Fátima Có segue à frente do Crea-DF nos próximos três anos

Brasília, 23 de novembro de 2020.

Presidente Crea-DF, eng. civ. Maria de Fátima Ribeiro Có

 

Em defesa da engenharia, a engenheira civil Maria de Fátima Có sempre foi pioneira, quebrando tabus. Primeira mulher eleita presidente do Crea-DF, primeira mulher filiada e diretora do Sindicato dos Engenheiros no Distrito Federal (Senge-DF), primeira mulher na diretoria do Clube de Engenharia de Brasília (CenB), primeira mulher diretora da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e, assim, foi sendo reconhecida pelas profissões como defensora das questões da engenharia.  Fátima Có foi presidente do Crea-DF pela primeira vez em 1997, quando se tornou a primeira mulher a assumir a presidência do Conselho. Em 2018 foi eleita novamente e, agora, em 2020, foi reeleita para mais três anos liderando o Regional. Confira as ideias da presidente para este segundo mandato: 

1) Site Confea: Quais iniciativas foram tomadas que terão continuidade no segundo mandato, principalmente dentro da temática equidade de gênero?
Fátima Có - De verdade, eu trato de questões da engenharia sem muita distinção de gênero, já que muitos temas que passam pelo Crea envolvem a todos os profissionais. Como presidente do Crea-DF, eu trato muito a questão profissional no seu todo, buscando me fazer presente, combatendo o exercício ilegal profissional dentre outras ações.  Quanto à equidade de gênero, eu entendo que nós, mulheres, desde pequenas, "sofremos" um subcondicionamento de que a engenharia, por envolver muitos cálculos, é uma carreira difícil para ser cursada por nós, o que não é verdade, não existe este "bicho-papão". Temos a mesma capacidade de entender. Então, está dentro da nossa programação, nesse próximo mandato, fazer um trabalho tanto de convencimento, como de dar conhecimento sobre todas as carreiras tecnológicas. Levaremos informações junto às escolas de ensino fundamental e de ensino médio trazendo de forma muito clara a importância da área, para que mais mulheres façam a opção pela nossa carreira.

2) Site Confea: A senhora acredita que esse crescimento da representação feminina no Sistema já é fruto do Programa Mulher?
Fátima Có
- Acho que o programa veio unir, juntar, organizar as mulheres do Sistema, mas ainda não é algo que fez aumentar a presença das mulheres no Sistema. Talvez ainda seja necessário ser criado um produto ou uma iniciativa em que possamos estar trabalhando em fundamentar essa participação como conselheiras, como presidentes, ou por até mesmo optar pela carreira. Espero muito que esse Programa venha trabalhar essa área.
De quatro (presidentes mulheres) passamos para seis e penso que os resultados obtidos pelos Creas, tendo presidentes mulheres à frente, demonstraram a competência e a liderança nossa sem nenhuma diferença dos demais Creas; e assim podemos ter motivado outras colegas de que somos capazes. 

3) Site Confea: Qual a importância de trabalhar essa equidade de gênero, principalmente no Sistema Confea/Crea, que é composto em sua grande parte por homens?
Fátima Có
 - As situações, as dificuldades que nós (mulheres) enfrentamos são próximas daquelas que os homens têm na engenharia, no entanto é lógico que sim, eu reconheço que há diferença salarial, que há questões de dificuldades de aceitação em locais de trabalho como, por exemplo, em rodovias, em locais mais isolados, às vezes nos vemos menos aceitas, porém, no seu todo, eu entendo que temos de trabalhar juntos e muito fortes para mostrar a importância da engenharia. Isso é que está deixando a desejar. Inclusive, atualmente não temos mais opções porque nós não divulgamos como se deveria, o quão fundamental é a engenharia para a sociedade. Então, isso dificulta as "meninas" conhecerem e optarem pela engenharia. O nosso foco principal deve ser destacar e levar ao conhecimento das mulheres a importância social e humana da engenharia para que elas optem por exercer a profissão que, além de exata, é humanitária.

4) Site Confea:  Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?
Fátima Có
 - Combater o exercício ilegal da profissão continua sendo para nós o principal ponto a ser tratado. E nesse ponto ainda temos muitos desafios e, por isso, me baseio sempre numa fiscalização preventiva e integrada, não agindo pelo viés punitivo e sim preventivo e educativo, para atingir toda a sociedade. O Crea deve se fazer presente quando forem discutidas questões de manutenções, dos empreendimentos de engenharia, a questão de acessibilidade, a questão das obras prioritárias e, com isso, o Conselho será mais reconhecido e visto como importante e fundamental na segurança e no bem-estar da sociedade. Assim, nós consequentemente seremos chamados o tempo todo. Por isso que não acho que devamos sair por aí punindo e, sim, trabalhar por esse reconhecimento nos tornando cada vez mais indispensáveis.


5) Site Confea:  Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?
Fátima Có -
Eu vejo a integração mais em nível nacional. Existem as questões específicas das regiões geográficas, que com a proximidade podem ajudar a resolver algumas dificuldades, mas vejo mesmo a necessidade do Sistema ser visto mais em nível nacional. Sabemos que principalmente pesa nessa história toda a questão financeira, o que faz uma diferença muito grande de uma região para a outra; mas nisso já temos uma iniciativa e eu parabenizo o Prodesu, por ser um bom programa que fortalece aos Creas pequenos. 

6)  Site Confea:  Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual a opinião da senhora sobre essa viabilidade?
Fátima Có -
Minha opinião quanto à viabilidade é total. Acho que as nossas profissões detêm conhecimento de modo que somos nós quem protagonizamos o desenvolvimento do Brasil. Pode estar na paz ou na guerra, sempre as nossas atividades virão como soluções, tanto da engenharia, como da agronomia e geociências. Isso, inclusive, ficou evidente agora na pandemia pela importância que a tecnologia teve para o mundo não parar. Essas ações realmente são ligadas às nossas profissões, envolvendo quase todos os tipos de atividades. 

No decorrer dos próximos dias serão divulgadas as entrevistas com todos os presidentes de Creas.  


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Equipe de Comunicação do Confea com colaboração de Gisele Guedes (Crea-DF)