Crea-ES lança Programa Mulher

Vitória, 31 de março de 2021

Uma manhã de debates e incentivos marcou o lançamento do Programa Mulher no Crea-ES. Com participação do presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, e de demais membros do Comitê Gestor do Programa Mulher nacional, o evento foi aberto pelo presidente do regional capixaba, eng. agr. Jorge Silva, que, na ocasião, assinou, ao vivo, quatro portarias nomeando mulheres para cargos de liderança no Conselho e nas inspetorias. O Crea-ES é o 14º Regional a implantar o Programa Mulher.

 

 “Se não tivermos políticas públicas bem definidas, teremos problemas de emprego para mulheres e homens. A equidade só vai se realizar com maior formação profissional das mulheres, dos homossexuais e dos negros”, afirmou Silva, ao comemorar o passo que o Crea-ES dá ao lançar seu Programa Mulher. “Precisamos de salários justos em todas as categorias”, complementou. 

Em seguida, o presidente do Confea listou os macro-objetivos do Comitê Gestor do Programa Mulher nacional – (i) aumentar a participação feminina na governança do Sistema Confea/Crea; (ii) discutir as condições de trabalho e as dificuldades de tripla jornada e remuneração das mulheres; e (iii) discutir questões da mulher na sociedade como um todo, como feminicídio e assédios.

“Nosso Programa Mulher está alinhado com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, em particular com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n. 5”, disse Krüger, ao introduzir que, além de permear os Creas e as entidades de classe com o Programa Mulher, pretende apresentar o Programa em nível internacional. “Queremos levar nossa experiência para a Federação Mundial de Organizações de Engenharia (FMOI) e poder contribuir com entidades congêneres de outros países”. 

Após apresentar ações de campanha do Dia Internacional da Mulher e a cartilha do Programa Mulher, a secretária executiva do Comitê Gestor e gerente de Relacionamentos Institucionais do Confea, eng. eletric. Fabyola Resende, destacou alguns conceitos que normalmente são mencionados equivocadamente, como “culpabilização” e “feminismo”. “Feminismo não é o contrário de machismo. É a busca por direitos e deveres, respeitadas as individualidades. Temos que tocar nesses conceitos, pois muitas vezes são vistos erroneamente”, disse, ao conclamar o Crea-ES a ajudar a identificar novos conceitos para serem inseridos na cartilha. 

Resende sugeriu, ainda, que o Crea-ES se articulasse junto à Assembleia Legislativa do estado. “O Programa Mulher é um cartão de visita muito forte para abrir diálogo com parlamentares”, pontuou, antes de resumir a atuação do Programa junto ao Congresso Nacional e outros órgãos. Antes de encerrar sua fala, Resende celebrou a capilaridade que o Programa tem alcançado. “O Programa Mulher não está personificado em ninguém. É uma constelação pelo Brasil, cada uma fazendo sua parte. Podemos trabalhar juntas, apoiar umas às outras. Quando se ajuda uma colega, não se gera concorrência, mas inspiração. O Programa Mulher ficou muito plural, muito rico, porque cada estado trabalha com suas questões regionais e cada um aprende com o outro, inclusive o Confea, que tem aprendido muito com os Conselhos Regionais. É a mistura de trabalho com idealismo”, concluiu. Resende, sugeriu, ainda, a leitura de matéria jornalística que traz mais informações e estatísticas sobre a participação feminina no Sistema Confea/Crea.

A capilaridade do Programa também foi destaque na fala da conselheira federal eng. agr. Andréa Brondani a Rocha. “Temos particularidades regionais que tem que ser respeitadas, ao mesmo tempo em que se tece essa rede entre os Programas”, pontuou, antes de comprar que, enquanto há apenas 180.083 profissionais do sexo feminino registradas no Sistema Confea/Crea (contra 816.565 homens), o ingresso de mulheres nas universidades tem aumentado cerca de 40% ao ano. “O número de mulheres atuantes no sistema profissional aumentará no futuro”, celebrou. 

Em seguida, foi a vez de a presidente do Crea-RS, eng. amb. Nanci Walter, se pronunciar. “Comunicação, experiência, formação e liderança são atividades independentes de gênero. Temos de tirar de letra as dificuldades nos impostas por sermos mulheres. A crítica tem que ser construtiva sempre. Crítica destrutiva não pode ter espaço na nossa vida. O que não conseguirmos transpor, nós mitigamos”, disse Walter, que representa o Colégio de Presidentes no Comitê Gestor do Programa Mulher nacional.

A conselheira regional do Crea-ES eng. amb. Marianna Leite Barcelos ressaltou o benefício que a diversidade traz aos debates. “Temos de ter paciência de ouvir o novo. A diversidade de idades e de profissões no Plenário traz benefícios para o Sistema”, pontuou. Ao responder uma pergunta do público, Barcelos orientou os participantes a atuarem nas entidades de classe de suas profissões a fim de, no futuro, poderem se tornar conselheiros. “É muito importante lutar por nossos direitos e deveres, e a atuação em entidade de classe é uma forma de exercer essa ação”.

Participaram, ainda, a presidente do Crea-Júnior-ES, eng. civ. Maysa Fernandes da Silva, e a coordenadora do Programa Mulher no Espírito Santo, Ariana Alves Vieira, que agradeceu e elogiou a cartilha, e se colocou disponível para diálogo com as lideranças presentes. Mais informações e peças de campanha podem ser encontradas em www.programamulherconfea.com. Abaixo, veja a live na íntegra: 

 


 

 

Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Foto: Marck Castro/Confea