"Édison Passafaro"Temas sociais marcam as palestras do Encontro de Lideranças do Sistema Confea/Crea que reúne, em Brasília, os integrantes do Cden (Colégio de Entidades Nacionais) e coordenadorias de Câmaras Especializadas dos Creas. Ética, acessibilidade e mobilidade foram assuntos tratados na tarde de 28 março, primeiro dia do encontro.
A palestra Acessibilidade e Mobilidade Urbana: Políticas de Inclusão Econômica e Social foi exposta pelo consultor Édison Passafaro. Por um ângulo de visão ampliado e bastante dinâmico, ele definiu a expressão já conhecida "como a simples capacidade de locomoção para todos, não limitando-se somente aos portadores de necessidades especiais mas para todos os cidadãos, tenham ou não dificuldades para realizar tarefas comuns do dia-a-dia".
Neste grupo estão incluídos idosos, crianças, obesos, pessoas de pequena e grande estatura entre outras características. "Mesmo com criação de rampas para facilitar a locomoção de cadeirantes e idosos", diz Passaforo. Ainda segundo ele, "os construtores não percebem que um obstáculo mínimo, um desnivelamento ou mesmo uma inclinação mal projetada impedem o deslocamento individual fazendo que o cidadão, muitas vezes, peça uma mãozinha para alguém próximo, o que é bastante desconfortável".
Passaforo criticou ainda, a convenção mundial de medidas de portas, 60 cm, ônibus e demais objetos e produtos de consumo. "Se colocássemos quem definiu a metragem, principalmente das portas, em uma cadeira de rodas e déssemos a ele um laxante, com certeza entenderia a necessidade de se aumentar a largura. Os projetistas esquecem dos consumidores que utilizam aparelhos para sua locomoção e ultrapassam as medidas definidas universalmente".
O Brasil, sendo o exportador mundial de transportes públicos como ônibus adaptados para os cadeirantes e usuários em geral, deveria melhorar as condições de locomoção para seus cidadãos. Para Passaforo, "acessibilidade é garantir a todos o seu fortalecimento social, político e econômico".
