Palestrantes ressaltam a importância da engenharia

Brasília, 11 de abril de 2006

A importância da reforma do ensino e prática das engenharias no contexto da Lei de Inovação foi o tema abordado pelo Confea hoje, dia 11, no seminário “O papel e as possibilidades dos institutos tecnológicos no contexto da PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior) e da Lei de Inovação”, que reuniu, na Câmara dos Deputados, representantes de institutos de pesquisa, incubadoras e parques tecnológicos, associações das indústrias e agências de fomento, para discutir as estratégias para a criação de uma economia baseada em processos produtivos inovadores.

A palestrante, eng.e arq. Carmem Eleonora Amorim Soares, resgatou a história do ensino de engenharia no país e mostrou que, apesar de ter havido um crescimento muito grande no número de cursos (em 1945 eram 47 em 8 capitais e algumas cidades de Minas Gerais e, em 2005, havia 1.304 cursos de engenharia), essa área do conhecimento vem sendo desprestigiada em detrimento de outras, principalmente da área de humanas.

Conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), entre os cursos com mais pessoas formadas no país a engenharia representa 5,9% do total de formados, abaixo dos cursos de Administração, Direito e Pedagogia. “Até a década de 80, o estudo das ciências exatas era muito prestigiado, principalmente da engenharia, mas hoje esses estudantes representam um número muito pequeno”, ressaltou Carmem Eleonôra.

Ela destacou também a mudança da legislação que dispõe sobre o ensino superior ao longo da história. Desde a primeira lei de diretrizes, de 1961, que previa o currículo mínimo, muitas mudanças aconteceram. Houve a transformação em regime de créditos, a criação de habilitação nos cursos até chegar na flexibilização da formação e as habilidades enriquecidas, que foram contempladas na resolução nº 1.1010, aprovada pelo Confea em 2005.

Nesse cenário, Carmem Eleonôra destacou a importância dessas mudanças no contexto da Lei de Inovação. “Essa lei é a grande saída para o desenvolvimento do país”, destacou. “E a engenharia é o braço que pode alavancar esse processo de crescimento. Por isso, é preciso conscientizar os empresários a investir em pesquisa e inovação, além de divulgar o conhecimento”, completou.

É o que defende também o economista Marcos Formiga, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que foi debatedor no evento. “O desenvolvimento nacional e da indústria não se fazem sem engenheiros”, destacou, reforçando que, nesse sentido, “a Lei de Inovação é bem vista como a porta aberta para que o engenheiro e o cientista cheguem ao setor produtivo brasileiro e contribuam para o desenvolvimento do país”.

Por Mariana Zanatta
Da Equipe da ACOM