Crea-GO fomentará networking entre profissionais e instituições

Brasília, 22 de dezembro de 2020

Eng. civ., agríc., e seg. trab. Lamartine Moreira, eleito presidente do Crea-GO

Eleito por 58% dos votos válidos, o engenheiro civil, agrícola e de segurança do trabalho Lamartine Moreira assumirá, no próximo dia 1º de janeiro, a Presidência do Crea-GO, com mandato que se estende até 2023. Especializado em Engenharia Diagnóstica e Termografia, Lamartine presidiu a seção de Goiás do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-GO), onde implementou projetos de cursos e palestras para os filiados com custos acessíveis. A partir desse trabalho, começou a receber incentivos dos colegas para se candidatar à Presidência do Regional goiano.


Em entrevista ao site do Confea, Lamartine destaca a atuação proativa do Crea-GO na promoção da equidade de gênero e seu projeto de tornar a sede do Crea e as 28 inspetorias locais de coworking, promovendo o encontro e intercâmbio entre profissionais da Engenharia, da Agronomia, das Geociências, do Direito, da Administração, e servidores da Defesa Civil, da Polícia Militar, dos Bombeiros, entre outras instituições. Confira a entrevista completa:


Site do Confea: Pode nos falar um pouco sobre sua trajetória de atuação no Sistema Confea/Crea e Mútua?

Minha trajetória iniciou quando me formei em Engenharia Agrícola em 1993 e em Engenharia Civil em 1994, ambas pela Universidade de Uberaba – Unibe. Após a conclusão de meus cursos, voltei para o estado de Goiás, onde obtive meu registro profissional, iniciando minha carreira na construção de edificações verticais. Na construtora em que trabalhei, tive a oportunidade de ser um dos fundadores do departamento de manutenções “pós-obras”, gerenciando empreendimentos entregues e despertando em mim o interesse pelo estudo das manifestações patológicas nas construções.

Posteriormente atuei na área de infraestrutura na construção de pavimentos rodoviários, onde tive a oportunidade de participar da construção da BR 364, que liga o município de Tarauacá a Feijó, no Acre, e outros trechos da malha viária de nosso país. Em 2007, concluí minha especialização na área de Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás, e logo após, recém-egresso na área de perícias, me graduei em Direito, em 2011, o que contribuiu muito com minha atuação profissional. Em 2015, concluí o curso de Engenharia Diagnóstica pela Universidade Cidade de São Paulo e, posteriormente, o de Termografista Internacional Nível 1, pela Infrared Training Center.

Meu interesse pelo Sistema Confea/Crea e Mútua se iniciou em 2016, quando fui eleito para assumir a Presidência do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Goiás – Ibape-GO, onde tive a oportunidade de atualizar todo o cadastro da instituição, pleiteando uma cadeira no plenário do Crea-GO. Filiamos a instituição junto ao Ibape Nacional, implementamos um projeto de cursos e palestras para os filiados com custos acessíveis, visando qualificar e valorizar a classe. Além disso, apresentamos formalmente a instituição junto ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o que fortaleceu ainda mais a atuação de peritos em nosso Estado.

Atualmente, tenho exercido minha profissão nas áreas de Engenharia Diagnóstica, Civil, avaliação de imóveis, vistoria, inspeção predial, auditoria, consultoria, confecção de laudos técnicos, assistência técnica em processos judiciais e extrajudiciais e perícias judiciais.

O interesse para gerir o Crea-GO surgiu mediante a indagação de diversas lideranças de nosso estado em prol de meu nome para a presidência do Regional, mediante o trabalho que já havia desempenhado no Ibape-GO, e também por minha experiência na iniciativa privada. Diante desse apoio, lançamos minha candidatura e felizmente tivemos o êxito sobre as eleições.

 

Site do Confea:  Qual é a agenda de prioridades do próximo mandato? Como serão colocados em prática e quais resultados positivos irão gerar? 

A agenda consiste em otimizar os canais de comunicação do Crea-GO, para que os profissionais possuam uma voz mais atuante e consigamos uma conscientização da sociedade; criar um departamento de apoio ao profissional, auxiliando na inserção e reinserção no mercado de trabalho; criar espaços tanto na sede quanto nas 28 inspetorias similares a coworking; realizar parcerias para valorizar o profissional empreendedor; criar um núcleo ligado à Presidência do Crea-GO de fortalecimento das entidades de classe; intensificar a política de patrocínio, fortalecendo as entidades de classe e instituições de ensino; criar o Selo de Conformidade do Crea-GO, concedido às instituições de ensino, fortalecendo a melhor formação do nosso profissional; aprimorar os convênios com órgãos públicos, tornando o Crea-GO mais participativo e atuante nas engenharias, na agronomia e nas geociências; apoiar ações que busquem equidade de gênero no âmbito das profissões do Sistema Confea/Crea e Mútua, isso é muito relevante e o Crea-GO está na vanguarda do apoio à equidade de gênero. 
As principais metas serão essas e contarei com a equipe técnica do Conselho para as colocarmos em prática e termos êxito. Ao todo foram 24 propostas que listei após escutar os profissionais e pessoas ligadas de certa forma ao Sistema Confea/Crea e Mútua.

Os resultados positivos serão maior conhecimento por parte da sociedade do que cada profissional dentro daquela modalidade pode fazer. Com o coworking pretendemos gerar networking entre profissionais da Engenharia, do Direito, da Administração, ou seja, vamos fomentar, dentro da sede e das inspetorias, o networking com a Defesa Civil, com a Polícia Militar, com os Bombeiros, gerando maior integração e reconhecimento dos nossos profissionais.

As entidades de classe fazem parte do nosso Sistema e vêm fortalecendo cada vez mais os nossos profissionais na base. Também pretendemos aprimorar convênios com órgãos públicos visando à desburocratização, o que otimizará bastante a fiscalização. Também apoiaremos, de fato, a equidade de gênero. Depois do apoio que obtivemos do Programa Mulher do Confea, ontem foi dado o segundo passo: foi assinado o termo de cooperação com a ONU Mulher

 

Site do Confea: Na sua avaliação, o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como sua gestão irá atuar neste sentido?

Na minha visão, o Sistema precisa de uma readequação dos procedimentos. Nós, da base, do final da linha, sentimos muita falta de certas definições do Confea, como por exemplo a universalização das ARTs, dos procedimentos de fiscalização. Vários profissionais reclamam que em um estado é de uma maneira, em outro estado é de outra maneira. Isso impacta diretamente no Regional, porque se fala muito que não somos um sistema federalizado, o que não é verdade. 

Além dessas readequações, precisamos de várias atualizações nas resoluções, porque nosso Sistema já é muito antigo. Nossa lei é de 1966, está na hora de fazermos uma revisão total das nossas resoluções, atualizando e/ou excluindo as que já forem obsoletas. O Crea-GO se coloca à disposição para auxiliar, por exemplo, na questão do Livro de Ordem, que já implantamos normalmente, e na questão de Business Intelligence (BI). No que for possível, o Crea-GO sempre fortalecerá as ações do Confea.

 

Site do Confea: Neste pleito, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, apenas quatro Regionais eram presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?

É muito importante. As seis presidentes mulheres eleitas evidenciam o crescimento da atuação das mulheres no Sistema, e ficamos muito satisfeitos. É muito salutar. O Crea-GO, na vanguarda dessas iniciativas, apoia veementemente o crescimento da participação das mulheres, tanto como presidentes, como como conselheiras. Na própria gestão administrativa do Crea-GO, a gente já trabalha muito com o empoderamento feminino. Continuaremos assim. Ontem assinamos junto à ONU Mulher a adesão aos Princípios de Empoderamento das Mulheres

 

Site do Confea:  Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Na minha visão, realmente é muito importante a integração dentro dos regionais e de forma nacional. Os caminhos possíveis são as unificações de metodologias de fiscalização, do visto, do próprio preenchimento da ART, além da atualização e revogação das resoluções antigas. Precisamos atualizá-las para o novo momento que estamos vivendo e eliminar aquelas que estão obsoletas.

Em nível político, a integração é muito importante porque criamos força, fomentamos desde o Executivo municipal, a prefeitura, a Assembleia Legislativa, a Câmara Municipal, até o Governo do Estado, o Governo Federal, e a Câmara e o Senado. Precisamos ter pessoas do Sistema na esfera política para que possamos, de forma organizada, defender nossa categoria, protegendo a sociedade. Fazendo com que leis sejam confeccionadas em prol da sociedade e, consequentemente, refletindo no bom apoio aos nossos profissionais.

 

Site do Confea:  Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuição direta para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua avaliação sobre essa viabilidade?

Hoje, o agronegócio é o que sustenta o país. Logo, já vem a construção civil. Depois as fábricas e usinas. Neste ano, em que enfrentamos a pandemia, vimos nossos profissionais atuarem na montagem das estruturas dos hospitais de campanha. Realmente, as engenharias, a agronomia e as geociências são a base de todos os nossos serviços. Sem engenharia não há desenvolvimento sustentável no Brasil, e no mundo. Por isso que realmente devemos fomentar e implantar, por meio de políticas públicas, o apoio dos profissionais da área da engenharia para promovermos cada vez mais o crescimento do nosso Brasil.
 

Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea