
Brasília, 19 de novembro de 2025.
Energia; mobilidade; água e saneamento; meio ambiente e sustentabilidade; governo e eficiência. Com dados sobre esses aspectos socioeconômicos da realidade brasileira, extraídos do Índice de Progresso Social Brasil (IPS-Brasil), o Confea está criando o Índice Confea de Infraestrutura do Brasil (Infra-BR) para buscar incentivar o planejamento de novas políticas públicas. Para marcar este momento, sua Gerência de Comunicação (GCO) está produzindo pequenos documentários em torno da realidade de cinco municípios com alguns dos piores IPS do país.
“A partir do primeiro vídeo, na cidade de Ipixuna (AM), que será lançado na próxima segunda-feira (24/11), a intenção é identificar alguns dos investimentos prioritários para o ‘Brasil que o Brasil não conhece’, parafraseando o slogan da campanha, e mostrar como a engenharia pode modificar essas realidades, por meio das políticas públicas adequadas”, resume o presidente eng. Vinicius Marchese, que acompanhou todas as locações. O lançamento do Infra-BR será promovido no início do ano, após o último episódio da série. O tema havia sido apresentado aos participantes da 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), realizada em outubro, em Vitória/Serra (ES).

“A infraestrutura é historicamente o motor do desenvolvimento. É impossível o Brasil crescer mais do que 2,5% com a infraestrutura que tem. Mas você só vai conseguir saber quais investimentos deverão ser prioritários se você tiver índices. A partir do Infra-BR, o gestor público saberá onde alocar os recursos, e qual vai investimento trará que tipo de retorno. Vai ser uma grande contribuição do Confea para a sociedade brasileira. Esses R$ 650 bilhões não seriam jogados de qualquer jeito e seriam retornados para a sociedade da melhor maneira possível”, projetou o pesquisador Ricardo Chaves Lima, especialista em economia agrícola da Universidade Federal de Pernambuco, na Soea.
Com planejamento de conteúdo para redes sociais; conceito criativo e identidade visual própria; textos e peças gráficas de apoio para a comunicação institucional e outras estratégias, a campanha semanal (com um novo episódio sendo levado às redes sociais do Confea toda segunda-feira) apresentando os desafios e possíveis soluções de infraestrutura contará ainda com depoimentos dos presidentes dos regionais visitados e discussões sobre as temáticas abordadas nos episódios. Após Ipixuna, profissionais, estudantes e sociedade em geral poderão conhecer as principais deficiências de infraestrutura de Japorã (MS).

Saneamento básico, regulamentação fundiária, desemprego, acesso à saúde e educação e baixa expectativa de vida são algumas das carências em comum, pelo menos, na periferia desses pequenos centros urbanos.
Mapeamento e superação de desafios únicos
O diretor da série, Henry Grazinoli, considera que a série "O Brasil que o Brasil não Conhece" nasceu de uma necessidade genuína do presidente Vinicius: conhecer e mostrar as realidades brasileiras que ficam invisíveis para a maioria de nós. “Em um país continental como o Brasil, cada região tem suas próprias características e desafios únicos, que precisam ser compreendidos para que soluções reais possam ser pensadas e implementadas”.
A partir dessa ideia, foi iniciada uma pesquisa profunda, baseada no Índice de Progresso Social (IPS), mapeando cidades com baixos índices de desenvolvimento. “Após esse mapeamento inicial, mergulhamos em uma investigação detalhada de cada localidade, compreendendo os maiores problemas, os principais desafios e o que seria fundamental investigarmos in loco”, descreve, em depoimento ao Confea.
A etapa de produção trouxe desafios que confirmaram as pesquisas iniciais: o isolamento e a dificuldade de acesso a essas cidades se mostraram obstáculos reais e significativos. “Com pouco tempo em cada localidade, precisamos criar uma estrutura de filmagem extremamente leve e dinâmica - e aqui o Rodrigo Arenghe fez um trabalho incrível, dando conta de acompanhar toda a jornada do Vinicius, cuidando simultaneamente da imagem e do som. O maior desafio veio na edição, porque, apesar de toda a nossa pesquisa prévia e dos guias de gravação, era na realidade de cada cidade que íamos descobrindo nosso material mais precioso. Essa abordagem faz com que a série seja profundamente verdadeira e sincera - acompanhamos o Vinicius nas descobertas e reflexões que ele fazia em tempo real, com total autenticidade. Por isso, quem assistir vai se sentir embarcando junto com nossa equipe nessa jornada para conhecer o Brasil que o próprio Brasil desconhece”.
Dados e ações
Base para a configuração do Infra-BR e auferido nas dimensões Necessidades Humanas Básicas (I), Fundamentos do Bem-Estar (II) e Oportunidades (III), o Índice de Progresso Social Brasil (IPS-Brasil) utiliza 57 indicadores secundários sociais e ambientais, que medem resultados e não investimentos (não incluindo a renda per capta, como faz o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH), oriundos de fontes públicas para promover a gestão territorial. Para isso, identifica e apresenta, em uma mesma escala, se as pessoas têm o que precisam para seu desenvolvimento pessoal, sua qualidade de vida.

Assim, atua diretamente e indistintamente sobre necessidades básicas como alimentação e segurança, bem como sobre acesso à comunicação. São 12 componentes: nutrição e cuidados médicos básicos; água e saneamento; moradia; segurança pessoal (I); acesso ao conhecimento básico; acesso à informação e comunicação; saúde e bem-estar; qualidade do meio ambiente (II); direitos individuais; liberdades individuais e de escolha; inclusão social e acesso à educação superior (III).
O site do IPS-Brasil descreve que se trata do índice “mais completo da realidade socioambiental de todos os 5.570 municípios do país. O índice proporciona um panorama multidimensional e acessível sobre a performance de municípios e estados em atender às necessidades básicas de seus cidadãos”.

“O IPS oferece uma metodologia sólida, e também realizamos uma série de pesquisas capazes de orientar as decisões”, comentou o presidente do Confea, eng. Vinicius Marches, durante a apresentação do Infra-BR na Soea. Ele informou ainda que outra metodologia, conduzida pela American Society of Civil Engineering (Asce), também contribuiu para o desenvolvimento do Infra-BR. “Poderemos disponibilizar aos governadores dados precisos que sirvam de subsídio para políticas públicas e ações práticas de desenvolvimento. A infraestrutura é um desafio, mas o maior desafio é identificar onde aplicar os recursos — em qual estado, em qual segmento”.
Conforme Ricardo Chaves Lima relatou na ocasião, o investimento ideal em infraestrutura do país deveria ser de R$ 650 bilhões de reais, cerca de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O presidente do Confea pontua que “atualmente, o país investe apenas 1,8%. O Infra-BR poderá mostrar o retorno que os investimentos prioritários podem gerar, reforçando o papel da engenharia para o desenvolvimento nacional, por meio do planejamento e também da transformação, como percebemos também durante o evento climático extremo em Rio Bonito de Iguaçu (PR), quando fomos os primeiros a ser lembrados e a contribuir com a reconstrução da cidade”.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
