Coordenadoria Nacional de Engenharia Elétrica discute divulgação falha

Participantes da reunião virtual entre o Crea-PE e a CCEEE
Participantes da reunião virtual entre o Crea-PE e a CCEEE

Brasília, 15 de junho de 2021.

A divulgação de uma reportagem na Rede Globo Nordeste, em Recife, sobre o uso de “Ts” ou benjamins levou o coordenador nacional da coordenadoria nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica (CCEEE), eng. eletric. Rogério Moreira a reunir-se virtualmente com o Crea-PE na última sexta (11). Os participantes da reunião já solicitaram a veiculação de uma nova reportagem sobre o tema junto à emissora, mas ainda analisam sobre a efetividade da medida.

“Depois que a câmara se reuniu, demos orientações sobre a necessidade de esclarecer o fato. Estamos sendo bem diligentes em abordar temas pertinentes à Engenharia Elétrica em casos regionais, como também foi o caso do recente incêndio de um hospital em Aracaju. Ligamos para o Regional e nos colocamos à disposição para dar apoio. Colocamos para a câmara um modelo de diligências ou até colocamos a coordenadoria à disposição para buscar apurar melhor outras linhas de atuação”, descreve Rogério, informando que os participantes trataram ainda de operações especiais de fiscalização e da fiscalização durante a pandemia da Covid-19.

Da reunião participaram ainda o coordenador da Elétrica no Crea-PE, eng. eletric. Mailson da Silva Neto; o gerente da fiscalização do Crea-PE, eng. civ. Ivan Carlos; a chefe da fiscalização do Regional, eng. civ. Cláudia Ramos; o superintendente de fiscalização, eng. ftal Nielsen Gomes; o chefe de gabinete, eng. de contr. autom. Ermes Costa; o diretor financeiro, eng. eletric. Clóvis Albuquerque; e os conselheiros engenheiros eletricistas Jarbas Morant, Mozart Arnaud e Roseanne Araújo.

O coordenador informa que a falha de divulgação se referiu à expressão utilizada por um bombeiro civil entrevistado pela emissora. “Ele informou que a tensão aumentava, o que é uma imprecisão, já que a tensão continua sendo 220 volts em cada ponto, já que a carga está em paralelo”. Para Rogério, houve uma falha na explicação, o que pode comprometer a informação prestada à população. “O que aumenta é a corrente elétrica, podendo gerar uma sobrecarga, aumentando riscos de incêndio”, aponta, ressaltando que tal informação é elementar para os engenheiros eletricistas.

O coordenador da Elétrica no Crea-PE, Mailson da Silva Neto, acrescenta que “as tensões não se somam porque os equipamentos vão estar em paralelo, e o que acontece é que a corrente vai ser maior, as perdas no condutor por efeito Joule vão afetar a isolação do condutor, que pode ressecar e provocar um curto-circuito”. Ele também informa que a tomada é fabricada para um quantitativo específico de corrente em amperagem. “Aí você também pode ter um sobreaquecimento pelo envelhecimento acelerado do componente e um risco de incêndio”. 

A informação prestada pelo bombeiro civil, enfatiza, coloca como consequência a soma das tensões. “Não é por isso que provoca o incêndio e sim esses fatores, como o aumento das perdas por efeito Joule no condutor que danificam a isolação e provocam o curto-circuito. Isso também acontece em instalações quando você coloca muita carga em um condutor que tem uma bitola menor do que está projetado”. Segundo ele, equipamentos do tipo “t” fabricados de forma mais precária, sem testes e certificações, podem ser ainda mais arriscados. “Isso agrava mais o risco porque você muitas vezes não sabe a procedência dos componentes, e ele em si pode ser um grande risco à fiscalização”.

Fiscalização Crea-MA
Fiscalização do Crea-MA

Operações especiais
Segundo o coordenador nacional, os participantes do Regional aproveitaram para fazer outros questionamentos. “Nosso foco é seguir a missão do Sistema, de proteger a sociedade dos leigos e maus profissionais no grupo engenharia modalidade eletricista e fortalecer a eficiência através da uniformização de procedimentos. Assim, apresentamos experiências relativas às operações especiais do Crea-MA com modelos da área de elétrica e ainda informações sobre a fiscalização na pandemia, destacando a importância de a câmara especializada fazer seu papel”, diz o Rogério, que está em seu segundo mandato seguido como coordenador regional no Maranhão.

Orientar, aprimorar e verificar o exercício profissional para proteger a sociedade dos leigos e maus profissionais tem sido o objetivo da fiscalização do Crea-MA, segundo o superintendente da área, eng. mec. Wesley Assis. “Para isso, nós desenvolvemos atividades de extrema importância, que são principalmente o atendimento das denúncias que chegam até nós por meio da ouvidoria ou do nosso site; por meio das operações de rotina e das operações especiais, planejadas pelas câmaras, como Operação Handoff (de operadoras de telecomunicações que operam com Serviço Móvel Pessoal – SMP), Gateway (de emissoras de rádio e TV) e Linha Viva (Operação de empresas que trabalham com geração, transmissão e distribuição de energia elétrica) e também por meio da fiscalização inteligente com fontes de dados abertos da internet”, diz, no Instagram da entidade.

Superintendente de fiscalização do Crea-MA, Wesley Assis
Superintendente de fiscalização do Crea-MA, Wesley Assis

Sobre o interesse pelas operações especiais, Mailson da Silva Neto destaca a importância da interação com a coordenadoria nacional. “Estamos trabalhando em sintonia com a câmara nacional. A pandemia tem atrapalhado um pouco porque a gente está ficando com poucos fiscais para ir a campo. Mas fizemos um Termo de Ajuste de Conduta com a Celpe que nos faz ter uma amplitude maior da fiscalização. Também estamos tentando fazer o mesmo com outros órgãos do estado, como a Anvisa, em relação aos equipamentos médicos. Também é relevante ter a relação das empresas cadastradas em outros órgãos da administração pública para verificar a regulação das atividades profissionais. Fizemos ação junto ao Detran, nas inspeções veiculares, verificando a parte elétrica. Oficiamos à Anatel para tratar a mesma questão”.

Ainda segundo o coordenador da câmara de Engenharia Elétrica do Crea-PE, o Regional está buscando desenvolver essas parcerias para que com isso a Câmara e o Crea cumpram a sua função social de fiscalizar e regular a atividade de Engenharia por meio de uma interlocução maior com a sociedade. “Estamos fazendo um convênio para que a gente acompanhe os projetos de SPDA e possa, assim, trabalhar a questão das inspeções prediais. Ou seja, saber de antemão, no pré-projeto, ou seja, no pedido de ligação provisória, quando a gente faz a regulação da atividade profissional para ver se o projeto teve ART, como acontece no convênio com a Celpe”, diz. 

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea