Tecnologia e setor aeroespacial são debatidos na Arena Inovação da 80ª Soea

Vitória (ES), 9 de outubro de 2025.

O último dia da 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), realizada em Vitória (ES), os participantes foram convidados a refletir sobre uma das maiores questões da humanidade: estamos sozinhos no universo? Com uma abordagem científica envolvente, o geofísico e o doutor em geociências Sérgio Sacani explorou a busca por vida fora da Terra. Ele explicou como tecnologias modernas, como os telescópios espaciais James Webb e Kepler, têm possibilitado a identificação de milhares desses mundos distantes.

Ao final, Sacani reforçou a importância de inovar, pesquisar e projetar caminhos não apenas para o futuro da Terra, mas também para o que pode existir além dela.

Sérgio Sacani


O dia também foi marcado por um painel inspirador sobre “Tecnologia e o setor aeroespacial”, na Arena Inovação. O debate reuniu profissionais da área para discutir o potencial do Brasil no segmento e os caminhos para fortalecer a pesquisa aeroespacial no país.

O engenheiro de produção e civil Victor Hespanha moderou o painel, que contou com a participação das engenheiras aeroespaciais Ana Paula Rodrigues e Emanuelle Marafon, ambas atuantes no setor. O encontro destacou o papel da engenharia como base para o desenvolvimento tecnológico e para a exploração espacial.

Vinicius Marchese, presidente do Confea

Motivações e desafios
As convidadas compartilharam as motivações pessoais que as levaram a seguir carreira na área. “Desde pequena, sempre fui apaixonada pelo espaço. Ele traz muito da essência humana, e a engenharia surgiu como uma forma de entender como as coisas funcionam”, relatou Ana Paula.

Emanuelle contou que decidiu, aos 13 anos, que queria trabalhar com o espaço. “Cresci entre dois mundos e percebi que a engenharia seria o caminho para unir tecnologia, curiosidade e propósito”, disse.

Ana Paula Rodrigues


Mercado e oportunidades
Durante o painel, as palestrantes abordaram o cenário atual do mercado aeroespacial brasileiro. Segundo elas, o país ainda enfrenta limitações estruturais, mas possui um imenso potencial de crescimento.

“O setor aeronáutico vem absorvendo profissionais de várias áreas da engenharia. Ainda há espaço para novas formações, especialmente com o avanço da tecnologia”, explicou Ana Paula.

Emanuelle Marafon

As participantes também destacaram o papel da Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, como exemplo de competência nacional. Apesar disso, o Brasil ainda é o segundo país do G20 com menor investimento na área aeroespacial.

“O satélite Amazônia-1, primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado e operado pelo Brasil, é uma prova de que, mesmo com pouco investimento, conseguimos fazer muito. Se tivéssemos mais incentivos, estaríamos voando ainda mais alto”, afirmou Emanuelle.

Victor Hespanha Ana Paula Rodrigues (dir.) e Emanuelle Marafon

 

Reportagem: Anna Jescika Araújo (Crea-PI)
Edição: Julianna Curado (Confea)
Equipe de Comunicação da 80ª Soea
Fotos: Sto Rei e Impacto/Confea