Brasília, 13 de agosto de 2025.
Há cinco décadas, Joana Maria Santos Ferreira vem construindo uma trajetória profissional marcada pelo compromisso com a ciência, a sustentabilidade e o desenvolvimento da agricultura brasileira. Engenheira agrônoma formada pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP) em 1974, e mestre em Entomologia pela Mississippi State University (MSU), nos Estados Unidos, em 1979, Joana é pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na unidade Tabuleiros Costeiros, em Sergipe.

Sua contribuição à cultura do coco transcende fronteiras. Participou de missões técnicas em países como Costa do Marfim, Trinidad e Tobago, Índia e França, sempre levando sua expertise para colaborar com institutos de pesquisa. Entre 1989 e 1992 e também em meados de 1994, atuou como consultora técnica da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no projeto para controle integrado das principais pragas e doenças do coqueiro, desenvolvido nas Filipinas. Em 1999, prestou consultoria à Organização Árabe para o Desenvolvimento Agrícola (AOAD), contribuindo com o projeto de controle biológico do besouro vermelho Rhynchophorus ferrugineus em tamareira, realizado nos Emirados Árabes Unidos.
No Brasil, Joana desenvolve projetos essenciais para o avanço da fitossanidade na cultura do coco. Entre suas linhas de pesquisa, destacam-se o desenvolvimento de formulação de bioinseticidas com os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Hirsutella thompsonii, os quais são agentes reguladores da lagarta desfolhadora Brassolis sophorae, do ácaro Aceria guerreronis e das coleobrocas Rhynchophorus palmarum e Homalinotus coriaceus. Suas investigações sobre esses fungos, que são inimigos naturais de diversas espécies de insetos, têm como objetivo garantir o aumento da produção do coco e da oferta de produtos para a agroindústria livres de agrotóxicos.
A atuação da agrônoma Joana Ferreira na área de manejo integrado de pragas, com ênfase em controle biológico, a projetou como uma das referências em fitossanidade, com especial dedicação à cultura do coqueiro – planta reconhecida por sua versatilidade e importância social, capaz de oferecer, da raiz ao fruto, inúmeros recursos para a subsistência humana.
Igualmente expressiva é a contribuição de Joana para a literatura técnico-científica. Ela é editora-técnica do livro “A cultura do coqueiro no Brasil”, obra de referência para produtores, extensionistas, estudantes e pesquisadores, abrangendo desde a origem e morfologia da planta até o manejo de doenças e aspectos econômicos. A obra ressalta a importância do coqueiro como “árvore da vida”, devido às múltiplas aplicações de seus produtos e subprodutos e aos impactos positivos na geração de renda e emprego.
Outro destaque em sua produção bibliográfica é o livro “Produção integrada de coco: identificação de pragas, doenças e desordens nutricionais e fisiológicas”, um guia técnico que visa subsidiar a identificação de problemas e a busca de soluções que permitam a adequação dessa cultura às normas da Produção Integrada de Frutas (PIF), uma exigência dos mercados importadores, principalmente da Comunidade Europeia.
Pelo conjunto de sua obra, que envolve ainda a autoria de textos para jornais e anais de congressos, Joana vem sendo reconhecida pela comunidade científica e profissional. Sua indicação à Medalha do Mérito do Sistema Confea/Crea e Mútua, pela Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease) e pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), evidencia a relevância de seu trabalho. “Joana gera conhecimento e tecnologia, e contribui para o desenvolvimento da agricultura estadual e para a sociedade sergipana, dignificando a profissão de engenheiro agrônomo”, salienta a indicação ao prêmio.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea, com fotos e informações da entrevistada