
Geólogo, em 1988; Mestre em Geociências, em 1991; Doutor em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1998
Nascimento: Ouro (SC), 18 de maio de 1964
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (Crea-RS)
Nascido em Capinzal, no meio-oeste de Santa Catarina, Antonio Pedro cresceu em uma realidade em que poucos seguiam carreira acadêmica. Movido pela curiosidade e pelo incentivo dos pais e da professora Ivanir, ainda no ensino primário, decidiu trilhar um caminho diferente.
O interesse pela Geologia surgiu no início dos anos 1980, período em que o Brasil investia fortemente na exploração de petróleo, minerais e infraestrutura. A profissão ganhava projeção nacional e, mesmo sem conhecer suas nuances técnicas, Antonio decidiu que seria geólogo. Como em sua região não havia cursos da área, cursou Agronomia por um ano na Universidade de Passo Fundo e, então, prestou vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ao ingressar no curso de Geologia, encantou-se com a ciência e com a possibilidade de aplicar o conhecimento em benefício da sociedade. Formou-se, concluiu mestrado e doutorado na UFRGS, consolidando-se nas áreas de Geotectônica, Petrologia Ígnea e Geoquímica. Em 1993, iniciou a carreira como professor da instituição, onde atua até hoje.
Se, por um lado, sua atuação na pesquisa acadêmica sempre foi sólida, por outro, Antonio Pedro percebeu, a partir dos anos 2000, que poderia ampliar seu impacto na sociedade. Fez, então, uma transição importante na carreira: direcionou sua atuação para áreas mais aplicadas da Geologia, especialmente Geologia Ambiental, Recursos Hídricos e Geologia de Engenharia. Essa mudança ampliou suas ações profissionais junto à sociedade e fortaleceu a conexão entre universidade, empresas e órgãos públicos. Seu trabalho passou a contribuir diretamente com soluções em abastecimento, meio ambiente e infraestrutura.
Ao longo de sua trajetória, coordenou inúmeros projetos de pesquisa e extensão, desde os de natureza acadêmica, financiados por órgãos como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), até projetos aplicados, desenvolvidos em parceria com empresas privadas e órgãos públicos nas esferas municipal, estadual e federal. A diversidade dos temas é reflexo da própria evolução da Geologia nas últimas décadas, que expandiu seu campo de atuação para além da mineração e do petróleo, passando a ser fundamental na gestão ambiental, nos recursos hídricos, na geotecnia e até na geologia médica.
Além da atuação acadêmica, Antonio Pedro construiu uma trajetória paralela, igualmente relevante, no fortalecimento da profissão por meio do Sistema Confea/Crea e Mútua. Foi conselheiro do Crea-RS por 15 anos, inicialmente como representante da UFRGS, depois pela Associação Profissional Sulbrasileira de Geólogos (APSG). Exerceu funções de liderança como presidente da APSG, coordenador da Câmara Especializada de Geologia e Minas no Crea-RS, coordenador nacional das Câmaras de Geologia e Minas, além de ter sido diretor financeiro e diretor administrativo do Crea-RS em vários mandatos.
Na Mútua, também atuou como diretor financeiro por seis anos. Essa vivência no Sistema trouxe, segundo ele, uma compreensão muito mais ampla dos desafios enfrentados pela profissão e das responsabilidades que o geólogo e os profissionais das Engenharias, Agronomia e Geociências assumem na construção de uma sociedade mais segura, ética e desenvolvida.
Para Antonio, sua atuação no Sistema foi essencial não só para seu crescimento pessoal e profissional, mas também para fortalecer sua atuação como professor, ao entender melhor as reais demandas do mercado, os desafios da regulamentação profissional e a importância de formar profissionais mais preparados, não apenas do ponto de vista acadêmico, mas também técnico e ético.
Ser homenageado pelo Sistema Confea/Crea representa, para ele, uma das maiores honras de sua trajetória. Um reconhecimento que carrega um significado ainda mais profundo, justamente por vir de uma instituição que ele conhece de perto e tanto valoriza. "Eu entendo essa homenagem como uma das mais importantes da minha vida profissional. Porque sei exatamente o que o Sistema Confea/Crea e Mútua representa para o Brasil, para a nossa sociedade e para a proteção das nossas profissões. Ter minha trajetória reconhecida por uma instituição que tem um papel tão fundamental na regulamentação e na fiscalização profissional é, para mim, motivo de imenso orgulho, gratidão e, principalmente, compromisso."
Ao olhar para sua história, Antonio Pedro carrega a certeza de ter contribuído não apenas para a formação de novas gerações de geólogos, mas também para o desenvolvimento do país e para o fortalecimento de uma profissão que, desde suas origens, está diretamente conectada com os desafios da soberania nacional, do desenvolvimento econômico e da preservação ambiental.
