História natural de Mato Grosso é contada em livro

Cuiabá, 5 de dezembro de 2022.

Rochas, fósseis e artefatos arqueológicos estão entre os elementos coletados por cientistas que ajudam a desvendar os mistérios escondidos em meio à natureza. Parte do conhecimento pré-histórico do estado de Mato Grosso (MT) estava salvaguardado apenas de forma fragmentada em vários museus na capital e em outras regiões do estado. Agora, esses conteúdos museológicos e científicos foram reunidos em uma única obra: o livro História Natural de Mato Grosso, lançado no último dia 30 de novembro. Veja como foi:

 

 

Realizada pela Associação dos Profissionais de Geologia do Estado do Mato Grosso (Agemat), a obra apresenta uma síntese com informações desde as primeiras expedições científicas realizadas no estado até dados e pesquisas recentes desenvolvidas por cientistas de diversas instituições. O conteúdo foi organizado em nove capítulos, que abordam sobre o que é história natural, a geologia, as rochas e minerais, a paleontologia, a arqueologia, a biodiversidade, a geomorfologia, os solos e sobre os museus do estado. O Confea patrocinou a publicação com R$ 40 mil.  

Segundo a presidente da Agemat e vice-presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Sheila Klener, esse livro irá contribuir para aproximar as pessoas dos conhecimentos científicos. “Essa é mais uma publicação realizada pelas entidades de Geologia do estado, que possibilita traduzir as informações existentes nas rochas para todos. Com o livro, as pessoas poderão ter um pouco dos museus dentro de suas casas”, afirma. 

O professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Caiubi Kuhn, um dos organizadores do livro, explica sobre a relevância da obra. “Esse material está fantástico. Nós organizamos o conteúdo de forma didática, interessante e atrativa. Irá auxiliar professores, estudantes e até mesmo quem tem curiosidade em conhecer mais sobre a história de tempos remotos”, aponta. 

Vitória Ramirez Zanquetta, curadora do Museu de História Natural de Mato Grosso (MHNMT) e autora do capítulo “História natural, museus e educação”, fala sobre o papel dos museus na preservação da história natural no estado. “As instituições museais são de suma importância, pois elas têm o papel de guardar, preservar, estudar e compartilhar conhecimentos. Por isso, é preciso garantir que os museus sejam amparados com recursos suficientes para se manterem funcionais, socialmente ativos e relevantes”, aponta. 

De acordo com a arqueóloga Suzana Hirooka, vice-presidente do Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Ecoss), que faz a gestão do MHNMT, esse livro traz mais visibilidade ao conhecimento salvaguardado no Museu. “Conhecer a história natural do estado é a chave para a mudança de comportamento e de atitude no sentido de respeitar a diversidade e os recursos naturais. Por meio dessa obra, nós pretendemos integrar os saberes que estavam espalhados em Mato Grosso e traduzir para uma linguagem menos técnica. Com isso, a gente consegue ampliar os públicos potenciais de defesa e preservação da história natural no estado”, avalia Hirooka, que é autora e uma das organizadoras do livro. 

O livro foi organizado em uma parceria entre a Associação dos Profissionais de Geologia do Estado do Mato Grosso (Agemat), a Associação de Geólogos de Cuiabá (Geoclube) e a Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), com patrocínio máster do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) e da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea. Recebeu também o apoio do Museu de História Natural de Mato Grosso (MHNMT) e do Museu de Minerais, Rochas e Fósseis da UFMT. 
 
Thiago “Zina” Crepaldi – Assessor de Comunicação do Museu de História Natural de Mato Grosso 
Adaptado pela Equipe de Comunicação do Confea