Workshops debatem o planejamento do Sistema Confea/Crea

Alguns dos participantes do workshop voltado para Dados e Indicadores Contábeis-Financeiros
Alguns dos participantes do workshop voltado para a discussão do tema Dados e Indicadores Contábeis-Financeiros, um dos três eventos virtuais que reuniram cerca de 150 participantes na última sexta-feira para discutir o planejamento das principais linhas de ação do Sistema

Brasília, 10 de novembro de 2020.

Com a realização de três workshops simultâneos e virtuais o I Encontro Nacional de Planejamento e Gestão do Sistema Confea/Crea (Enplag) foi encerrado na última sexta-feira (6). No primeiro dia do evento, os novos regulamentos do Tribunal de Contas da União – TCU e seus desdobramentos para os Creas dominaram as apresentações.

Na pauta dos workshops, discussões envolvendo os eixos temáticos Dados e Indicadores do Exercício Profissional (Registro profissional, empresas e ART); Dados e Indicadores de Fiscalização e Dados e Indicadores Contábeis-Financeiros, conduzidas, respectivamente, pela gerente de Planejamento e Gestão do Confea, Prícila Fraga, e pelo analista da Gerência de Conhecimento Institucional Rabah Awadalla; pelo analista Henrique Nepomuceno, da Superintendência de Integração do Sistema, e pelo assessor da Superintendência de Estratégia e Gestão Sérgio Matos Martins e, por fim, pelo gerente financeiro do Confea, Luís Fernando Lucato, e pela analista da Gerência de Planejamento Paula Silva Moreira. 

Nesta terça (10), os organizadores do Encontro, liderados pela Superintendência de Estratégia e Gestão (SEG), promoveram uma reunião para analisar a execução do evento e seus resultados, como a parametrização dos dados e a definição dos estados que participarão da proposição de indicadores voltados aos relatórios de gestão (RG), em reunião a ser realizada ainda este mês. Nas discussões mantidas durante os workshops, foram indicados os seguintes Creas: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Rondônia e Roraima. 

A seguir, os moderadores dos workshops nos apresentam suas impressões sobre o encontro e suas expectativas para a continuidade dos trabalhos.
 


Confea – Qual a importância dessa sistematização pretendida a partir desse I Encontro, inclusive por meio do levantamento do cenário e do posicionamento dos profissionais dos regionais no workshop que você liderou?

Gerente financeiro do Confea, Luís Fernando Lucato –  O TCU vem solicitando que os Conselhos de Fiscalização Profissional demonstrem os resultados alcançados com vinculação à missão institucional e aos objetivos estratégicos, apresentando uma descrição dos principais indicadores de desempenho, resultados alcançados frente às metas estabelecidas, justificativas para metas não alcançadas e metas e desafios. Nessa esteira, o processo orçamentário deve estar alinhado aos objetivos estratégicos, de modo a auxiliar uma alocação mais eficiente dos recursos. 

Gerente Prícila Fraga
Gerente de Planejamento, Prícila Fraga


Analista da GPG Paula Silva Moreira –  No meio contábil-financeiro, acredito que seja muito importante que os instrumentos sejam padronizados. A criação de uma tabela de centro de custos pré-definida e de metodologia de uso dessa ferramenta permitirá que cada Crea entenda da mesma forma como são distribuídos seus recursos e o Confea consiga ter uma visão sistêmica sobre os dispêndios de todos os Regionais.
 
Analista da Superintendência de Integração do Sistema Henrique Nepomuceno –  A maior importância deste trabalho está na padronização e uniformização de procedimentos para permitir a integração dos dados estratégicos do Sistema, permitindo uma supervisão federal sobre as atividades do Sistema Confea/Crea, e garantindo o cumprimento do art. 24 da Lei nº 5.194, de 1966.

Assessor da Superintendência de Estratégia e Gestão Sérgio Matos Martins –  A melhor forma de calcular a eficiência de uma gestão é colocar os números no papel de forma sistematizada, com o objetivo de permitir análises desses resultados. A proposta do workshop é a busca do conceito, da padronização, da importância, da origem, forma e consolidação da informação.  Permitindo assim medir performance do todo e avaliando resultados na busca do melhor desempenho.

Gerente de Planejamento e Gestão, Prícila Fraga – Diante da perspectiva de realinhamento estratégico das organizações do Sistema Confea/Crea com vistas ao alcance de uma atuação integrada e de resultados efetivos para a sociedade, profissionais e empresas, o primeiro passo é estabelecer um canal claro e inequívoco de comunicação. Nesse sentido, a padronização de dados constitui papel essencial para o necessário autoconhecimento decorrente da gestão da informação, condição que possibilitará o estabelecimento de indicadores e de metas factíveis, bem como a análise dos resultados alcançados, retroalimentando a melhoria do desempenho dos nossos processos de negócio e a correspondente entrega de valor.

Confea –  Você poderia citar alguns dos principais desafios identificados nos workshops?

Gerente financeiro do Confea, Luís Fernando Lucato –   O principal desafio será quebrar os paradigmas hoje existentes, seja na elaboração do planejamento estratégico do Sistema Confea/Crea e Mutua, realização dos gastos com base na satisfação das metas traçadas, identificação do real custo das atividades finalísticas e agregação e supervisão por parte do Confea dos resultados gerados pelo Sistema.

Gerente Luís Fernando Lucato
Gerente financeiro do Confea, Luís Fernando Lucato

 

Analista da GPG Paula Silva Moreira – O grande desafio para o grupo contábil-financeiro do Sistema Confea/Crea é conseguir definir e rastrear o custo da fiscalização, uma demanda frequente dos órgãos de controle externo. Para isso, alguns projetos já estão em pauta, tais como o do Orçamento-Programa, com participação de representantes do Confea e dos Creas.


Analista da Superintendência de Integração do Sistema Henrique Nepomuceno  – Os maiores desafios residem na falta de padronização de procedimentos, documentos e outros aspectos administrativos, o que dificulta a consolidação fidedigna e consistente dos dados do Creas.

Assessor da Superintendência de Estratégia e Gestão Sérgio Matos Martins –  No grupo Fiscalização, vejo como maior desafio identificar as diversas formas operacionais de se registrar a atividade de fiscalização e seus produtos finais.  Por exemplo, relatórios, registros, ofícios, autuações etc.  Entendo que, a partir desse mapeamento, o processo de sistematização avançaria muito mais rapidamente.

Gerente de Planejamento e Gestão, Prícila Fraga – O maior desafio é identificar, alterar e sustentar ao longo do tempo as mudanças nos procedimentos e nas soluções de TI que possibilitem a gestão contínua e consistente dos dados que forem caracterizados como essenciais para a avaliação dos resultados dos processos finalísticos do Sistema Confea/Crea, haja vista a diversidade de padrões e sistemas no âmbito dos Creas e do Confea.
 
Confea –  Há muitas diferenças entre os regionais. A recomendação do TCU pela prestação de contas por relato de gestão integrado poderá motivar a efetiva sistematização de condutas e procedimentos entre os Creas e entre estes e o Confea? 

Gerente financeiro do Confea, Luís Fernando Lucato - Mais importante do que a uniformização e padronização das informações é a unicidade de ação de todos integrantes do Sistema. Somente dessa forma será possível aferir o verdadeiro resultado alcançado e ofertado à sociedade.

Analista da Superintendência de Integração do Sistema, Henrique Nepomuceno
Analista da Superintendência de Integração do Sistema, Henrique Nepomuceno

 

Analista da GPG Paula Silva Moreira –  Com certeza! Embora cada ente do Sistema Confea/Crea constitua uma UPC (unidade prestadora de contas) independente, o conceito de relato integrado, algumas disposições normativas da DN TCU 187/2020 no sentido de pedir visão regionalizada de dados e resultados, bem como a recente informação dada pelos auditores do TCU no Enplag de que o Guia de Prestação de Contas dos Conselhos de Fiscalização continuará com demandas sobre os dados finalísticos de nossas organizações nos motivam a tentar definir e padronizar em conjunto esses dados considerados relevantes, de forma que todos os Creas entendam cada dado e indicador da mesma forma e comunique a mesma informação em seus RGs. E quando começamos a discutir padronização de dados e indicadores, inevitavelmente verificamos que, na verdade, para isso ocorrer, vários procedimentos utilizados nos Creas também devem ser definidos e padronizados (claro que isso em um prazo mais dilatado, pois não é uma tarefa simples).

Analista da Superintendência de Integração do Sistema Henrique Nepomuceno –  A integração das 28 autarquias se faz indispensável, não somente para o atendimento aos órgãos de controle, mas para o fortalecimento do Sistema Confea/Crea e a melhora da prestação dos seus serviços à sociedade.

Analista da Gerência de Planejamento Paula Silva Moreira
Analista da Gerência de Planejamento e Gestão Paula Silva Moreira


Assessor da Superintendência de Estratégia e Gestão Sérgio Matos Martins –  Entendo que a sistematização é um processo irreversível, pois um sistema como o Confea/Crea necessita ter seus resultados avaliados para demonstrar sua eficiência junto a sociedade.

Gerente de Planejamento e Gestão, Prícila Fraga – Certamente. Entendo que a legislação federal e as regulamentações do Controle Externo (ex. LAI, LGPD, Governança, Relato Integrado) vêm no sentido de nos estimular a desenvolver com excelência a nossa missão, realinhando a Administração Pública e, no que se refere especificamente às organizações do Sistema Confea/Crea, incentivando a atuação sinérgica preconizada no art. 24 da Lei nº 5.194, de 1966, que é condição essencial para o atendimento da sociedade, profissionais e empresas.


Confea – Quais os principais avanços esperados para a sistematização das atividades do Sistema na área do seu workshop?
 

Gerente financeiro do Confea, Luís Fernando Lucato  Planejamento estratégico – pode ajudar a clarear os objetivos e a lógica intrínseca; Processo orçamentário – pode auxiliar uma alocação mais eficiente dos recursos; Avaliação dos resultados – pode auxiliar na medição do que foi alcançado em relação aos objetivos traçados; Marketing e em relações públicas – pode comunicar o valor gerado para a sociedade;  Na gestão da qualidade das decisões – pode oferecer dados fidedignos que auxiliem na tomada de decisão por parte dos gestores, com intuito de melhorá-la sempre; Benchmarking – pode identificar os melhores desempenhos, de forma a aprender a partir das melhores práticas; Custo dos serviços prestados – pode favorecer o conhecimento do real custo das atividades finalísticas, de modo a direcionar da melhor maneira possível o direcionamento dos gastos nas atividades que realmente geram valor para sociedade. 

Assessor da Superintendência de Estratégia e Gestão Sérgio Matos Martins


Analista da GPG Paula Silva Moreira Discutimos a necessidade de o projeto do Orçamento-Programa estar concluído até junho de 2021, para que possa ser utilizado para o Orçamento de 2022 dos Creas e do Confea e assim conseguirmos identificar para o RG 2022 (a ser entregue em 2023) os custos diretos e indiretos das principais áreas de atuação dos conselhos, especialmente a de fiscalização. Além disso, há outros projetos integrando as áreas contábeis financeiras do Sistema, como o de revisão do Plano de Contas Unificado e do Manual de Contabilização.


Analista da Superintendência de Integração do Sistema Henrique Nepomuceno  Ainda há um longo caminho a percorrer. Entretanto, toda longa caminhada começa com um primeiro passo. O trabalho desenvolvido neste workshop lança as bases para um relacionamento mais estreito entre as áreas técnicas dos Creas e do Confea, num esforço conjunto para a consolidação da unidade de ação preconizada no art. 24 da Lei nº 5.194, de 1966, com a padronização de documentos e procedimentos, e a geração de dados uniformizados sobre a fiscalização profissional, permitindo aos gestores um melhor diagnóstico do desempenho institucional, e a tomada de decisão de forma consciente e mais eficiente.


Assessor da Superintendência de Estratégia e Gestão Sérgio Matos Martins  Autoconhecimento dos processos, padronização, sistematização, avaliação de resultados e melhoria continua.

Gerente de Planejamento e Gestão, Prícila Fraga – Autoconhecimento e gestão da informação. Diversas ações estratégicas a serem implementadas nos próximos anos (ex: Gestão Estratégica do Sistema Confea/Crea, Gestão Estratégica da Fiscalização, Planejamento Integrado da Fiscalização, Orçamento-Programa) exigem que tenhamos uma base de dados e de informações acessível e consistente, capaz de orientar a tomada de decisão estratégica e a melhoria contínua de nossos serviços. 


Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea