Brasília, 10 de março de 2015
Segundo dados do IBGE, 51% da população do Brasil é constituído por mulheres. Na área tecnológica, porém, a realidade é bem diferente. Entre os profissionais cadastrados no Sistema Confea/Crea – engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologista, técnicos e tecnólogos – 13% são mulheres.
Regionalmente, há uma curiosidade: em número absoluto, a região Norte do país tem o segundo índice mais baixo de formação de mulheres, perdendo apenas para o Centro-Oeste. No entanto, em números relativos, o Norte é a região em que as mulheres mais preenchem a fatia das estatísticas – 20% dos profissionais nortistas são mulheres. Nas outras regiões brasileiras, esse índice varia de 12 a 15%.
Primeira mulher a ocupar a cadeira da Presidência do Crea-AC, Carminda Pinheiro atribui esse fenômeno à criação das profissionais nortistas. “O pessoal do Norte e do Nordeste tem a criação de meio rural. A mulher do Norte tem essa vontade de participar do desenvolvimento do país, de dar sua contribuição”, afirma. Carminda é tecnóloga em heveicultura e engenheira agrônoma, ambos os títulos adquiridos na Universidade Federal do Acre. Formou-se tecnóloga em 1994 e engenheira agrônoma em 2002. “Na turma de agronomia, as mulheres somavam 40% da turma. No curso de tecnologia em heveicultura éramos seis mulheres numa turma de 40”, conta.
Carminda atuou como engenheira agrônoma na Secretaria de Estado de Agropecuária do Acre e coordenou projetos de recuperação de áreas degradadas e de arborização de pastagens. Já foi chefe de gabinete e presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos do Acre. Também passou pela vice-presidência da Região Norte da Confaeab (Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil) e pela diretoria regional da Mútua. No Crea-AC, antes de assumir a presidência, já foi coordenadora da Comissão de Ética e da Câmara Especializada de Agronomia. Carminda conta que, durante sua experiente trajetória, não sentiu dificuldades por conta de gênero. “Vai muito da capacidade da pessoa de conseguir mostrar seu conhecimento. Eu sempre tive apoio. Já fui chefe de homens e não senti discriminação”, diz.
Para as mulheres iniciando a carreira, Carminda conclama para uma maior participação. “Acho que a mulher no nosso Sistema precisa se projetar. Devemos participar das discussões e do desenvolvimento do nosso Sistema. A mulher não tem por que se sentir inferior, se inibir... Ela pode e deve contribuir nas discussões do Sistema, seja em nível regional, seja em nível nacional. Ela estudou. Agora tem que entrar de cabeça, se dedicar e mostrar a que veio”, conclui.
Beatriz Leal
Equipe de Comunicação do Confea
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