleceu em poucos dias: “o que parecia ser uma pneumonia era a metástase do câncer do qual pensava estar curada”, lamenta Rosa.


Um lamento de perda que ecoa nas palavras de Carlos Messias Shockness, professor de educação física  com quem se casou. Ele não esquece as datas importantes de sua vida: “Nós nos conhecemos em 1990, nos casamos em 1994 e, em 11 de maio de 2018, perdi Marília”.


Ele conta que “ela viveu para pesquisar, aprender e ensinar, sempre. Gostava das coisas do solo, gostava de estar na floresta. Quando ela se foi seus alunos sentiram muito”. 


Em seu depoimento, Carlos lembra da última viagem: “Três meses antes de ela falecer, viajamos para os vinhedos do Rio Grande do Sul, foi uma viagem de despedida. Agradeço e tenho gratidão a Marília, que foi a ponte para eu conhecer muitas coisas, a gente caminhou junto para chegar ao objetivo dela, que era o estudo”. 
Para Rosa, a irmã “tinha o sonho de trabalhar na Embrapa, pesquisar, ensinar e tornou o sonho realidade”. 


Na defesa da valorização da profissão, contribuiu com a criação da Associação Rondoniense de Engenheiros Florestais (Aref).


Marília faleceu em Porto Velho, onde foi sepultada no cemitério Jardim da Saudade, localizado em frente à sede da Embrapa, com vista para as castanheiras.


Trajetória profissional 


Pesquisadora da Embrapa (1985-2018); Pesquisadora, chefe-geral e secretária executiva do Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia  – CPAF/RO (1985-2009); No Crea-RO foi vice-presidente em 1990,  Chefe da administração (1991-1994),  e conselheira em 2009 e em 2014; Professora da Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Rondônia, ministrando as disciplinas de Agrossilvicultura Tropical, Ecologia Florestal, Elaboração de Projetos e Solos I no Curso de Engenharia Florestal (2005- 2009); Pesquisadora responsável pelo Laboratório de Solos e Plantas da Embrapa/Rondônia (2009-2011); Membro do Colegiado do Curso de Mestrado em Geografia (2011), e professora do Programa de Pós-graduação em Geografia (mestrado e doutorado) da Universidade Federal de Rondônia (Unir),  com a disciplina Uso e Ocupação do Solo na Pan-Amazônia, 2016. Produção literária - Entre a vasta produção de livros, editoriais e artigos, Marília Locatelli deixou seu nome impresso em dezenas de trabalhos, entre eles: “O empobrecimento territorial do Município de Pimenta da Veiga (RO)”; “Importância do diagnóstico para a valoração ambiental: propriedades rurais”; “Compactação, densidade e fertilidade do solo na área de preservação permanente do Igarapé dos Tanques, Porto Velho (RO)”; “Pimenta Bueno, Rondônia, prioritário ao combate ao desmatamento no bioma amazônico”; “Avaliação do Crescimento da Castanha-do-Brasil em um plantio no município de Machadinho do Oeste (RO)”.