Brasília, 10 de novembro de 2020
A manutenção da qualidade do ar interno do Confea é bastante proativa e é conduzida de forma ótima: esta é a conclusão do laudo técnico da GHS, empresa especializada em monitoramento da qualidade do ar interior e tratamento de águas e efluentes, que coletou amostragem no Confea no último dia 18 de outubro. Após análise e elaboração do laudo, nesta terça-feira a GHS entregou ao Confea placa e certificado que reconhecem a manutenção. A entrega foi feita durante a programação do PMOC: Seminário Internacional de Engenharia Mecânica e Industrial, evento patrocinado pelo Confea e realizado pela Federação Nacional e Engenharia Mecânica e Industrial (Fenemi).
Pouco antes de receber a placa, o vice-presidente do Confea, eng. civ. Osmar Barros Júnior (que, na ocasião, representou o presidente da Casa, eng. civ. Joel Krüger), ressaltou a notoriedade que o tema tem ganhado. “A pandemia foi um divisor de águas. Nunca se falou tanto em sistema de proteção de refrigeração de ar-condicionado. Foi uma oportunidade de mostrar a importância dos Planos [de Manutenção, Operação e Controle – PMOC]”, disse, ao se colocar à disposição da Federação. “Todas as vezes que o assunto disser respeito à defesa da sociedade com a valorização das nossas profissões, o Confea estará presente”.
O presidente da Fenemi, eng. mec. Marco Aurélio Braga, concorda que a pandemia foi um marco para o reconhecimento profissional. “Ela mostrou que não são só os médicos e farmacêuticos trabalham com saúde. Os engenheiros têm papel forte na saúde do cidadão. Somos nós que conseguimos realizar PMOC e promover qualidade do ar interno”, disse, ao defender que a Engenharia Mecânica é, sobretudo, humanitária.
Coordenador do Grupo de Trabalho PMOC do Confea, o conselheiro federal eng. mec. Carlos de Laet comentou que o GT finalizou uma minuta de decreto para a regulamentação da Lei 13.589/2018, que dispõe sobre a manutenção de instalações e equipamentos de sistemas de climatização de ambientes. “Foi uma construção que envolveu os setores jurídicos e de assessoria parlamentar, foi um trabalho árduo. O PMOC é antigo, mas não era aplicado. A Lei de 2018 foi uma grande mudança e agora, com a pandemia, estamos vendo o quanto a qualidade do ar nos ambientes é importante”, mencionou.
O laudo técnico de avaliação sobre a manutenção da qualidade do ar interno do Confea foi apresentado pela eng. quím. Christiane Lacerda, diretora técnica da GHS e presidente da seção fluminense da Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos (Abemec-RJ). “O laudo é um indicador para avaliar se a manutenção está sendo feita de forma satisfatória ou não. É um aliado para a melhoria da manutenção, é um balizador”, comentou Lacerda, ao mencionar a Resolução nº 09/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo a qual é obrigatório emitir o laudo semestralmente.
Última palestrante da manhã, Christiane traçou um panorama histórico da aplicação do PMOC no Brasil (foi instituído em 1998, por meio de portaria do Ministério da Saúde; foi mencionado pela resolução da Anvisa, em 2003; e foi tornado obrigatório por lei em 2018), apresentou casos de infecções em ambientes fechados (Legionelose) e listou as principais normas técnicas que tratam do tema.
Christiane explicou também sobre a síndrome dos edifícios doentes – quando se tem acima de 20% da população em um edifício apresentando sintomas persistentes (de enxaqueca, náusea, coceira, etc.) por mais de duas semanas, sendo que esses sintomas desaparecem pouco tempo de essas pessoas saírem do local. Segundo ela, no edifício deverá ser feita a intervenção. Ela apresentou, ainda, os laudos de monitoramento dos prédios da Mútua e do Senado Federal, que também foram objeto de estudo da GHS em outubro.
Atribuições
Participante da abertura do encontro de maneira virtual, o deputado federal Geninho Zuliani (DEM-SP) mencionou sua atuação em prol da defesa da profissão de engenheiro mecânico: Zuliani é autor do Projeto de Decreto Legislativo nº 304/2020, que susta dispositivos da Resolução nº 101/2020 do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT). “Quando li a resolução, de pronto percebi que o CFT exorbitava suas atribuições. Depois de ouvir o governo federal e parlamentares, estudamos e propusemos sustar essa resolução. A Câmara Federal tem o papel e o dever de discutir com a sociedade e fazer essas correções. Existem algumas atividades, como fabricação de peças mecânicas, por exemplo, que demandam muito estudo, muita qualificação profissional”.
Confiabilidade
O primeiro palestrante da manhã foi o eng. mec. Adenilson Belizário, presidente da Ashrae Brasil Chapter, associação global que reúne engenheiros das áreas de aquecimento, refrigeração e ar-condicionado de 132 países. Com o tema “Confiabilidade X Manutenção, operação e controle”, a palestra teve cunho bastante técnico e focou na vida útil e na previsibilidade de duração dos equipamentos. “Tudo vai falhar. A análise da confiabilidade é prever o momento em que as coisas vão quebrar e definir quais peças-chave têm de ser trocadas e quando”. Depois de mencionar que confiabilidade não é algo qualitativo, mas, sim, quantitativo, Belizário apresentou uma série de fórmulas e gráficos que balizam as previsões. O engenheiro ressaltou também a necessidade de o Brasil (i) ter mais profissionais certificados internacionalmente e (ii) desenvolver a cultura de certificação de edifícios.
Igualdade de gênero
Após a palestra de Belizário, a gerente de Relacionamentos Institucionais do Confea, eng. eletric. Fabyola Resende apresentou dados do Programa Mulher do Confea, no qual exerce a função de secretária executiva. “O foco principal é atender ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 5 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas: a promoção da igualdade de gênero”, explicou. Durante a palestra, Resende apresentou as lideranças profissionais mulheres do Sistema e as ações de articulação com o Poder Público e com instituições internacionais. “Após três anos de trabalho, comemoramos, agora, a eleição de duas conselheiras federais titulares para o triênio 2021-2023 e de seis presidentes de Crea mulheres – o que significa um aumento de 50%”.
Além de diretora da GHS e presidente da Abemec-RJ, Christiane Lacerda também coordena o Comitê de Diversidade da Ashrae Brasil Chapter e, após a explanação de Resende, apresentou o trabalho do Comitê. “A participação feminina vem em uma crescente. Desde que iniciamos programas de aumento e fomento da participação feminina, vimos aumento significativo das mulheres na engenharia. Chamamos o Comitê de ‘Diversidade’, pois também colocamos em pauta as questões das pessoas com deficiência, dos negros e dos imigrantes”.
Patrocinado pelo Confea e realizado pela Fenemi, o PMOC: Seminário Internacional de Engenharia Mecânica e Industrial segue com sua programação durante toda esta terça-feira (10/11). O evento é realizado na sede do Confea e é transmitido ao vivo pelo Youtube no canal /Confea10.
Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Edinaldo Rufino
