Confea e Câmara Federal: parceiros no debate das questões nacionais

Brasília, 17 de fevereiro de 2006

Uma parceria. Foi isso que o presidente do Confea, eng. civil Marcos Túlio de Melo, foi propor ontem à tarde, 16/02, para o presidente da Câmara dos Deputados Federais, Aldo Rebelo (PCdoB/SP). O objetivo é inserir os profissionais da engenharia, da arquitetura, da agronomia e de todas as outras áreas abrangidas pelo Sistema Confea/Crea no debate das políticas públicas que acontecem naquela Casa.

Na oportunidade, Túlio convidou Aldo Rebelo para participar da solenidade de sua posse, que ocorre conjuntamente com a da nova presidente do Crea-DF, enga. Civil Lélia Barbosa, e dos novos conselheiros federais do Confea, no dia 21, próxima terça-feira, no auditório Petrônio Portela, no Senado.

Túlio lembrou que o slogan de sua campanha para a presidência do Confea foi “O Brasil precisa de mais Engenharia”, ressaltando que a busca de parceria com a Câmara e vários outros órgãos federais, instituições e organizações governamentais ou não, visam, justamente, por em prática este lema. “Precisamos ampliar nossa participação em todos os debates e discussões que estejam tratando da construção de um projeto de desenvolvimento para o Brasil. Queremos integrar nossas categorias nesse debate nacional e colocar nosso conhecimento à disposição da sociedade”, disse.

O presidente do Confea enfatizou que o país, ao longo das últimas décadas, não teve um projeto nacional. “Hoje mesmo nosso crescimento é inferior a média internacional. Precisamos de um projeto que integre desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e soluções para os grandes problemas sociais”, defendeu.

Ele informou que, no momento, o Confea está articulando equipe para apresentar uma proposta de projeto para o país no debate com os candidatos a governos e à Presidência da República nas eleições em outubro deste ano. “Queremos ouvi-los, mas queremos também dar nossas sugestões”.

Entre os projetos carros-chefes do Confea, Túlio citou o de engenharia, arquitetura e agronomia públicas, explicando que é meta de sua gestão tornar essa ação nacional, ou seja, existente em todos os municípios brasileiros. “Este projeto visa dar qualidade ao ambiente urbano e rural e está diretamente relacionado à implantação dos planos diretores”, explicou.

Túlio pediu apoio do presidente da Câmara para aprovação de projetos de interesse do Confea que estão transitando naquela Casa como o que busca a representação federativa do Conselho Federal e o PL 123/04, de autoria do deputado Juthay Júnior (PSDB/BA), que cria o Super Simples.

O presidente da Câmara concordou com Túlio sobre a carência do país de um projeto nacional. “A chave de todas as preocupações porque passa o Brasil está realmente na falta de um projeto para o país. Se não existe este tronco, onde é que se vai engatar as outras coisas?”, questionou, dizendo que, a partir da existência de um projeto de infra-estrutura, é que surge a necessidade da engenharia. Para Aldo Rebelo o desenvolvimento econômico desapareceu do imaginário da sociedade brasileira há alguns anos, “e essa volta é lenta”.

Demonstrando imediata aceitação da proposta de parceria, feita pelo presidente do Confea, Aldo Rebelo convidou o Conselho a fazer, junto com a Câmara e com a Sociedade Brasileira Para Ciência (SBPC), uma avaliação da atual formação do profissional da área tecnológica.

Túlio concordou e endossou a necessidade dessa avaliação, comentando que a engenharia civil brasileira, por exemplo, não está atualizada. “Nós ainda estamos formando o profissional com uma visão anterior. Quando estive na China, na Convenção Mundial de Engenheiros, o ano passado, vi por lá engenheiros de várias partes do mundo, mas não vi brasileiros. Temos que melhorar nossa engenharia e mostrar nossa capacidade profissional”, afirmou, noticiando a realização da próximo Convenção Mundial de Engenheiros no Brasil, em 2008.

Aldo Rebelo agradeceu a visita. Ressaltou que acha de grande importância a proposta de parceria e se colocou à disposição para qualquer intervenção necessária junto ao Itamarati, BNDES ou qualquer outro órgão que possa contribuir para a realização da Convenção Mundial de Engenheiros no Brasil.

Bety Rita Ramos
Da equipe da ACOM