Coordenadores de Agronomia apostam no coletivo para alcançar resultados

Brasília, segunda-feira, 18 de março de 2002.

Uma intensa troca de experiências e informações marcou
"Coordenadores de Câmaras Especializadas em
Agronomia: primeira reunião de 2002"
a primeira reunião nacional do ano dos coordenadores de Câmaras Especializadas em Agronomia do Sistema Confea/Crea.

Sob a coordenação participativa do baiano Osvaldo Sant’Anna - que assumiu o cargo no primeiro dia do encontro  e com poucas ausências, justificadas, os 27 integrantes do grupo discutiram todos os itens da pauta com exemplos práticos que demonstram que fiscalizar o exercício profissional na área agronômica não é das tarefas mais fáceis a se desempenhar.

Entre as experiências bem sucedidas, está a do Crea-GO, estado que tem na agropecuária a base de sua economia. Segundo Aris Afonso, assessor técnico da Câmara de Agronpmia do regional, “30% das lavouras são fiscalizadas in loco e a perspectiva é alcançar 80% em dois anos, embora na pecuária a fiscalização ainda não esteja tão avançada”.

Com base num banco de dados e orientadas pelo calendário agrícola, as visitas alcançam os produtores que não têm orientação técnica e o salto no recolhimento de ARTs da área da agronomia foi de 9.600 em 1996 para 30 mil em 98, índice que se mantém até hoje, com potencial de chegar a 60 mil.

Ariston afirma que 66% dos agrônomos que atuam em Goiás estão adimplente com o regional e que, em média, cada um dos quatro mil profissionais registrados emite 7 ARTs por ano, o que leva o regional a ser o maior recolhedor do Sistema nessa área.

O assessor esclareceu ainda que para incentivar os fiscais, “o Crea-GO paga um fixo e uma porcentagem baseada numa pontuação que tem o tipo de obra e o empreendimento é visitado, além de combustível por quilômetro rodado”.

Orientação técnica profissional é consenso
A experiência de Goiás interessou sobretudo a Marco Antonio Noguez, do Crea-RS que pretende intensificar sua fiscalização na área. Parâmetros para estabelecer critérios de fiscalização em plantações de subsistência ou comercial, grãos e hortaliças e como tratar o impacto inicial provocado pela fiscalização, foram tratados sob a ótica de que já é consenso “todo o produtor rural tem que ter orientação técnica profissional”.

Transgênicos sem paixão
Outro assuntos muito debatido pelos coordenadores, foi o sombreamento entre agrônomos e agrimensores quanto a medição: precisão posicional de 50m ou melhor, métodos e uso de aparelhos como o GPS. O coordenador da CES (Comissão de Educação do Sistema), o agrônomo Roque Dechem, esclareceu que o trabalho deve ser executado por profissional habilitado no Sistema, independente de técnicas.

Com relação a biotecnologia e os transgênicos, os coordenadores defendem a inclusão de palestras técnicas que, “sem paixão”, elucidem os prós e contras desses produtos, em função da atividade desenvolvida em muitas regiões brasileiras. “O Rio Grande do Sul, onde mais de 50% das lavouras de soja são transgênicas , terá reflexos em sua economia uma vez que essa produção não será mais aceita por muitos países europeus e isso exige ações de nossa parte”, alerta Noguez.

Comercialização de agrotóxicos e a condenação do registro de empresas individuais; Certificado Fitossanitário de Origem; crédito rural; produção de clones em essências florestais e agrícolas da Embrapa, programa de fomentos e políticas florestais, além da criação da primeira empresa nacional de biotecnologia, do Grupo Votorantim , foram assuntos que mereceram atenção e propostas.

Onze das propostas apresentadas foram aprovadas para encaminhamento à CEP (Comissão do Exercício Profissional) para análise e providências.

Indicações ; Para acompanhar as discussões sobre a CIAM, os coordenadores Maria Higina do Nascimento (Crea-BA) e Marco Antonio Noguez (Crea-RS), foram indicados para representar as câmaras especializadas de agronomia.

Já para debater a linha de produtos e serviços para o Mercosul, o grupo indicou representações regionais: Valdemiro de Aquino, Crea-RO, região Norte; Maria Higina, Nordeste; José Carneiro Freitas, Centro-Oeste; Marcelo Martins, Crea-MG, Sudeste e Marco Antonio Noguez, Crea-RS, região Sul.

O grupo estará reunido novamente em agosto, em Nova Friburgo (RJ), de 11 a 13 de agosto, antecedendo a realização do Congresso Brasileiro de Agricultura Orgânica, de 14 a 17. A terceira e última reunião de 2002 será em Fortaleza (CE), de 4 a 6 de novembro.

Maria Helena de Carvalho - Da equipe da ACS