Colégio de Presidentes destaca a COP-30 na última reunião do ano

Brasília, 19 de dezembro de 2025.

A apresentação de um vídeo produzido pelo Crea-PA sobre a participação do regional durante a COP-30 marcou o encerramento da 6ª Reunião Ordinária do Colégio de Presidentes (CP), em Cuiabá-MT, nesta sexta-feira (19/12). Dando destaque ao Manifesto da Engenharia, da Agronomia e das Geociências para a COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente), previamente apresentado durante a 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em Vitória-ES, a presidente eng. civ. Adriana Falconeri afirmou que o Manifesto foi entregue ao presidente da COP, embaixador André Corrêa do Lago.

“É um manifesto da engenharia nacional. De todos nós, não só do Crea-PA. Diante de tantas contradições, tantas Fake News, tanto preconceito até mesmo no Brasil, dos que não acreditavam ser possível nós fazermos o que fizemos, só tenho agradecimentos aos engenheiros de todo o país que transformaram a cidade de Belém”, afirmou. “Foi a melhor COP, graças à engenharia nacional”, ressaltou.

Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri, durante a COP-30, em Belém: elogios dos participantes da última reunião do ano do Colégio de Presidentes
Presidente do Crea-PA, eng. civ. Adriana Falconeri, durante a COP-30, em Belém: elogios dos participantes da última reunião do ano do Colégio de Presidentes



O evento foi realizado de 10 a 21 de novembro, em uma área de 500 mil metros quadrados. “É necessário que a gente esteja nesse evento mundial, que a gente possa participar”, apontou a presidente do Crea-AM, eng. pesca Alzira Miranda. Também em depoimento ao vídeo, a eng. civ. Nanci Walter, presidente do Crea-RS, afirmou que “entre tantas críticas, eu que venho de uma realidade muito diferente posso dizer que é de suma importância que ocorram eventos como esse com debates de várias lideranças”.

 

Presidente do Crea-AP, eng. civ. José Amarildo
Presidente do Crea-AP, eng. civ. José Amarildo



“Sou eternamente grata por você ter nos representado, e muito bem”, destacou a presidente do Crea-AC, eng. civ. Carmem Nardino. “Foi uma presença importante para melhorar a qualidade de vida da Amazônia”, manifestou o eng. civ. José Amarildo, presidente do Crea-AP. “Com apoio do Sistema, do governo do Estado e do Instituto Sustentabilidade Brasil, levamos 94 pessoas. A programação técnica e científica do evento me surpreendeu bastante. Foi uma oportunidade ímpar em nossa vida”, disse o presidente do Crea-ES, eng. agr. Jorge Silva, agradecendo o apoio do Sistema pela contribuição à realização da Soea em Vitória, um mês antes (6 a 9 de outubro).
 

Lixões e recargas 
“Mapeamos todos os nossos lixões. 90% dos municípios utilizam lixões a céu aberto. Trinta e nove lixões foram identificados. Temos inspetores que não têm uma sede física. E foram eles que fizeram esse mapeamento com georreferência. Só assim vamos mostrar nossa essencialidade. Nossa meta é mostrar o que fazemos para nós mesmos e para a sociedade. Temos que mapear os lixões em todo o país. Só vamos ter a valorização profissional se a gente conseguir mostrar o nosso valor para todo o Brasil”, disse Adriana Falconeri, agradecendo a participação.

 

Coordenador do Colégio de Presidentes, eng. civ. Lamartine Moreira
Coordenador do Colégio de Presidentes, eng. civ. Lamartine Moreira


 
“O conselheiro (federal) do Pará, (eng. civ.) Paulo Pinho, passou as coordenadas dos lixões da Amazônia Legal. Peço a todos os Creas que seja feito esse mapeamento e identificação”, pontuou o coordenador do CP, eng. civ. Lamartine Moreira. Carmem Nardino comprometeu-se a fazer o mapeamento dessas áreas, destacando a existência de um aterro sanitário premiado em Rio Branco. 

A presidente Rosa Tenório (Crea-AL) afirmou que Alagoas foi o primeiro estado do Brasil a banir os lixões. “Resultado de um trabalho incrível do governo do Estado e do Ministério Público. Hoje contamos com quatro aterros sanitários”, disse, também elogiando a atuação do Crea-PA no evento internacional. 

Em seguida, a presidente apresentou a cartilha “Manual de Recarga Segura”, para carros elétricos, fruto da síntese dos trabalhos desenvolvidos por um grupo que envolveu ainda o Crea-DF e o Crea-BA. Desenvolvido por iniciativa da conselheira Michele Costa, coordenadora regional da câmara de Engenharia Mecânica, o formato apresentado contou com uma parceria entre o Crea-AL e a concessionária de energia do estado e com o Corpo de Bombeiros de Alagoas.

“É um passo a passo para síndicos, donos de empresas e para a sociedade que queira implantar. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tornou esse material referência e irá realizar um convênio para que se possa fazer um convênio com o Confea para que possamos divulgá-lo para todos. A Aneel está com consulta pública pedindo contribuições que poderemos inserir na próxima edição da cartilha que ajuda o leigo que utiliza ou quer utilizar carros elétricos”, comentou Rosa.
 

Presidente do Crea-SE, eng. civ. Dilson Luiz
Presidente do Crea-SE, eng. civ. Dilson Luiz

 

Diligências
O presidente do Crea-SE, eng. civ. Dilson Luiz, apresentou proposta pela Revogação da Decisão Plenária 1476/2024 que veda o procedimento de diligência em fase de análise de admissibilidade da denúncia pelas câmaras especializadas. “Isso tem provocado constrangimentos e dificuldades na formação do juízo dos relatores conselheiros e afronta preceitos constitucionais”. A medida vem sendo adotada diante da análise da alteração da Resolução 1.004/2003 pela Gerência de Desburocratização e Normatização (GDN). Dilson Luiz frisa que a Decisão Plenária “está restringindo um dever fundamental do julgador: cognição mínima do fato para decidir pela admissibilidade ou não de uma denúncia de infração ética”.

Com a proposta complementar de um comparativo entre a Resolução 1.121/2019 e a Decisão Normativa 117/2003, o presidente do Crea-BA, eng. agrim. Joseval Carqueija, apresentou proposta para que a atividade básica desenvolvida ou a natureza dos serviços prestados definam a necessidade do seu registro no Crea, em consonância com o artigo 59 da Lei 5.194/1966, em entendimento consolidado no Sistema. “Assim, nossa proposta é pela revisão ou aperfeiçoamento da DN 117/2023, especialmente do artigo 3º, que dispõe que entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista não estão sujeitas ao registro nos Creas, ainda que possuam atividade básica ou executem serviços para terceiros que envolvam o exercício das profissões fiscalizadas pelo Sistema. 

 

Presidente do Crea-BA, eng. agrim. Joseval Carqueija
Presidente do Crea-BA, eng. agrim. Joseval Carqueija


Segundo ele, a interpretação conferida por esse dispositivo, afastou, de forma ampla, a incidência do critério de atividade técnica efetivamente exercida, gerando questionamentos quanto à compatibilidade normativa entre a DN 117/2023 e a Resolução 1.121/2019. Sua proposta, justificada em decorrência de prejuízos aos regionais, é que, além da revisão ou aperfeiçoamento da DN, o tema seja debatido pelo Colégio de Presidentes e pelas instâncias competentes do Confea e que seja elaborado um estudo técnico-jurídico comparativo entre os dois documentos, com foco no critério da atividade básica e na fiscalização profissional. 

O presidente do Crea sergipano abordou ainda a Certidão de Acervo Operacional – CAO, definida pela Resolução 1.137/2020, sugerindo a necessidade de atualização de seu artigo 53. Citando o exemplo de uma consulta ao Crea-BA sobre a autenticidade de um Atestado de Capacidade Técnica Operacional. “A informação passada foi de que seria necessário apenas a análise da ART, mas em diligência foi comprovada a falsificação do atestado, o que nos faz sugerir que além da ART seja incluída a obrigatoriedade do atestado de Capacidade Técnica Operacional para a emissão da CAO, instrumento que certifica, para os efeitos legais, que consta dos assentamentos do Crea, o registro da anotação de responsabilidade técnica (ART) e do Atestado de Capacidade Técnica”, disse, com manifestações complementares do presidentes Joseval Carqueija (Crea-BA), eng. civ. Juares Samiego (Crea-MT) e Jorge Silva (Crea-ES) e do representante do Crea-PR, 2º diretor administrativo Rafael Kalluf.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

Fotos: Santo Rei/Confea