Experiência, inovação e continuidade marcam gestão do Crea-PR

Presidente do Crea-PR, eng. civ. Ricardo Rocha: iniciativas para a modernização do Regional e sua integração com o Sistema
Presidente do Crea-PR, eng. civ. Ricardo Rocha: iniciativas para a modernização do Regional e sua integração com o Sistema

 

Brasília, 1º de dezembro de 2020.

Aliar a experiência acadêmica e o conhecimento das atividades do Sistema se torna apenas uma das características da atuação do engenheiro civil Ricardo Rocha de Oliveira, em seu segundo mandato à frente do Crea-PR. Mestre em engenharia de produção e doutor em engenharia civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele afirma que “sempre busquei estar próximo de entidades de classe, me envolvendo com o associativismo que é a base para o sistema profissional”.

A atuação no Sistema é conciliada com as atividades como professor, coordenador, chefe de Departamento, diretor do Centro de Ciências Exatas e reitor Pró-Tempore da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste. Assim, coordenou a comissão de Ensino do Crea-PR, em 2005, apenas 10 anos após iniciar essa trajetória como coordenador do curso de Engenharia Civil.

Na entrevista a seguir, Ricardo Rocha fala do prosseguimento de ações relacionadas ao uso de tecnologia para uma fiscalização em interação com o poder público e o planejamento estratégico do Regional e da continuidade também de programas como os voltados à assistência técnica, à moradia (Casa Fácil), ao campo (Campo Fácil) e à equidade de gênero (Comitê Mulheres), presentes em todo o Paraná. Descreve a importância de “buscar a eliminação do visto para que a partir do registro em um dos Creas exista a possibilidade de uma ação nacional” e outras iniciativas para a Unidade de Ação entre os regionais. Por fim, Ricardo Rocha vislumbra avanços relacionados às rotinas de integração de atividades entre o Confea e os Creas, à autonomia regional da Mútua e à federalização do plenário do Confea.

Site do Confea: Pode nos falar um pouco sobre sua trajetória até chegar à presidência do Crea?

Ricardo Rocha: Eu sou engenheiro civil, formado há 25 anos, trabalhei alguns anos no mercado e depois me dediquei ao ensino. Sempre busquei estar próximo de entidades de classe me envolvendo com o associativismo que é a base para o sistema profissional. Como professor representei minha universidade como conselheiro no Crea-PR no início dos anos 2000, quando tive a oportunidade de conviver com vários colegas e fui coordenador da Comissão de Educação. Na gestão do presidente Rossafa, tive um grande envolvimento com a criação do Crea-Jr e, depois, um engajamento forte com o associativismo, por meio da minha associação à Associação dos Engenheiros Civis de Cascavel - AREAC, onde participei de várias diretorias e fui presidente. Também atuei no Colégio de Dirigentes de Entidades Regionais (CDER), onde fui coordenador regional no Paraná. E agora, reeleito para a presidência do Crea-PR. É uma trajetória marcada pela preocupação com o associativismo e com a importância da estreita relação com as instituições de ensino, para a boa formação dos nossos profissionais.
 
Site do Confea: Quais iniciativas foram tomadas que terão continuidade no segundo mandato, principalmente dentro da temática equidade de gênero?

Ricardo Rocha: No que diz respeito especialmente à questão de equidade de gênero, nós já tínhamos instalado no Crea-PR um Comitê Mulheres, vindo da gestão anterior. Demos continuidade à proposta, expandindo e aperfeiçoando a política deste Comitê. No início, o Comitê tinha uma configuração somente com representação de conselheiras. As próprias conselheiras consideraram que seria interessante fazer uma expansão do Comitê, propondo a regionalização, o que significou a escolha de três representantes em cada uma das nossas oito regionais. Hoje, esta representação é efetiva e contempla todo o Paraná. Além disso, estão sendo fomentadas diversas atividades relacionadas ao empreendedorismo das profissionais e criação de eventos e materiais de apoio que discutam a equidade de gênero e a efetiva participação das mulheres no nosso Sistema. 
 
Site do Confea:
O senhor acredita que esse crescimento da representação feminina no Sistema já é fruto do Programa Mulher?

Ricardo Rocha: Em primeiro lugar, quero parabenizar o presidente Joel pela instituição do Programa Mulher na sua primeira gestão, disseminando em todos os Creas a ideia de ter um programa com ações voltadas especialmente a elas. Fico muito feliz com essa ampliação da participação feminina, inclusive no número de presidentes mulheres nas presidências dos Creas e em demais representações. É o começo do Programa, mas ele já tem dado alguns frutos e resultados, incentivando as profissionais a uma maior participação no nosso Sistema e na vida política em todo o País. Ainda são resultados iniciais, mas não tenho dúvidas de que o Programa Mulher, sendo reproduzido com ações regionais, incentivará um número ainda maior de mulheres. 
 
Site do Confea:
Qual a importância de trabalhar essa equidade de gênero, principalmente no Sistema Confea/Crea?

Ricardo Rocha: Muito importante porque ainda temos situações de falta de igualdade de oportunidades e devemos buscar incansavelmente essa igualdade. Devemos ampliar o acesso feminino ao mercado, sem haver nenhuma restrição nem discriminação que impeça o ingresso em suas profissões. As mulheres têm muita competência e, naturalmente, fornecida a igualdade de oportunidade, elas ocuparão seus espaços naturalmente. Ainda, em algumas organizações, existe esta falta de igualdade e é essa barreira que temos que transpor. É fundamental que o sistema profissional esteja olhando para isso, para que todas possam ter acesso de forma igualitária ao mercado profissional, ao nosso Sistema e à vida política do nosso país. 
 
Site do Confea:
Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?

Ricardo Rocha: Antes de citar os desafios, quero ressaltar que o Crea-PR trabalha sempre em cima de um planejamento estratégico que foi feito na primeira gestão e que faremos novamente agora, a partir de uma ampla pesquisa com nossos clientes, nossas entidades de classe, nossas instituições de ensino e nossos conselheiros e inspetores, que trazem novas demandas que serão consideradas no planejamento do próximo triênio. Mas entendemos que um grande desafio é sempre manter um excelente nível da fiscalização e da prestação de serviços aos nossos profissionais, sempre agregando muita inovação e tecnologia. Já avançamos nos últimos anos no quesito tecnologia, trazendo como resultado agilidade nos processos e no atendimento. No que diz respeito à fiscalização, buscamos também intensificar o uso da tecnologia para oferecermos uma fiscalização inteligente, cruzando informações com órgãos públicos e demais instituições, por meio de um amplo levantamento de dados. 
 
Site do Confea:
Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua opinião sobre essa viabilidade?

Ricardo Rocha: Esse é um assunto muito importante. Nossos profissionais sempre contribuíram para o crescimento e o desenvolvimento do país, mas, agora com a pandemia e as dificuldades que tivemos na retomada mundial, nós teremos um papel ainda mais fundamental na retomada do crescimento e desenvolvimento da economia. Neste sentido, o Crea-PR deu um grande exemplo com o processo chamado Agenda Parlamentar que propõe um conjunto de políticas públicas descritas em documentos elaborados por profissionais das nossas entidades de classe, os Cadernos Técnicos e os EBDMs – Estudos Básicos de Desenvolvimento Municipal. Por meio deles, nós levamos ao conhecimento dos prefeitos paranaenses um conjunto de propostas de políticas públicas embasadas tecnicamente pelos profissionais, e nos colocamos à disposição das administrações municipais para apoiar a implantação e coexecutar algumas políticas, como é o caso da assistência técnica à moradia e à área do campo, por meio dos Programas Casa Fácil e Campo Fácil.   
 
Site do Confea:
O senhor acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Ricardo Rocha: Considero fundamental que todos os Creas tenham a chamada Unidade de Ação que está na nossa Lei 5.194 e permite a todos prestar o mesmo serviço. Nesse sentido, existem algumas ações que devemos fazer nos  próximos anos, como buscar a eliminação do visto para que a partir do registro em um dos Creas exista a possibilidade de uma ação nacional, sem necessidade de registro em outros Creas, ou uma forma mais ágil com apenas troca de informações entre nossos regionais. Outra questão é a padronização da ART, não só enquanto formulário, mas no uso das formas de registro que já temos à disposição, num formato de padronização por meio da Tabela TOS, que já está implantada no Crea-PR. Acho que essa é uma das ações fundamentais para os próximos anos: que todos os Creas implantem, de modo tal que do Rio Grande do Sul ao Amapá, da Paraíba ao Acre, todos os registros sejam feitos com a mesma padronização, sem tabelas diferenciadas em cada um dos Creas. Considero também que devemos padronizar as formas de atendimento para que, em qualquer local, o profissional seja atendido com a mesma qualidade. Pensando o Sistema como uma corrente, precisamos ter todos os elos fortes e estruturados, para continuarmos unidos nesta caminhada.
 
Site do Confea:
O senhor acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demande alguma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a sua gestão irá atuar neste sentido?

Ricardo Rocha: Certamente, como Sistema, temos uma demanda muito grande para pensar em formas de atender os nossos profissionais e a sociedade de maneira ágil e rápida, mantendo sempre toda a qualidade. O presidente Joel tem mencionado muito que precisamos ter uma maior velocidade de resposta diante das demandas que são colocadas. Em relação aos procedimentos, vou citar alguns itens principais. A presidência do Confea tem mencionado sobre a preocupação da implantação de uma gerência de fiscalização que venha apoiar os Creas na implantação de todas as políticas nacionais e resoluções que são definidas na plenária do nosso conselho federal. Acho que essa é uma grande oportunidade de melhoria que teremos nos próximos anos. Outra questão que já está em curso é a readequação da plenária do Confea com a representação de um profissional por estado, proporcionando uma representatividade adequada da nossa federalização. Em relação à Mútua, acredito que deva haver uma maior readequação de seus processos. A principal é a busca de mais autonomia para os regionais, por meio de um contrato de gestão com metas e indicadores que possibilite aos mesmos ampliar os seus serviços e atender rapidamente nossos profissionais de forma mais descentralizada e com maior autonomia.
 
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea com a colaboração de Patrícia Coen Giannini (Crea-PR)