Trilha Nacional de Capacitação destaca liderança feminina no Nordeste

Brasília, 6 de novembro de 2025. 

Realizada nesta quarta-feira (6), a Edição Nordeste da Trilha Nacional de Capacitação do Programa Mulher reforçou o compromisso com a valorização das profissionais das áreas tecnológicas em todo o país. Com o tema “Tendências, transformação digital e novas competências para o futuro do trabalho”, o encontro propôs reflexões sobre as mudanças no mercado e destacou o protagonismo feminino na construção de um futuro mais inovador, diverso e conectado. 

A edição foi sediada pelo Crea-RN, pioneiro ao eleger a primeira presidente mulher entre os Creas do país: a engenheira civil Zélia Santos, que esteve à frente do Regional por dois mandatos, entre 1994 e 1999. Presente à plateia do evento, Zélia foi lembrada como inspiração para as novas gerações de profissionais.

Da dir. p/ esq.: eng. civ. Zélia dos Santos, primeira mulher a presidir o Crea-RN (1994), e eng. civ. e de seg. trab. Elequicina Maria dos Santos, segunda presidente (2000) 

Após passar por Belo Horizonte (MG), Manaus (AM) e Florianópolis (SC), a Trilha Nacional de Capacitação segue fortalecendo a jornada de aprendizado e liderança feminina no Sistema Confea/Crea e Mútua. A iniciativa tem como propósito estimular o desenvolvimento de competências e a formação de lideranças em um cenário de rápidas mudanças tecnológicas e sociais, como destacou o presidente do Confea, Vinicius Marchese, na abertura do evento. “A Trilha de Capacitação é uma frente de trabalho do Programa Mulher que tem o objetivo de trazer conhecimento para nossas profissionais e promover desenvolvimento. O Sistema está à disposição para que vocês construam e expandam mais iniciativas como essa para gerar valor real para todas as profissionais. Contem com a nossa estrutura, com nosso apoio institucional, com as frentes de trabalhos, os programas de patrocínio e fomento e as parcerias para entregar valor para nossas profissionais”, afirmou Marchese.  

A conselheira federal Ana Adalgisa, representante do plenário do Confea no Comitê Gestor do Programa Mulher, destacou a relevância da capacitação contínua para o avanço feminino no Sistema. “O programa busca incentivar as mulheres a serem cada vez mais profissionais, pois quanto mais conhecimento, mais espaço vamos conquistar”, salientou a engenheira civil que ocupou a presidência do Crea-RN por dois mandatos, entre 2018 e 2023. 

O presidente do Crea-RN, Roberto Wagner, reafirmou o compromisso do Regional com o fortalecimento da atuação feminina no Sistema. “O Crea apoia este movimento de crescimento e evolução profissional das mulheres. Contem com o Crea”, assegurou.

No telão, presidente do Confea, Vinicius Marchese (dir.), e Roberto Wagner (esq. superior)

A vice-presidente do Crea-RN, Silvana Silva, destacou o avanço do Programa Mulher na promoção da representatividade. “A gente não conseguia compreender a ausência das mulheres no Crea e a falta dessa leitura sobre o quanto é importante valorizar e garantir a importância das mulheres. Hoje fico extremamente feliz de ver que o Programa Mulher tem o olhar voltado para essa questão. Os espaços precisam ser liderados por mulher pela competência delas”. 

Seguindo a mesma linha, a coordenadora do Programa Mulher no Crea-RN, Valéria Pereira, reforçou o papel da união no avanço das conquistas. “A gente só faz acontecer porque somos unidas e somos todas em prol de um único bem, que é buscar a equidade e ocupar mais espaços”, afirmou.

Da dir. p/ esq.: Lindalva Nobre, Silvana Silva, Valéria Pereira, Milena Katharina (em pé) e Rosa Tenório (telão)

Adaptabilidade 
A especialista em gestão e direito educacional, Roseanne Azevedo, trouxe reflexões sobre carreiras em transformação, enfatizando a importância de planejamento, propósito e adaptabilidade na chamada 5ª Revolução Industrial. “O foco principal é a humanização, o papel da tecnologia é colaborar com o humano, o objetivo é ter bem-estar e valor social, a base é IA ética e a colaboração homem-máquina, e o indicador de sucesso é o impacto positivo e a inclusão. Vamos ter que surfar esta onda e nos adaptar. Isso passa pelo desenvolvimento de competência que é a intersecção entre o conhecimento (saber), capacidade (saber fazer) e atitudes (querer fazer) em relação a competências humanas, digitais e sociais”, comentou. 

Ela também propôs que as profissionais reflitam sobre o posicionamento diante das mudanças no mercado: identificar quais tarefas podem ser automatizadas e quais exigem capacidades humanas, como julgamento, empatia ou decisões éticas, é fundamental para traçar uma estratégia de desenvolvimento e redesenhar a carreira com assertividade.

Na sequência, a engenheira e empreendedora no setor da construção, Ana Amália Freire, falou da construção da imagem profissional na era digital, enfatizando a importância do comportamento, da ética e reputação. “As redes sociais são uma vitrine onde podemos ter um posicionamento mais centrado. Por isso, tenham um perfil profissional que é diferente do pessoal”, aconselhou a especialista, que atualmente ministra cursos voltados para engenheiros sobre como elaborar orçamentos do zero. 

O tema “A era da Inteligência Artificial: o impacto da automação no futuro das profissões” foi apresentado por Bianca Monike, especialista em IA aplicada à engenharia, que frisou a importância do letramento digital como nova forma de alfabetização. “A maior ameaça da IA não é a substituição; é a estagnação de quem não aprende”, alertou, ao exemplificar aplicações da tecnologia nos diferentes campos profissionais. “Na engenharia, o BIM e a IA ajudam na detecção automática de conflitos, na redução de erros e no aumento da eficiência. Isso pode ajudar na elaboração de projetos nas prefeituras, por exemplo. No setor da agronomia, a agricultura de precisão 5.0 abrange o uso de drones, sensores e IA, há monitoramento em tempo real e as decisões são baseadas em dados. Já na área das geociências, a previsão de deslizamentos é feita a partir de dados sobre chuva, topografia e solo”, detalhou.

Ao abordar a ética no uso dessa IA, Bianca fez um alerta aos profissionais sobre responsabilidade técnica e autenticidade no trabalho. “Se você não sabe explicar o que foi feito... você não pode considerar seu...”, ponderou, ao refletir sobre os desafios da criação de conteúdo em um cenário que exige pensamento inteligente e criativo. 

Também participaram da agenda a diretora Financeira da Mútua, Lindalva Nobre; a empresária e professora do Instituto Federal do RN, Milena Katharina; e a presidente do Crea-AL, Rosa Tenório. 
 

 

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Julianna Curado 
Equipe de Comunicação do Confea 
Fotos: Assessoria de Comunicação do Crea-RN