Antônio Braz Genelhu Melo

Engenheiro Civil pela Faculdade de Engenharia Souza Marques, em 1971

Nascimento: Aimores (MG), 4 de maio de 1947
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (Crea-MS)

Ao centro de uma imensa rotatória em Dourados, MS, no encontro da BR-163 com o prolongamento da Avenida Marcelino Pires, mantém-se um monumento aos colonos do início do século XX da região. Mas nos jornais, no rádio, nos comunicadores policiais e nas conversas pela cidade, se alguém precisa dar a referência de um acidente ou algum evento por ali, o nome é certo: “Mão do Braz”, pois foi erguido na gestão da prefeitura do engenheiro Antônio Braz Genelhu Melo (conhecido como Braz Melo).

Sua gestão frente à prefeitura (1989-1992 e 1996-2000) rendeu à cidade os 11 Centros de Educação Unificada (CEU) na periferia de Dourados, postos de saúde, inclusive em reserva indígena, com funcionários indígenas, entre diversas iniciativas, e dois prêmios de melhor prefeito do Brasil. Braz Melo chegou a alcançar o cargo de vice-governador, período no qual ficou à frente dos assuntos relativos ao Mercosul. No entanto, não nega: entre política e Engenharia, sua paixão está na segunda: “o engenheiro é um solucionador de problemas”.

Nascido na cidade mineira de Aimores, Braz Melo se formou em Engenharia Civil em 1971 no Rio de Janeiro, enquanto desenhava tubulações para sobreviver. Teve diversos empregos nessa época na cidade maravilhosa que, segundo ele conta, pulsava de obras, tendo sido recém-destituída da condição de capital federal. Um desses empregos foi na construção do metrô do Rio. “Eu ia na frente, resolvendo aqueles problemas de água, esgoto etc. Foi uma obra muito importante na minha vida.”

Tudo o que o jovem engenheiro viveu no Rio, ele pode levar para o centro-oeste do país quando foi convidado para executar a obra do esgoto sanitário de Dourados pela Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso (Sanemat). Com um sistema inovador implantado por Braz, a economia da execução chegou a 40%. Quando Mato Grosso se dividiu, a Sanemat também se repartiu, dando origem à Sanesul, empresa da qual Braz Melo chegou a ser vice-presidente.

A partir de 1974, já autorizado pelo governo estadual, Braz começou a deixar sua marca na paisagem urbana de Dourados. As galerias de águas pluviais foram apenas o início. Em 1975, como sócio da Projecon Engenharia, passou a executar obras particulares que mudaram a face da cidade. Jardim Água Boa, Jardim Florida, Parque das Nações, Portal de Dourados – nomes que hoje fazem parte do cotidiano douradense nasceram do planejamento meticuloso de um engenheiro que não via apenas terrenos vazios, mas futuros lares, comunidades inteiras. Em 1976, quando assumiu a regional da Sanemat em Dourados, executando 160 quilômetros de rede d'água, Braz já não era apenas um funcionário público: era um transformador urbano.

A ascensão na Sanesul veio naturalmente. Em 1977, foi chamado para assumir a regional de Campo Grande. Um ano depois, participava dos estudos para a criação da nova empresa de saneamento que nasceria com a divisão do estado. Em 1979, foi nomeado vice-presidente da Sanesul, participando de projetos emblemáticos como a captação do Guariroba, em Campo Grande, e do Rio Dourados. Mas foi em 1981, como coordenador das obras estaduais na Grande Dourados, que Braz mostrou sua versatilidade: além de redes de água e esgoto, supervisionou a construção do estádio Douradão.

Em 1983, criou a Apoio Engenharia junto com o engenheiro Shizuke Ono e passou a executar obras que deixariam marca no sul do estado: a Escola Estadual de Caarapó, ginásios de esporte em Caarapó e Naviraí. Eram projetos que exigiam não apenas conhecimento técnico, mas sensibilidade para entender as necessidades de comunidades menores, mais próximas da realidade rural que caracterizava a região. Cada obra era pensada não apenas como estrutura física, mas como espaço de convivência e desenvolvimento social.

Casado há 54 anos com Anete Silva Melo, Braz reconhece que deve grande parte do que conquistou ao apoio da família, principalmente da esposa, com quem tem três filhos – Gisella, Braz Jr. e Mirella –, seis netos e dois bisnetos. No início da vida em Dourados, Anete foi a responsável por manter Braz na cidade, que demorou um pouco para se adaptar.

A política chegou como consequência natural do trabalho técnico. Prestando serviços de galerias pluviais para a prefeitura de Dourados, Braz estabeleceu uma relação próxima com o prefeito João Totó Câmara, que logo sugeriu que ele seguisse o caminho político. "A Engenharia me ajudou muito na política", reflete Braz. "Um engenheiro é um solucionador de problemas, e a prefeitura de uma cidade é isso: resolver problemas." Em 1988, candidatou-se e venceu a eleição para prefeito de Dourados, iniciando um mandato que transformaria a cidade de forma definitiva.