Live do Crea-AM valoriza a participação feminina no Sistema

Presidente Joel Krüger: mensagens de apoio às mulheres e de incentivo à participação feminina no Sistema
Presidente Joel Krüger: mensagens de apoio às mulheres e de incentivo à participação feminina no Sistema

Brasília, 9 de março de 2022.

Com uma live voltada ao tema “Liderança Feminina no Sistema Confea/Crea e Mútua”, o Crea-AM celebrou o Dia Internacional da Mulher, na noite desta terça (8). O evento contou com representantes como o presidente do Confea, Joel Krüger; a presidente do Crea-AC, eng. civ. Carmem Nardino; e ainda as conselheiras federais eng. pesc. Alzira Miranda e eng. mec. Michele Ramos, respectivamente, membro do Comitê Gestor do Programa Mulher no Confea e coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher do Crea Amazonas.

Presidente Afonso Lins: Crea-AM destaca a atuação do regional para a equidade de gênero
Presidente Afonso Lins: Crea-AM destaca a atuação do regional para a equidade de gênero

A programação do Crea-AM será realizada ao longo de todo o mês, com “lives”, mesas-redondas, premiação às profissionais que mais emitiram ARTs em 2021 e sorteios. A neurologista Cecília Granjeiro havia dado início à programação com a palestra “Empoderamento feminino e qualidade de vida” para as funcionárias e conselheiras do regional. Já na abertura da live da noite, o presidente eng. civ. Afonso Lins saudou as lideranças femininas, além do presidente do Confea.

Mesmo em missão no exterior, o presidente Joel prestigia as mulheres do Amazonas. O empoderamento das mulheres cresce no Sistema, que é cada vez mais comandado por elas”, disse, descrevendo que o Crea-AM conta com duas diretoras e uma superintendente. “Demonstramos assim a força da mulher no Crea-AM que administra o Regional com muito carinho e muita competência”, acrescentou.

Em missão na Costa Rica, na assembleia da Federação Mundial de Organizações de Engenharia (FMOI) com os conselheiros federais eng. civ. Daltro Pereira, eng. mec. Lucas Carneiro e eng. mec. Genilson Pavão, além do presidente do Crea-RJ, eng. eletric. Luiz Cosenza, e do presidente da Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial (Fenemi), eng. mec. Marco Aurélio Braga, o presidente do Confea saudou a iniciativa do regional amazonense.

Mobilização e repúdio
“Estamos tratando do empoderamento das mulheres em todas as instâncias. Precisamos fazer esse debate em todo o Brasil. Quero externar a minha gratidão ao Comitê Gestor do Programa Mulher no Confea, com a participação de homens e mulheres, pois esses temas permeiam ambos os sexos. E agradeço aos 27 Creas que implementaram Comitês Gestores. É uma rede em todo o Brasil, que nos dá uma permeabilidade e uma mobilização muito rápida, seja em ações propositivas ou reativas em situações que possam estar ocorrendo”, disse, informando que entre as ações do Programa há uma campanha publicitária em todo o país, inclusive nas redes sociais, ao longo de todo o mês.

Em seguida, o presidente manifestou seu repúdio a “duas situações emblemáticas” que, segundo ele, não estão isoladas e ocorrem no dia a dia das mulheres: o vídeo “totalmente infeliz, querendo responsabilizar as mulheres pelo acidente na obra do metrô de São Paulo” e a mais recente, envolvendo o deputado estadual Mamãe Falei que levou a uma veemente manifestação de repúdio. “E agora, temos novamente o envolvimento de um deputado, que fez referência às mulheres da Ucrânia em um momento de fragilidade. Quero registrar meu repúdio, enquanto presidente do Confea, do Comitê Gestor, enquanto engenheiro, enquanto pai, filho, enquanto noivo. Contem com todo o apoio da nossa gestão, do plenário ao Colégio de Presidentes. Para que mais ações ocorram pela igualdade, não só no mercado de trabalho, mas em todos os campos”, disse, dedicando homenagens à sua mãe, Hilda Maria, e à filha Geovanna. 

Trajetória recente
Ao conduzir os trabalhos, a coordenadora do Programa Mulher no Amazonas, Alzira Miranda, agradeceu o convite do Presidente Afonso Lins e estimulou as convidadas a contar suas trajetórias, destacando “experiências que estimulassem a atuação das profissionais”. Sobre a fala da conselheira federal Michele Ramos, Alzira considerou que trouxe “muita força para que a gente continue superando desafios”.

Conselheira Federal Michele Ramos integra o Comitê Gestor desde o início do Programa Mulher instituído pelo Confea
Conselheira Federal Michele Ramos integra o Comitê Gestor desde o início do Programa Mulher instituído pelo Confea

 
Michele havia descrito sua trajetória no Sistema, desde 2016, quando era coordenadora adjunta da câmara de Mecânica e Metalúrgica, como conselheira representante do Clube de Engenharia da Bahia. “Acabei assumindo basicamente a coordenação já no primeiro ano de mandato. E no segundo ano, fui coordenadora da câmara. Sempre procurei me envolver em todas as discussões, sempre fui atuante no plenário. Nessa trajetória, a Bahia tem uma representação feminina no plenário muito grande e disso surgiu a Associação Feminina de Engenharia, Agronomia e Geociências (Afeag-BA)”, diz a atual presidente regional da entidade, presente em mais três estados.

Membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, Michele integra o Comitê Gestor  do Programa Mulher desde a sua instituição no Confea. Primeiro, como representante do Colégio de Entidades Nacionais (Cden), representando a Federação Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial (Fenemi), de cuja diretoria se afastou para assumir o mandato de conselheira federal. “Não é fácil galgar todos esses espaços, mulher, engenheira mecânica, mãe. Mas o presidente Joseval Carqueija abraçou a causa e disse que eu era o perfil que ele queria apoiar com a candidatura dele ao Conselho Federal. Eu e a geóloga Marjorie Nolasco. Graças ao apoio das mulheres e dos homens que apoiam as mulheres ganhamos com uma margem boa de votos. Quando a gente tem esse apoio das pessoas que acreditam na gente é fundamental”.

Em 2021 e 2022, a conselheira federal continuou no Comitê Gestor como representante do plenário. “Continuei passando um pouco da minha experiência, assumindo também o desafio da diretoria do Confea. Agradeço ao presidente Joel a oportunidade que ele tem dado a todas as mulheres. Fico feliz que esse movimento tenha incentivado as meninas a continuar lutando, hoje com seis presidentes de Creas. A conselheira Alzira Miranda sabe o como é difícil enfrentar um plenário com a maioria homens. Foi uma trajetória corrida, mas sempre dedicada a todas as atividades que eu exerço porque eu acredito no Sistema e gosto do que eu faço”.

Em sua segunda fala, a conselheira Michele descreveu a criação da Afeag. “Ela partiu de mulheres que não achavam espaços para discussões inerentes como a política, a questão social. Queríamos mais espaço para discutir. Elas também são associadas a outras entidades. Quem plantou a semente foi Márcia Virgínia, hoje superintendente no Crea-BA, vice-presidente da Afeag, ela nos mobilizou. Inicialmente, os homens vinham com brincadeiras machistas. Mas a associação não exclui os homens que nos apoiaram, e hoje a associação é um sucesso. Lugar de mulher é na engenharia. É na Agronomia. É nas Geociências. É onde ela quiser estar. Acho que a gente está no caminho certo, agregando, incorporando. Juntas somos muito mais fortes”, afirmou.

Segunda presidente do Crea-AC
Em seguida, a presidente do Crea-AC, eng. civ. Carmem Nardino, definida por Alzira como “uma presidente organizada, simples, de coração muito bom que me inspira muito”, agradeceu o convite e os elogios, dizendo de seu prazer de participar do encontro. “Sou imensamente grata de participar dessa gestão junto ao presidente Joel. A visibilidade que a gestão do presidente tem dado para a liderança feminina no sistema profissional é ponto chave para aumentar a representatividade feminina nesses espaços de liderança”, disse, agradecendo ainda o presidente Afonso Lins e apresentando a coordenadora do programa Mulher no Crea Acre, Lya Beiruth.

Conselheira do Crea-AC em 2013, diretora administrativa, vice-presidente do regional, coordenadora adjunta da câmara de Civil e membro da Comissão de Ética foram algumas das etapas prévias de sua eleição à frente do sistema profissional acreano. “Sempre fui muito curiosa, enquanto não consigo dominar um assunto, não sossego. Isso fez com que me destacasse como conselheira regional. E aceitei o desafio de ser diretora geral da Mútua Acre, eleita por dois mandatos. Vinha com muita pendência para prestar um serviço assistencialista aos profissionais e conseguimos transformar a Caixa. Acredito que isso deu muita visibilidade à minha pessoa, além de experiência dos pontos que precisavam melhor no sistema profissional. Com isso, aceitei o desafio de suceder a presidente Carminda. Hoje, sou a segunda mulher a ser presidente do Crea-AC. Vim com o desafio de tornar o nosso Crea mais próximo dos profissionais. Acolhedor, participativo, dando transparência às nossas ações e trazendo agilidade para os nossos serviços”, considera.

Presidente Carmem Nardino, segunda mulher a presidir o Crea-AC: perspectiva otimista em relação à participação feminina no Sistema
Presidente Carmem Nardino, segunda mulher a presidir o Crea-AC: perspectiva otimista em relação à participação feminina no Sistema

Carmem destaca que o Colégio de Presidentes conta esse ano com seis presidentes mulheres. “Aí vem a pergunta: isso é apenas uma casualidade, ou é um indicador de que as coisas estão evoluindo na representatividade das mulheres dentro da liderança do Sistema? Eu acredito que não é uma casualidade, é o resultado do incentivo à participação das mulheres dentro do sistema profissional. É a visibilidade do nosso trabalho, do trabalho que nós desenvolvemos. Eu acho que esse é o ponto-chave. E isso tem muito a ver com o Programa Mulher, instituído pelo Confea na liderança do presidente Joel em 2019. Então, essa visibilidade é o ponto chave para que a gente possa ter maior representatividade dentro do nosso Conselho”, apontou. 

A presidente do Crea-AC argumentou ainda que é reconhecido que o número de mulheres é bem inferior que o número de homens. “Quando você se comporta de forma profissional, o respeito acontece. Nunca sofri nenhum tipo de assédio, nem na faculdade na década de 1980, nem no meu local de trabalho. Sou funcionária pública do município de Rio Branco e sempre tive muito apoio, somos duas engenheiras entre seis engenheiros homens. Eu tive a oportunidade de exercer cargo de direção, fui diretora técnica por mais de nove anos. E também fui presidente dessa empresa com excelentes resultados. Sou muito respeitada no meu estado quando se fala em saneamento. Então, sempre contei muito com o apoio masculino, nunca tive problema. E no Crea é a mesma coisa. Isso me dá segurança para tomar decisões, sugerir melhorias e enfrentar o que o Sistema de nós que exercemos cargos de liderança”, comenta Nardino.

Representatividade no Sistema
A presidente do Crea-AC também discorreu sobre as entidades de classe.  “O Sistema é formado por entidades que agregam profissionais com uma disputa pela representatividade como conselheiros, presidentes, conselheiros federais. Todas essas entidades estão relacionadas ao nosso conselho, alinhadas com o objetivo do aperfeiçoamento das profissões e do exercício profissional. Nessas organizações, a presença feminina nos cargos de liderança é muito grande, principalmente onde há muita participação feminina, como nas associações de agrônomos, já que no nosso estado, a Agronomia é muito forte”.

Segundo Carmem, a presença feminina nos cargos de liderança dessas organizações, leva as mulheres para a participação efetiva no sistema profissional. “Nós sabemos que a mulher tem uma capacidade de mobilização muito grande. Tudo isso contribui para a visibilidade da profissional mulher no Sistema. Quando você se envolve com as questões do Conselho, você não sai mais”.  

Ao comentar os dados oferecidos pela engenheira Alzira Miranda, de que a região Norte detém, proporcionalmente, a maior participação feminina na Engenharia, o que deveria revelar uma maior representatividade feminina no Sistema, Carmem lembrou que, na gestão passada, havia quatro mulheres presidentes de Creas. “Esse ano somos seis. Parece pouco, mas houve uma conquista: nesta última eleição, em 2020, foram 86 candidatos, dos quais 15 eram mulheres que disputaram em 12 Creas. Ou seja, cinco vezes mais homens disputando eleições, mas em 50% dos cargos em disputa, fomos vitoriosas.  Se a gente ampliar a participação feminina na disputa eleitoral, podemos ampliar a participação no Colégio de Presidentes. Precisamos incentivar outras colegas a partirem para essa disputa”, destacou.
 

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

Fotos: Marck Castro/Confea