Valorização da engenharia em pauta no XXXIII Cobenge

Campina Grande, 13 de setembro de 2005

União de arte e preocupação com o futuro profissional da área tecnológica. Assim pode ser descrita a abertura do XXXIII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia (Cobenge), realizada na noite de ontem (12/09), na cidade de Campina Grande, mais conhecida como a capital do forró, localizada a 140 quilômetros de João Pessoa, no estado da Paraíba.

 O evento é uma realização da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia (Abenge), organizado pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por meio do Centro de Tecnologia, e pela Universidade Federal de Pernambuco (UFP). O tema em pauta é Promovendo e valorizando a engenharia em um cenário de constantes mudanças. Cerca de 500 pessoas participarem da solenidade de abertura.

A arte, ficou por conta das apresentações do coral  Coro em Canto, da UFCG, na abertura do Congresso, e  da Orquestra Sanfônica da Paraíba, no encerramento. As duas atrações receberam muitos aplausos e mostraram que os artistas locais esbanjam criatividade e talento. A preocupação com o futuro profissional da área tecnológica fez coro em todos os discursos dos integrantes da mesa de abertura que se manifestaram.

O primeiro deles foi o coordenador geral do Congresso, professor Dr. e eng. Benedito Guimarães Aguiar Neto. Ele disse que o Cobenge pretende fomentar a discussão de questões pertinentes ao fortalecimento da educação em engenharia no país, frente ao processo acelerado de mudanças decorrente da dinâmica do conhecimento técnico científico.

Benedito Aguiar Neto ressaltou a importância de uma atenção especial para a melhoria contínua no processo de aprendizagem na formação em engenharia, o que, segundo ele, somará na consolidação de uma engenharia mundial competitiva.

Este tom de discurso se repetiu na manifestação do reitor da UFCG, professor Dr. e eng. Thompson Maris, quando congratulou os organizadores do evento  e lembrou que o mesmo vai discutir  aspectos pedagógicos da engenharia e relacionados à integração da academia com o mercado de trabalho.

O presidente da Abenge, professor João Sérgio Cordeiro, fez uma rápida retrospectiva desde a década de 80 no que se refere aos números de instituições de ensino de engenharia, cursos, demanda de alunos e profissionais colocados à disposição do mercado. Constatou que apesar do aumento dos dois primeiros números, a procura de alunos pelos cursos diminuiu. Disse ainda que o Brasil coloca no mercado um número de profissionais bem inferior à necessidade. Finalizou, conclamando todos os setores ali representados a se unirem em favor da mudança deste quadro.

O presidente do Confea, eng. Wilson Lang, disse estar feliz por ver a Abenge com esse discurso que  se afina com o que pensa e busca o Conselho Federal. Na avaliação dele é de extrema importância que a academia e a área profissional caminhem na mesma direção. Ele ressaltou o que disse o reitor com relação ao número de profissionais no mercado. “É muito, muito menor do que nos países desenvolvidos. Estamos longe de sermos positivos nisso”.
 Lang  chamou os congressistas  a se conscientizarem que não são apenas formadores de engenheiros. A responsabilidade maior está na preparação dos cenários de mudança e desenvolvimento da nação nos próximos 15 anos. “Estamos aqui tratando do futuro do Brasil“, disse.

Criticando algumas cartas de eventos, que são mais discursos que orientação para ações práticas, Lang lembrou a importância do Congresso ser original quanto a isso.  “O evento deve resultar numa série de compromissos para que, na próxima edição, que será realizada em Passo Fundo, possamos verificar que realmente efetuamos mudanças dignas dos compromissos assumidos”,disse.

Resolução 1010  O presidente do Confe lembrou que o Conselho chamou, entre outros segmentos, as escolas para discutir atribuições profissionais, o que resultou na Resolução 1010, que flexibiliza a concessão de atribuições. Lembrou ainda, da decisão plenária do Confea sobre medidas que orientam as escolas a implantarem disciplinas relacionadas a deontologia da engenharia e legislação profissional. “O engenheiro precisa entender 100% do seu negócio”, justificou.

E falando em negócios, Lang informou algumas iniciativas do Confea voltadas para criar consciência e práticas empreendedoras nos profissionais da área tecnológica. Anunciou, para outubro próximo, um curso de empreendedorismo via internet, com capacidade de atingir simultaneamente 15 mil profissionais. E o programa de TV Cenário Brasil, que irá ao ar no próximo domingo, às 8h15 pelo SBT, tratando do tema.

O Congresso tem seqüência hoje e se estende até a próxima quinta-feira com extensa programação de palestras, cursos, conferências e apresentação de trabalhos.

Bety Rita Ramos
Da  equipe da ACOM