Brasília, 03 de dezembro de 2025.
Neste 3 de dezembro de 2025, data alusiva ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o Plenário do Confea sediou a cerimônia de posse dos novos membros do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) para o triênio 2025-2028.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou a relevância do Sistema Confea/Crea para o avanço das políticas de inclusão. “É um conselho profissional fundamental. Se quisermos avançar em acessibilidade e desenho universal, precisamos contar com os engenheiros”, afirmou. Ela reforçou a necessidade de ampliar a consciência social sobre o tema: “Precisamos formar essa consciência coletiva para construir um mundo verdadeiramente acessível para todas as pessoas”.

Em seu discurso, o presidente do Confea, eng. telecom. Vinícius Marchese, agradeceu ao Conade pela escolha do Plenário do Conselho para sediar a eleição. “Deixo o Sistema Confea/Crea à disposição de vocês, não apenas como espaço físico, mas como parceiro institucional”, afirmou. Marchese destacou a robustez da estrutura do Sistema: “Temos mais de um milhão de profissionais, quase 400 mil empresas cadastradas e todas as instituições de ensino do país. Enxerguem o Sistema como uma possibilidade concreta de apoio para avançar nas necessidades técnicas de vocês”. O presidente também destacou o trabalho dos representantes do Confea no colegiado, os engenheiros civis Daniel Faganello e Augusto Cardoso Fernandes.
A secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, destacou a relevância institucional do processo e a necessidade de construir políticas que transcendam governos. Segundo ela, o Brasil ainda convive com um “PIB oculto das pessoas com deficiência”, um conjunto de capacidades produtivas e criativas historicamente invisibilizadas. Feminella ressaltou que políticas públicas de inclusão devem ser políticas de Estado, continuadas e estáveis, com investimentos permanentes em acessibilidade, autonomia e participação social. “Precisamos de um Estado que não seja nem máximo nem mínimo, mas que esteja à altura das necessidades do povo brasileiro”, afirmou.

Ao defender que os direitos da pessoa com deficiência são direitos humanos, a secretária ressaltou a urgência de um amplo debate sobre a economia política da inclusão e do desenvolvimento, capaz de gerar emprego, renda e bem-estar. Ela lembrou que o país possui uma verdadeira indústria da inclusão, formada por tecnologias assistivas, inovação, serviços, infraestrutura e novos empreendimentos, que movimenta oportunidades e gera valor. “Há um PIB da inclusão que o Brasil precisa reconhecer e fortalecer”, completou.
Conade
O Conade é um órgão superior, paritário, consultivo e deliberativo, vinculado ao MDHC. Suas atribuições incluem acompanhar e avaliar a Política Nacional para a Inclusão da Pessoa com Deficiência, fiscalizar políticas setoriais e propor medidas para assegurar os direitos dessa população. A nova composição do colegiado contará com 19 representantes do poder público e 19 representantes da sociedade civil, além da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos das Pessoas Idosas e Pessoas com Deficiência (AMPID). Confira a composição do colegiado.
Combata o Capacitismo
Ainda durantea cerimônia foi lançada a campanha “Discriminação contra pessoas com deficiência tem nome: capacitismo!”. A secretária Anna Paula Feminella, ressaltou que a campanha simboliza a necessidade de intensificar a resposta do Estado ao capacitismo e de estabelecer políticas públicas que combatam as desigualdades de maneira organizada.“A campanha foi desenvolvida para qualificar o debate sobre o capacitismo e fortalecer a atuação do Estado na garantia de direitos. O propósito é ampliar o acesso à informação, valorizar as experiências das pessoas com deficiência e estimular a corresponsabilidade de instituições e da sociedade civil na superação de barreiras. Ao mobilizar órgãos públicos e diferentes setores, reafirmamos que o enfrentamento ao capacitismo não é apenas uma pauta de sensibilização, mas um compromisso institucional que deve orientar políticas e as relações sociais”, afirmou.
Confira a cartilha "Combata o Capacitismo" .
Acompanhe ao vivo o evento:
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Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea com informações do MDHC
