Em Natal, coordenadores da Engenharia Florestal intensificam propostas

Reunida em Natal, CCEEF promoveu amplo debate
Reunida em Natal, CCEEF promoveu amplo debate que contou com as participações dos conselheiros federais Andréa Brondani e Ricardo Ludke

Brasília, 8 de agosto de 2022.

Com a participação efetiva dos conselheiros federais Andréa Brondani e Ricardo Ludke, a Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF) realizou, na sede do Crea-RN, em Natal, de quarta a sexta (5/8), sua terceira reunião ordinária do ano, a última antes da realização da 77ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), que terá lugar em Goiânia, de 4 a 6 de outubro.

“Contem com a Ceep para recepcionar as propostas oriundas desta coordenadoria. A engenharia florestal vem avançando em melhorias e atendendo às necessidades de mercado de trabalho, garantindo a segurança da sociedade”, comentou a engenheira agrônoma Andréa Brondani, na abertura da reunião. Ela abordou ainda a necessidade de formação de uma comissão temática relacionada ao tema agrotóxicos, tema este que também foi discutido pela CCEAGRO em Brasília, em sua terceira reunião, realizada no mesmo período.

CCEEEF é liderada pelo coordenador adjunto e coordenador José Figueiredo Moreira
CCEEF é liderada pelo coordenador adjunto Guilherme Reisdorfer e pelo coordenador Antonio José Figueiredo Moreira

A conselheira Andréa destacou ainda os esforços da CCEAGRO e da CCEEF quanto a uma consulta a respeito da vinculação de ART de receituário agronômico e assistência técnica, sendo apoiada pelos conselheiros de ambas as coordenadorias.

Andréa também fez referência à participação da CCEEF junto ao GT Rastreabilidade, que analisará Instrução Normativa Conjunta entre a Anvisa e o Mapa. “Na tentativa de valorizar a assistência técnica, poderia se chegar à silvicultura. Não é exclusividade dos engenheiros agrônomos emitir receituário agronômico. Temos que dar isonomia às duas atividades. Temos feito uma consulta sobre ter uma vinculação à ART de receituário agronômico e consultoria técnica”, disse, sendo apoiada pelos participantes. 

Os conselheiros federais também fizeram esclarecimentos sobre as inscrições da 77ª Soea e a participação no Congresso Técnico- Científico da Engenharia e da Agronomia (Contecc). Alguns conselheiros se prontificaram a atuar como avaliadores da Engenharia Florestal e que participarão da análise dos trabalhos da área.

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Andréa destacou ainda que tem sido uma excelente experiência atuar na plenária do Confea junto ao conselheiro federal Ricardo Ludke, pela sua vasta experiência nas propostas relacionadas à Florestal. “A CCEEF tem contribuído de modo significativo, enviando propostas que auxiliam muito o Confea. Há desafios, mas o saldo tem sido positivo. Essa experiência de vocês faz o diferencial para nós, no Confea”, disse, parabenizando a coordenadoria pela visita técnica realizada na manhã de sexta ao Parque das Dunas, em Natal. 

“Mostrou essa face da engenharia florestal, que tem potencial de ser explorada para a estabilização de dunas e consequente proteção das cidades”, comentou a conselheira. “O Parque das Dunas é uma unidade de conservação de proteção integral, cuja vegetação nativa preserva a biodiversidade, evita a movimentação das dunas de Natal e mantém seu aquífero”, considerou o coordenador da CCEEF, Antonio José Figueiredo Moreira.

O conselheiro federal eng. ftal. Ricardo Ludke agradeceu o apoio da conselheira federal. “Ela é sensível às necessidades da engenharia florestal. Faço esse reconhecimento por você entender os papéis de cada profissão e onde atuamos em conjunto”.
 

Visita técnica ao Parque das Dunas
Visita técnica ao Parque das Dunas, patrimônio da preservação ambiental de Natal


Andréa e Ludke agradeceram a receptividade da presidente do regional, eng. civ. Ana Adalgisa, e da equipe do Crea-RN, pelo auxílio na organização da reunião. A conselheira Andréa Brondani destacou a sua satisfação em participar da reunião, conhecendo a infraestrutura construída ao longo dos anos pelos gestores do Crea-RN, bem como o trabalho realizado pelos inspetores, agentes fiscais e conselheiros do regional.

Sombreamentos, entidades
Segundo o coordenador nacional, o primeiro dia foi marcado pelas discussões de propostas em relação aos conselhos federais dos Técnicos e dos Técnicos Industriais (CFT e CFTI) relacionadas à sobreposição de atribuições. “A realização de oitivas para as comissões de ética e ainda uma nota técnica em relação às indústrias e sua não obrigação de registro nos Creas estiveram em debate, assim como o envolvimento entre as câmaras e as entidades precursoras para montar cursos de atualização entre os profissionais nos Creas”, disse. O conselheiro Ludke reforçou a necessidade de ser feita uma apresentação sobre como formar associações profissionais em conformidade com os parâmetros definidos pelo Confea. 

Representante do Crea-PR e da Sbef, Eleandro Brun
Representante do Crea-PR e da Sbef, Eleandro Brun

“No segundo dia, aprovamos a proposta de constituir em conjunto com a CCEAGRO um GT para analisar as resoluções do CFT, CFTA e outros conselhos de fiscalização profissional para fornecer subsídios técnicos para o Confea. Também continuamos a formatação das propostas tratadas no encerramento”, descreveu o coordenador.

Entre estas propostas, a principal discussão foi em torno do Acordo de Cooperação Técnica firmado com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na reunião anterior, em maio. A cooperação visa promover uma melhor gestão dos recursos florestais, especialmente quanto à disponibilização do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor). Foram indicados os nomes dos seguintes representantes: o coordenador José Figueiredo Moreira, Guilherme Reisdorfer (coordenador adjunto da CCEEF), eng. ftal. Pedro de Almeida Sales (presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Florestal – Sbef) e Rafael de Souza Macedo (vice-presidente da Sbef).

CFB e Encef
Representante do Crea-PR e do conselho administrativo da Sbef, Eleandro Brun apresentou, na abertura da reunião, detalhes sobre a realização do Congresso Florestal Brasileiro, de 12 a 15 de julho, em Brasília com transmissão online, e ainda o Encontro Nacional de Cursos de Engenharia Florestal (Encef), promovido em parceria com a CCEEF, de 10 a 12 de julho, também em Brasília e com transmissão pela internet. “Foi um sonho realizado. O último Congresso foi em São Paulo, em 2003”, disse, agradecendo a parceria com a Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS) e o apoio de empresas e de entidades como o Confea e a Embrapa Florestas. “Foi um desafio também fazer um evento híbrido”, complementou. O CFB contou com a participação presencial de 50 pessoas, além de 765 participações virtuais.

Coordenadores reunidos ao final da última reunião da Engenharia Florestal antes da Soea
Coordenadores reunidos ao final da última reunião da Engenharia Florestal antes da Soea


No Encef, diz Brun, o MEC informou que esta foi a primeira vez que a Engenharia Florestal procurou o Conselho Nacional de Educação. “Essa participação foi de extrema importância. Além de a gente ter puxado essa conversa com o MEC, procuramos fazer o esforço de trazer os 73 cursos de engenharia florestal para debater com a mesma língua, sucessos e fracassos. Sofremos concorrência indireta de cursos EaD. O desafio é manter os cursos e professores aglutinados para atualizar currículos, inserir a extensão, trabalhar a atratividade que vem marcando o mercado de trabalho atualmente. Não podemos enxergar concorrência entre nós mesmos. Temos que nos comunicar melhor com os jovens. Esse trabalho tem que continuar. E no Encef, conseguimos fazer isso”, disse, destacando que houve 108 participações diretas e 420 virtualmente. 

“O conteúdo do Congresso está disponível para quem se inscreveu. Para as entidades e associados, estamos vendo a melhor forma de abrir esse conteúdo. O Encef está disponível”, disse, considerando que também se aplica ao Congresso “a percepção de que precisamos continuar com essa pegada. Participantes e palestrantes perceberam que estavam com a vontade de ver o Congresso voltar. Houve um esforço para isso, fizemos um Congresso Florestal Brasileiro para conversar com a sociedade, com outras formações, como biólogos e advogados”, disse.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea